David

Jason

Estava para viajar, e já fazia uns dias que a Bruna haviaviajado para a Inglaterra. Falava com ela todos os dias e ela estava se sentindo muito bem.

Fui visitar os orfanatos antes de viajar, pois não sei quanto tempo ficarei fora e encontrei um dos meninos muito doente. Como estavam com poucos funcionários trabalhando, ninguém poderia ficar com ele no hospital, então eu fui. Fiquei com ele por 1 dia, levei meu laptop para o hospital e fiquei trabalhando de lá. Já éramos amigos, o nome dele é David e ele está com câncer. Ele é um guerreiro, muito forte esse menino. Fico olhando para ele e imaginando como será o meu filho.

Durante o dia no hospital eu senti de novo a sensação de ver alguém conhecido. Mas de máscara e touca fica difícil identificar. Lembrei da Anne. Na verdade, esses dias todos eu não esqueci dela. Acho que nenhuma mulher me fará esquecer o que durou uma noite. Foi intenso e quando lembro de tudo meu coração dispara. Já fiz amor com a Bruna imaginando ser ela, mas não se compara. Anne é única.

Infelizmente tenho que ir para casa, pois minha viajem está se aproximando, então contratei uma enfermeira e pedi que ficasse de olho no David para mim. Quando estava saindo vi de novo aquela mulher. Ela não me viu, e ainda assim não pude confirmar se era quem eu imaginava. Não gostei de ter que deixar o David, mas a minha vida as vezes parece uma loucura.

Cheguei em casa e Dora veio preocupada.

Dora: Meu filho o que aconteceu que você sumiu e não me deu notícias?

Jason: Dora, me desculpa, eu fui acompanhar um garotinho do orfanato que está com câncer no hospital. Não tinha ninguém disponível pra ficar com ele e eu não pude deixar ele lá sozinho. Por fim vou contratar alguém pra ficar lá com ele. Acabei esquecendo de avisar que estava lá.

Dora: Você e esse seu coração gigante.

Jason: Agora é meu estômago que parece gigante, o que tem para comer?

Dora: A mesa tá posta, vem, vamos tomar um café.

Jason: Só se for agora, antes vou tomar um banho, sinto o cheiro do hospital impregnado em mim. Subo correndo e rindo e a Dora fica na sala rindo também.

Tomei meu banho e desci para o café. Na mesa tinha muitas coisas gostosas, panquecas, brownie, pão e ovo, bacon, biscoitos, sucos.... eu comi conversando com a Dora e ela me perguntou da Bruna. Eu confesso que eu gostava da ideia de ser pai, mas alguma coisa me incomodava e eu não sabia o que era. Desde que tudo aconteceu e que descobri a gravidez da Bruna eu não falo com ninguém da minha família. Vi meu pai e o meu irmão na empresa, mas não falamos nada sobre a minha vida pessoal. Acho que isso que está me incomodando, essa distância da minha família e  principalmente da minha irmã.

Terminamos o lanche e vou para o meu quarto descansar. Antes chamei a Dora para arrumar minhas malas. Como não fazia ideia de quanto tempo ficar, resolvi levar bastante coisas, pois não terei tempo para comprar nada lá.

Terminamos as malas, a Dora desceu e eu me deitei um pouco. Peguei meu celular e pensei em ligar para a Bruna, assim que ia ligar, ela me ligou por chamada de vídeo.

Bruna: oi amor

Jason: Oi linda, já ia te ligar, como está?

Bruna: Estou ótima, e você tem trabalhado muito?

Jason: Estou bem. Muito trabalho sim, mas tudo sob controle. E nosso filho como está?

Bruna: O nosso filho? Ele tá bem. Viaja quando?

Jason: Amanhã a noite. E você volta quando?

Bruna: Ainda não sei. Tenho muitos assuntos para resolver aqui.

Jason: Assim que voltar eu quero te acompanhar na consulta com a obstetra para eu ver nosso pequeno.

Bruna: Sim meu amor. Olha eu vou ter que ir agora, tenho uma reunião. Beijos.

Jason: Tá bom, vai lá. Nos falamos depois. Beijos.

Antes de desligar pude ver ao fundo que ela estava em um bar. Vi também que ela estava bebendo  uma taça de vinho tinto. Uma gestante jamais beberia. Fiquei com uma pulga atras da orelha, aliás, pulga não, um elefante. Mas não poderia dar pistas daquilo que meu coração me dizia. Liguei para o investigador e pedi que resolvesse esse assunto para mim. Ela não pode desconfiar de nada.

No dia seguinte o David teve alta e fomos de volta para o orfanato e no caminho comprei todos os medicamentos que o médico recomendou. Ao chegar orientei sobre o que o médico havia recomendado, brinquei um pouco com o David, me despedi e fui para a minha casa.

Ele é um menino muito especial. Um guerreiro de fato.

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