Daniela: Eu preciso de água, volto nesse instante.
Bruno: Eu vou pegar para você, sinto muito Daniela.
Daniela está me contando uma parte da sua vida, os pais delas faleceram. Não sei o que dizer, me levanto e vou pegar água para ela. Respiro fundo, preciso cuidar dela!
Daniela: Bruno vai pegar água para mim, preciso me recompor para conseguir prosseguir e contar tudo para ele! Lavo o meu rosto com a água da piscina e tento me lembrar de todas as lembranças boas dos meus pais.
Obrigada Bruno. Você é um homem incrível!
Bruno: Não sou Daniela, você que é uma mulher especial. Gostaria que se visse agora com os meus olhos!
Daniela: Não diga isso.
Fico completamente sem jeito, resolvo continuar a contar para o Bruno o que aconteceu.
Desse dia em diante a minha vó não ficou mais bem, ela esquecia constantemente as coisas, não dormia bem e só via tristeza nela. A minha tia a internou num lar para idosos para cuidarem dela, exatamente um ano depois da morte dos meus pais. Estava com seis anos, ela ficou com a minha guarda como era minha única parente. Me despedi da minha vó, foi muito doloroso, era muito nova e não entendia nada. Ao chegar na casa da minha tia a minha vida não foi mais a mesma, lá eu fazia tudo que o meu tamanho permitisse e o que o banquinho alcançasse. Qualquer erro tinha consequências. Não pude ir à escola, não tinha quarto ou cama, nenhum brinquedo. Todas as fotos dos meus pais ela queimou, todos os meus pertences pessoais foram para o lixo. O meu castigo era ficar presa no porão depois de uma surra de cinto, ficava as vezes o dia todo no escuro sem água ou comida.
Choro muito quando conto como foi a minha vida com a minha tia. Preciso fazer várias pausas, além da psicóloga e psiquiatra que me acompanham até hoje apenas a Sheila conhece a minha história!
Bruno: Não precisa terminar se não quiser, vem aqui.
A Daniela continua me contando a sua história e eu não acredito no quanto ela foi forte, puxo ela para o meu peito e a abraço! Quero que ela saiba que está segura comigo.
Daniela: Bruno me abraça forte e me faz me sentir segura.
Continuo tentando contar tudo para ele.
A taça hoje me trouxe uma lembrança, foi com a minha tia. Depois de 6 meses ela foi informada que a minha vó morreu na clínica que estava internada, ela me disse que foi por minha causa, eu dava muito trabalho e deixei ela doente e não conseguiram salvar ela. Sentia muita tristeza e na época não sabia explicar os meus sentimentos, só depois de alguns anos na terapia entendi. Fiquei com a minha tia dois anos, ela foi denunciada por uma nova vizinha. Encontram-me no castigo que com o passar do tempo ficava mais longo, chegava a me deixar dias sem comer. O dia que me encontram já nem sabia a quanto tempo estava lá, fui encaminha para um orfanato, tinha 8 anos e estava desnutrida. Fiquei muito tempo na enfermaria. Passei uma década no mesmo orfanato, as freiras eram boas. Ajudava elas com o trabalho, e cuidava das crianças menores. Com 18 anos sai do orfanato, aluguei um quarto em uma pensão e consegui um emprego em uma cafeteira como atendente. E foi aí que... eu... posso continuar em outro momento? Eu, eu não posso mais.
Bruno: Tá tudo bem. Obrigado por dividir comigo, por confiar em mim. Sinto muito por tudo que passou, você é muito forte!
Daniela está finalmente mais calma, conversamos sobre outras coisas. Combinamos o horário e a dinâmica de trabalhar em casa e de repente começa a chover. Me levanto rápido e ajudo a Daniela a se levantar, ela para cara a cara comigo, as nossas respirações estão misturadas e o meu coração erra cada batida.
Daniela: Começa a chover, a noite finalmente estava ficando leve. Bruno se levanta e me ajuda a levantar, paro bem próximo ao rosto dele. Ele me olha nos olhos, a minha respiração fica pesada, ele segura o meu braço como que soubesse que a qualquer momento posso correr. Fecho os meus olhos, sinto os meus lábios sendo tocados pelos do Bruno. Tento resistir ao que estou sentindo, não consigo mais, me entrego por completo ao nosso primeiro beijo. Dou passagem para sua língua e sinto borboletas no meu estômago. Paramos o beijo por falta de ar.
Bruno: Eu a beijo, ela resiste, minha língua pede passagem e iniciamos um beijo calmo e cheio de paixão. Meu coração está disparado e nos separamos por falta de ar. Abraço sua cintura e colo minha testa na dela, ela abre lentamente os olhos. Ficamos assim por uns instantes que foram uma eternidade, beijo sua testa e a abraço forte. Ela corresponde o abraço e encosta sua cabeça no meu peito.
Daniela precisamos entrar, está chovendo e não quero que fique resfriada!
Daniela: Quando ele me abraça eu sinto o mundo todo desaparecer e como se fosse apenas eu, ele é o Bernardo, nada mais! Estou com frio e o Bruno me chama para entrar, me escoro no balcão da cozinha e ele pega uma tolha seca para mim. Ele me seca cuidadosamente, termina e guarda as toalhas. Espero ele voltar para me despedir.
Bruno: Entramos, seco ela, guardo as toalhas depois de me secar. Volto e me surpreendo, ela está me aguardando quando tinha certeza que ela iria embora. Paro bem na frente dela, não vou dormir se não a beijar novamente. Avanço, ela não recua, trocamos olhares e dessa vez ela me beija, o beijo começa calmo, mais logo fica cada vez mais intenso. Sento ela no balcão e nos beijamos intensamente, passo as minhas mãos pelas pernas dela e ela coloca as mãos no meu pescoço. Nós separamos apenas por falta de ar. Nós olhamos com os batimentos acelerados.
Daniela: Estou totalmente fora de mim nesse momento. O meu coração está acelerado e o meu corpo inteiro se acendeu para o Bruno. Nunca me senti assim! O Bruno virou o meu mundo do avesso.
Bruno: Queria tanto saber o que se passa na sua cabeça agora.
Daniela: Estou confusa Bruno. Quero mais disso e, ao mesmo tempo tenho medo. Não tenho medo de você, mais tenho medo de mim mesma. De estragar as coisas, não sei se posso ser feliz!
Bruno: Pode e eu vou te fazer feliz, depois de hoje não vou te deixar fugir! Te quero de mais.
Daniela: Eu também te quero mais do que poderia.
Bruno: Poderia? Você já me tem Daniela.
Daniela: Já pensou o que os seus pais vão achar de mim? Uma funcionária do caixa que esta morando na sua casa com o filho e agora lhe beijando? Olha para mim Bruno, eu não tenho nada para te oferecer.
Bruno: Tudo que eu preciso de você encontrei nesse beijo, nesse olhar. Não conhece os meus pais Daniela, mais ele vão-te surpreender, não tenha medo. Não pense de mais, me deixe te fazer feliz. Eu quero você, o Bernardo é todo que acompanhar vocês dois. Te quero na minha vida, me queira na sua também.
Daniela: Antes de qualquer coisa precisa saber de mais uma coisa, mais vou deixar para amanhã. Eu prometo que depois que souber de tudo sobre mim, sobre o Bernardo eu vou escutar o meu coração.
Bruno: Tudo bem, será no seu tempo. Boa noite minha linda!
Daniela: Boa noite!.
Nos despedimos, vou para o meu quarto. O Bernardo está dormindo, vou direto para o banheiro me permito chorar mais um pouco pelas lembranças dolorosas e também pela confusão que estou agora. Me deito com o meu pontinho de paz e depois de muito tempo adormeço.
Bruno: Vou para o banheiro, as lembranças da Daniela invadem minha mente e coração. Estou apaixonado por ela, será que ela vai me permitir entrar na sua vida? Antes de dormir peço uma investigação completa e detalhada sobre a infância da Daniela, quero saber mais sobre a tia e o que houve com a vó dela também.
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Atualizado até capítulo 85
Comments
jaqueline conceição
vamos para as teorias,ela foi enganada no sentido de se apaixonar pelo príncipe em pele de cordeiro e a humilhou juntamente com a família por ser pobre,não assumiu o filho e ela fugiu,
2024-10-09
1
Michelly De Jesus
isso não é tia e sim um mostro como ela podia faz isso com uma criança meu Deus!!!!🤩🤩🥰🥰😍😍😘😘💖💖💝💝🤭🤗
2024-08-18
5
Valcinete Barbosa
tia maldita e malvada aff
2024-08-09
2