── Sim, Thomas. Eu tenho que fazer algo antes de ir até aí. ── digo e ouço-o suspirar do outro lado da linha ── Ou vocês não conseguem manter a reunião até eu chegar? Caso não consigam ou até mesmo não queiram, vocês vazam e eu contrato alguém mais competente para trabalhar comigo. ── o alfineto sem dó.
── Leblanc, eu sugiro que você se acalme.
── E eu sugiro que você me chame de Don, apenas. ── rebato ── Façam o que eu estou mandando, agora. E peça para que sua vadia me mantenha informado. ── caminho até a porta do quarto de Alyssa, ameaçando abrir a porta e também desligar o telefone, mas a voz de Thomas me impede de fazê-lo
── Vadia? De quem você está falando?
── Do Tyler. ── respondo simples ── Ah, ou você é a dele? Enfim, tanto faz. ── encerro a chamada e guardo meu celular no bolso, tocando a maçaneta para abrir a porta, mas aí eu lembro que preciso dar privacidade as pessoas. Hoje estou de bom humor e é por isso que eu vou bater na porta.
Não demora muito e a garota abre-a. Enrugo as minhas sobrancelhas e observo-a de cima a baixo, atenciosamente, percebendo olheiras profundas sob seus olhos. Além do seu rosto que está vermelho pra caramba e o seu nariz, inchado e no mesmo tom de seu rosto, porém um pouco mais forte. ── O que há com você? ── indago sem deixar transparecer a minha surpresa por vê-la nessa situação.
── Nada demais, apenas quero ficar sozinha. ── responde, tentando não parecer grossa e eu respiro fundo. ── Por favor?
── Se arruma que a gente vai sair em... ── olho para o meu relógio de pulso, averiguando as horas ── Trinta minutos. ── aviso, a ignorando completamente. ── Estou te esperando lá embaixo.
── Eu não quero ir, Don. ── nega, passando a mão pelo rosto ── Eu não estou bem. ── sorrio irônico, passando uma de minhas mãos por minha barba e depois, pelo smoking que uso
── Olha bem pra minha cara e vê se há vestígios de uma pessoa que se importa. ── soo rude e ela arregala os olhos ── Eu não pedi pra você se vestir e descer até a sala de estar, eu ordenei, Alyssa. Faz o que eu estou mandando, porra. ── esbravejo e rapidamente ela concorda, não mais contestando a minha ordem. Ergo uma sobrancelha e sorrio levemente, virando as costas para ela e descendo até a sala, onde iria aguardá-la.
•••
── Vamos? ── questiono assim que ela se aproxima de mim, a mesma concorda com a cabeça, com uma expressão raivosa no rosto. Reprimo a risada e caminho em sua frente, para fora de casa. Matteo já nos esperava do lado de fora, entramos no veículo e ele não demora a dar partida no mesmo até o shopping. Decidi levá-la para comprar algumas roupas, pois percebi que ela não tem muitas.
A viagem não dura muito, pois minha casa não fica muito distante do centro da cidade. Ao chegarmos, descemos do veículo e eu ando até a sessão de roupas, com ela ao meu lado. ── Te trouxe para comprarmos roupas. Qual é exatamente o seu estilo? ── pergunto parando de andar por alguns segundos e, de repente, sua expressão muda, suavizando-se.
Reviro os olhos.
Mulheres.
── Não tenho exatamente um estilo, Don. ── responde simplesmente e eu concordo, acenando em sua direção para que ela me siga até a primeira loja que iremos.
── Eu vou deixar você mais à vontade para escolher o que quer comprar. ── começo, me aproximando dela para sussurrar em seu ouvido ── Mas se tentar fugir... ── deixo no ar e me afasto, chamando a atenção de uma das vendedoras, que perambulam pela loja
Aos poucos, Alyssa se solta mais e começa a escolher suas roupas, averiguando cada arara da loja. Eu suspiro e procuro com o olhar alguma poltrona onde eu possa me sentar para esperá-la, então quando encontro, sento-me e tiro o celular do bolso, percebendo que chegaram algumas mensagens de Tyler.
Bem, até agora nada saiu do controle e isso é ótimo. Quando eu terminar com Alyssa irei até eles, pois preciso resolver algumas pendências quanto à venda de drogas de cada região, que, mais uma vez, está saindo do controle e precisam que eu dê um jeito.
É exatamente o que eu farei.
•••
── Tem certeza que só quer levar isso? ── pergunto encarando as diversas bolsas espalhadas pelo chão. Alyssa assente sem falar muito e eu dou de ombros, chamando os meus seguranças para que levem isso para o meu carro. Ambos dividem o peso e se vão ── Acho que faltou uma coisa. ── lembro-me e, diferente da última vez, eu não deixo-a andar por si só, seguro o seu pulso e a guio até a Victoria Secrets. Não é possível que ela não use peças íntimas.
── Don... ── ela começa, com a voz meio baixa, tenho certeza que está com vergonha. Eu bufo e a ignoro, entrando na loja e a soltando finalmente, observando as diversas peças íntimas expostas aqui. Confesso que são... Sensuais demais e no momento em que a minha mente começa a projetar possíveis imagens de Alyssa usando algumas delas, eu rapidamente balanço a cabeça e tento espantar esse tipo de pensamento
Eu mesmo escolho cada peça íntima e depois de pegar várias, eu entrego para Alyssa, que me olha sem entender. ── Acha que cabem em você? ── pergunto e ela concorda
── Sim. ── responde, timidamente.
── Ótimo. ── digo e depois de pegar mais algumas peças, dirijo-me ao caixa, a fim de pagar tudo o que pegamos. ── Precisamos conversar. ── eu falo depois que saímos da loja, foi impossível não segurar uma ou duas bolsas também.
── Sobre o quê?
── A sua gravidez. ── seu corpo tensiona assim que me ouve ── Você já decidiu se vai levá-la a frente?
── Eu não quero, Don. ── responde ── Não me sinto bem em levar essa gravidez à frente pois foi fruto de um abuso, se eu continuar, vai ser uma marca em mim pra sempre e eu não vou conseguir lidar com isso. ── balanço a cabeça e concordo com o que ela disse. Não vou opinar sobre, pois é o seu corpo, não o meu
── Vou te levar a um médico, se possível hoje mesmo. ── eu falo, convicto ── Depois que eu resolver algumas pendências minhas. Mas antes... ── mais uma vez, eu olho o meu relógio ── Vamos almoçar. ── mais uma vez estou nos guiando até a sessão alimentícia do shopping. O tópico "gravidez" é encerrado e não falamos mais sobre isso. Mas eu percebo que Alyssa está inquieta e, com certeza, quer me perguntar algo ── Pergunte. ── resmungo assim que encontramos uma mesa num restaurante qualquer
── Mas eu nem falei nada. ── tenta disfarçar e eu quase sorrio com isso. Quase.
── Está me olhando há bastante tempo. Sei que sou lindo, mas não gosto que me encarem assim. ── ela gargalha ao me ouvir.
Percebo que essa é a primeira vez que eu a ouço sorrir.
── Você é um tanto convencido. ── dou de ombros ── Mas está certo, eu quero perguntar algo.
── Aproveite que estou com paciência para responder. ── me ajeito na cadeira em que sentamos ── Mas se for algo sobre o meu nome... Não.
── Droga. ── resmunga e eu rolo os olhos
── Pergunta logo, não enrola muito. ── a apresso
── Certo... Então, por que me comprou?
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Valentina De Oliveira Neves Torricillas
Céus! Vai de smoking no shopping?!?
2023-09-23
1
Riva Ribeiro
Eu acho pelo fato dela ser tão novo e tbm chorava sem ninguém perceber. Eu acho que está menina sofreu muito qdo morava com a família.
2023-09-16
1
Eliana Machado
Don está apaixonado pela Alyssa
2023-05-19
0