Capítulo 11 - Vamos No Seu Tempo

Bruno: Eu sinto muito, não sabia.

Me faltam palavras. Ela parece guardar uma dor enorme!

Daniela: O senhor não tinha como saber.

Continuo abraçada com o Bruno, isso é tudo que sou capaz de falar nesse momento.

Bruno: Não falo nada por alguns minutos, me faltam palavras.

Daniela deve estar com fome. Posso pedir algo para gente comer?

Daniela: Ele fala sobre comer e fico constrangida mais repondo ele.

Estou com muita fome. Acho que comeria qualquer coisa nesse momento.

Bruno: A solto e olho nos seus olhos. Estamos muito próximos. Daniela parece muito envergonhada com um sorriso tímido, ela é tão linda, sinto muita vontade de beijá-la mais não posso me aproveitar desse momento de fragilidade dela. Me afasto e peço licença para pedir algo para gente comer, aproveito e aviso os meus pais que não vou dormir em casa. Não quero que eles fiquem preocupados. A comida chega, volto para o quarto e a Daniela está dormindo na poltrona ao lado da cama do Bernardo com a mão nele. Fico na dúvida se chamo ela ou não, não posso deixar ela dormir com fome nessa poltrona desconfortável.

Daniela, Daniela, acorda a nossa comida chegou.

Daniela: O Bruno saiu para pedir algo para comer, ele demora. Me sento ao lado do Bernardo na poltrona e sem perceber acabo pegando no sono pensando no instante que tivemos aqui, novamente eu supus que ele me beijaria. Foi tolice, ele se afastou. Escuto a sua voz como um sussurro, será que estou sonhando?!

Oi, desculpa! Acabei pegando no sono.

Bruno: Não se desculpe, sei que está cansada. Quer comer? Se preferir dormir tá tudo bem.

Daniela: Estou com muita fome, agora nesse momento a fome tá vencendo o cansaço.

Bruno: Sentamos no sofá para comer, comprei muitas coisas diferentes porque não conheço a Daniela. Ela come de tudo um pouco, realmente estava com fome.

Daniela, eu gostaria de saber mais sobre você. Quantos anos tem?

Daniela: Não tenho muita coisa para falar sobre mim. Tenho 24 anos, engravidei com 19 anos. Me mudei para cá grávida, queria recomeçar. Quantos anos você tem?

Bruno: Tenho 26 anos. Você tem namorado?

Daniela: Não tenho namorado. E você tem alguém?

Bruno: Não, sou solteiro. O que gosta de fazer quando não está no trabalho?

Daniela: Tem duas versões sobre mim, eu sou operadora de caixa por seis horas e mãe nas outras dezoito horas restantes. Os meus passeios são ao parquinho e no pediatra.

Bruno: Nem vou comentar nada, eu só trabalho e nada mais. Aceitaria jantar comigo qualquer dia desses?

Daniela: Bruno, eu não saio com ninguém desde antes do Bernardo nascer. Eu gosto da sua companhia, mas não quero me envolver com ninguém.

Bruno: Tudo bem, podemos ser amigos né? Queria muito conhecer melhor o Bernardo também.

Daniela: Podemos ir com calma? Hoje fiquei muito assustada com todos lhe tratando como pai do Bernardo. Tenho medo que depois que for embora ele sofra, nunca tivemos ninguém. Somos só eu e ele!

Bruno: Eu te entendo, vamos no seu tempo. Com relação ao Bernardo jamais faria nada para magoá-lo e isso se estende a você Daniela.

Daniela: Obrigada por me entender.

Encosto a minha cabeça no ombro do Bruno num impulso e acabo dormindo sem perceber.

Bruno: Não vou forçar nada com a Daniela, mais não vou desistir dela. Não entendo os meus sentimentos por ela, é muito confuso para mim porque nunca me senti assim. Ela encosta a cabeça no meu ombro, ficamos assim por um tempo e noto que ela pegou no sono. Pego ela em meus braços e deito ela na cama com o Bernardo, parece estar exausta. Cubro eles, descarto o restante da comida e me deito no sofá. É muito desconfortável, durmo depois de muito tempo vencido pelo cansaço.

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