Márcia: Minha filha, posso te chamar assim? Não tenha medo, eu te entendo como mãe. O Bernardo é maravilhoso, uma criança educada e carinhosa. Esta fazendo um ótimo trabalho com ele. Te peço desculpas se passei dos limites, me deixei levar pelo que senti. Não vamos mais embora da cidade, não estava certa ainda. Conversamos eu e o Humberto e decidimos voltar, aqui é o nosso lar. A cidade está agitada de mais né Humberto, além do mais sentimos muito falta daqui!
Humberto: Respeitarmos o que decidir, mais sempre poderá contar com a gente.
Daniela: Bem, então como não vão sair daqui e querem fazer parte da vida do Bernardo não vejo problemas. Mais só peço que tenham responsabilidade afetiva com ele, eu não tô dizendo que não tem, mais não quero ver ele sofrer! E pode me chamar como a senhora se sentir melhor, obrigada também Senhor Humberto. Vocês realmente são tão surpreendentes quanto o Bruno me disse, fico feliz de tê-los conhecido.
Márcia: Posso te dar um abraço?
Daniela: Claro que sim.
Márcia me abraça e realmente me sinto acolhida. Nós despedimos e sigo para o meu quarto, Bernardo e a Sheila não estão lá. Vou até o quarto Sheila e bato na porta, ela me pede para entrar. Entro e o Bernardo já está dormindo na cama dela, ela me pede para deixá-lo essa noite com ela e não vejo problemas. Nós despedimos e sigo para o quarto do Bruno, vou chamá-lo para o escritório. Bato na porta e ele fala que posso entrar.
Oi, Bruno. Se tiver disponível podemos ir conversar.
Bruno: Escuto alguém batendo a porta e imagino que só pode ser a Daniela, peço para ela entrar. Ela entra, me sento na cama e pergunto se podemos conversar aqui. Ela acente com a cabeça e senta ao meu lado.
Daniela, se a qualquer momento estiver desconfortável pode falar. Se não quiser conversar está tudo bem!
Daniela: Não quero esconder nada de você, precisa saber no que está se metendo antes de entrar na minha vida.
Bem como te falei ontem eu consegui um emprego de atendente em um café. Era um excelente café, o melhor da cidade. Tinha outros do mesmo dono, o Herry. Ele sempre estava presente no café, era gentil e atencioso. Conforme o tempo foi passando comecei a ganhar mais atribuições e consequentemente meu salario melhorou. Eu estava fechando o café quase sempre, e nesses dias ele aparecia e me dava carona, aprendi a confiar nele. Meses se passaram até ele me dizer que estava gostando de mim, me pediu em namoro. Nunca tinha estado com nenhum homem, ele me fazia me sentir importante e a minha carência de afeto me cegou. Aceitei ser a namorada dele, e no começo não tinha pressão, ele disse que iria esperar o meu tempo porque me amava, passaram mais três meses. Não conheci nenhum amigo ou familiar dele nesse período, como eu também não tinha ninguém achei normal. Ele me chamou para morar junto com ele, disse que poderia dormir no quarto ao lado até me sentir segura e depois dormir com ele. Já notava que ele tava impaciente, começou a me pressionar eu me senti na obrigação de ficar com ele porque fazia sentido. Ele era meu parceiro, não tinha porque esperar mais. Arrumei todo o apartamento para fazer desse dia um dia especial, ele chegou e tinha bebido um pouco. Viu o apartamento e entendeu o recado, ele mudou a fisionomia. Veio para cima de mim com brutalidade, pedi pra ele parar mais ele não me escutava. Me machucou muito nesse dia, depois que terminou saiu do quarto. Estava com o corpo todo marcado, machucado e sujo. Mal conseguia me manter de pé quando ele chegou com duas mulheres e me falou que deveria ter limpado o quarto dele, perguntou se eu queria participar da festa que ele iria fazer para aprender algumas coisas já que era muito ruim de cama. Comecei a chorar e ele pediu para mim sair que não tava afim de choradeira, as meninas riram da forma que saí, andei me arrastando pela parede com um lençol sujo, porque ele rasgou meu vestido. Fui direto para o chuveiro, tomei banho me vesti. Quando saí do banheiro pude ouvir tudo que o Herry estava fazendo no quarto dele, senti nojo, recolhi todas as minhas coisas e fui embora. Como tava na casa dele a uns meses e quase não gastava nada do meu salário tinha um bom dinheiro, foi assim que vim parar aqui. Logo que cheguei arrumei um lugar para morar e o emprego no mercado, com três meses descobri que estava grávida.
Bruno: Covarde, desgraçado! Como ele pode? Vou matar ele! Daniela passou por tantas coisas ruins, agora entendo seu medo, sua insegurança. Ela é uma sobrevivente. Pego uma água para ela, digo que sinto muito porque é realmente como me sinto. Ela está mais tranquila que ontem, chora com tristeza e decepção nos olhos.
Daniela: Obrigada pelo apoio Bruno.
Foi então que resolvi contar sobre a gravidez, ele era o pai e não poderia esconder. Peguei uma folga que tinha e fui até o café, para minha surpresa ele estava noivo. Tudo bem, não queria voltar com ele apenas contar o que aconteceu. Chamei ele e disse que tinha algo para lhe falar, ele disse para a noiva que tinha pendências da minha demissão para tratar. Seguimos para o escritório, falei direto sem enrolação e entreguei o exame na mão dele. Foi aí que ele me deu um tapa, disse que era uma vagabunda interesseira que estava tentando dar um golpe nele, me perguntou quanto eu queria para sumir da vida dele. Estava em choque, ele nunca levantou a mão para mim, ouvia ele gritar que nunca quis um filho. Que eu não prestava, me falou que nem deveria saber quem era o pai! Sai de lá o mais rápido que pude, minha boca ainda tinha o gosto de sangue e o meu rosto estava inchado. Fiquei seis meses lutando contra depressão, foi aí que ouvi o choro do Bernardo pela primeira vez. Quando vi ele, não sei explicar, senti vontade de viver novamente, viver por ele e para ele. E desse dia em diante tomei as rédeas da minha vida, voltei a terapia, fiz amizade com a Sheila e me inscrevi na faculdade. E é isso, te contei tuda história Bruno, porque preciso que entenda uma coisa muito séria sobre mim. Tenho crises de ansiedade, crises de pânico, não fico em locais pequenos, apertados ou com muitas pessoas. Muitas vezes tenho medo de toques e tenho dificuldades em confiar. Sou toda quebrada, luto todos os dias para que o Bernardo tenha orgulho da mãe. Tenho limites pequenos para quase tudo. Faço acompanhamento semanal online com a psicóloga e mensal com a psiquiatra, tomo remédio para ansiedade e depressão. Sou insegura, tenho problemas com auto estima e desde o Herry não tive ninguém na minha vida. Tenho dias bons, as vezes tenho dias muito ruins, nunca tenho dias ótimos e choro com uma facilidade enorme.
Bruno: Daniela me escute com atenção! Eu quero estar com você nos dias ruins e nos piores ainda se permitir. Quero te fazer feliz, quero cuidar de você, quero poder abrir o seu coração e curar todas as suas feridas. Não me assusto com nada disso, eu gosto de você com todas as suas cicatrizes, com toda a sua insegurança e com todo o seu medo. Você é linda, inteligente e quero te lembrar todos os dias as muitas qualidades que tem!
Daniela: Não sei o que dizer Bruno.
Bruno: Diz que me aceita, que me aceita com todas as minhas imperfeições e vamos tentar ser felizes juntos.
Daniela: Você tem certeza?
Bruno: Mais do que absoluta Daniela, eu quero você! O que mais preciso dizer para entender?
Daniela: Nada Bruno, nada porque eu te quero na minha vida!
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Atualizado até capítulo 85
Comments
jaqueline conceição
caraca,errei feio nas teorias exceto de que ela fora violentada,nossa que triste,e esse filho da mãe vai aparecer depois dizendo que quer o filho??? Espero que não
2024-10-09
1
Salete Michels de Gracia
Coitada, que história pesada que foi a vida dela. Quero muito acreditar que pelo título do livro ele vai ser e fazer ela muito feliz. Espero que nada atrapalhe a vida deles.
2024-08-29
3
MARIA DE LOURDES SILVA
QUE ORDINÁRIO ESSE HOMEM
2024-08-22
0