Faltam duas horas pra festa e os irmãos ainda nem estão prontos. Lana chegou a cerca de uma hora pra ajudar com a maquiagem, o que Théo negou dizendo que seu belo rosto não precisava disso.
"Passa no Lucca, em mim não"— fala parecendo uma criancinha
"ELE É ALÉRGICO!"— Lucca grita de algum lugar do apartamento.
"Calado pirralho!"
"Sério? Théo, não precisava ficar com vergonha por isso."— Lana diz gentil.
"Não é isso. Eu realmente não gosto."
"Por causa da alergia oras..."— Théo ri desistindo de explicar.— "Esse gloss aqui vai hidratar e dar uma corzinha para os seus lábios"— ela explica animada e passa delicadamente.
"Posso beijar?"— Lucca pergunta apenas brincando com a cara dele que faz um biquinho.
"Vocês são mesmo irmãos?"— Lana questiona achando graça.
"É só um disfarce pro nosso romance proibido"— com Lucca dizendo isso foi o ápice, os dois ali se acabaram de rir.
Mas era uma sensação tão boa ver todos ali rindo e brincando. Era como se a casa estivesse cheia, mas só tinha três pessoas ali. O mais incrível é que essa é a primeira vez que Lana vê Lucca, antes só ouvia o amigo falar do irmão. É bom que todos tenham se dado bem.
Faltando meia hora para às dez da noite, Lucca quis comer, depois escovar os dentes e por fim sair de casa. Foram todos de Uber já que o carro de Théo ainda estava na oficina. Demorou um tempinho para eles chegarem no local porque estava tendo uma festa na avenida C e os carros pareciam não andar por conta do tumulto de pessoas.
— Você não vem?
22:15
Théo pegou o celular assim que vibrou. Como ele nunca sabia o que sentir, franziu o cenho com um sorriso discreto.
"A caminho…"— responde.
Depois de longos minutos, finalmente eles chegaram lá. Era uma mansão, provavelmente a casa dele.
Eles mostraram seus convites ao segurança e entraram. Estava um som alto, pelo menos a luz ainda estava acesa. Na cabeça de Lana e Théo, seria aquela festa pique trinta anos, por mais que Jeff não estivesse fazendo trinta. Enfim, eles agradeceram mentalmente por terem se vestido de acordo.
"Obrigado Théo por ter nos indicado o que usar"— Lana fala perto do seu ouvido e ele apenas assente sorrindo.
"Eu sempre sei o que usar."— diz orgulhoso.
Na verdade Jeff mandou uma mensagem ontem pela manhã dizendo que seria uma festa tipo balada, nada clássico e comportado. Deixou claro que rolaria bebida, DJ e putaria. Então Théo planejou mentalmente que roupa ele e Lucca usaria, Lana mandou foto de três looks pedindo ajuda e ele indicou o mais "jovem e ousado" pra ela.
Eles nem ficaram juntos por muito tempo, logo os três estavam espalhados, Lucca sempre com Théo, mas Lana desapareceu.
"Você veio.."— Jeff diz ao encontrar Théo em uma parte calma do lugar. Lucca estava do seu lado, mas parecia que era invisível ali.
"Uhum…"— assente— "Feliz aniversário."
"Obrigado."— um silêncio vergonhoso se estabeleceu entre eles. O mais novo vendo aquilo fingiu tosse apenas pra chamar a atenção do irmão.
"Quê?"
"Não vai me apresentar?"— finalmente ele se tornou visível aos olhos de Jeff, que ficou encarando esperando uma resposta com um sorriso ardiloso.
"Ah… sim, claro."— pigarreia e de repente sorri simpático — "Estou vendo boca em ambos os rostos. Se apresentem sozinhos, isso aqui não é um programa de variedade"— enquanto dizia o sorriso sumia e sua sobrancelha franzida voltava.
"Credo, depois que eu sumir não chore não."— o ator Lucca dramatizou.
"Ok, ok."— Jeff ri e continua — "Jeff Timberg, prazer em conhecê-lo."— estende a mão que logo é agarrada pelo mais novo.
"hum… Lucca Scott."— sorri— "Sou irmão do Théo"
Os olhos de Jeff se abriram em um misto de surpresa, curiosidade e alívio. Só não ver quem não quer, mas Lucca quer e ver tudo.
"Sr. Timberg, posso fazer uma pergunta?"
"Por favor Lucca, me chame de Jeff. E sim, pode perguntar."— seu tom é tão amigável e sua voz viciante.
"Qual seu outro sobrenome? Desculpa a pergunta"
"Sat."— diz tranquilamente— "Jeff Sat Timberg, por quê?"— nem Théo durante todo esse tempo, jamais perguntou o nome de ninguém daquela empresa, quem dirá o sobrenome.
"Ah, curiosidade. Queria saber se um homem bonito teria sobrenomes bonitos…"— sorri parecendo tenso, seu irmão mais velho percebeu e fez uma anotação mental para questionar essa atitude em casa.
"Nossa, você é tão diferente do seu irmão, gostei de você."— bagunça o cabelo dele.
"Então você não gosta de mim?"— Théo pergunta e em seguida se toca que a sua frase saiu meio errada, porém continuou com sua pose inabalável. Não são palavras trocadas que irá lhe derrubar.
"Oh, não foi isso que quis dizer"
"Se ferrou"
"Ei ei, por que você não vai se enturmar com aquela garota ali? Parece tão sozinha!"— Jeff diz já empurrando Lucca até a menina que o olhou com uma cara de quem estava tendo sua noite perturbada.
Quando ele voltou até onde seu crush supremacy estava, viu o mesmo rindo, algo raro. O sorriso de Théo era tão simples, mas tão nobre.. Seus olhos estreitavam com um simples sorriso, imagine ele rindo. E nem é uma risada daquelas escandalosas nem nada, tá mais pra um risinho de quem não pode fazer nada além de rir.
"Seu irmão parece seu oposto"
"Acredite, eu já fui assim. Só era um pouco tímido.."— comenta.
"Na empresa você é o mais misterioso, sabia?"— Jeff estava ao seu lado, perto o suficiente pra não precisarem gritar.— "Ninguém sabe nada sobre você a não ser seu nome e a provável ideia de você ter um irmão, e hoje posso realmente acreditar que sim."
"Você está por dentro das fofocas que rolam sobre mim?"
"Por que? Quer saber uma?"— mais próximo que antes agora.
O outro fez um gesto com a cabeça, parecia um sim, então Jeff continuou a falar com os olhos fixos nos lábios dele. Théo não estava diferente, nenhum barulho parecia importar quando ele estava a menos de dez centímetros de distância da boca do outro.
"O secretário do presidente é lindo, mas precisa sorrir mais."— expõe o que os outros pensam e ele também às vezes. A única reação de Théo foi sorrir.
Uma sensação estranha passou por eles. Era como se ambos fossem imãs seguindo a regra da atração entre opostos: o pólo norte e o sul de dois imãs se atraem mutuamente. Sem que percebessem o momento exato, eles já estavam se beijando. Aproveitando a doçura do lábio um do outro. É um momento inesquecível quando você nunca sentiu nada igual antes… Um só ritmo, uma só batida, um só sentimento.
De longe, mesmo conversando com uma pessoa, Lucca estava de olho em tudo. E não era só ele, Dylan também observava a alguns metros dali, até que repentinamente a luz se apagou e só ficou os refletores e os balões de led coloridos que enfeitava o lugar, e também o som aumentou mais ainda. Parece que a festa começou de verdade.
Os dois que se pegavam no canto, se assustaram mas não demorou para voltarem pro que mais importava: a exploração de sabores.
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