── Bom dia, Don. ── ouço a voz de Tyler soar pela cozinha, me fazendo olhá-lo, enquanto levo uma garfada de frutas a boca. Espero que ele continue. ── Está ciente da viagem a Tóquio que faremos hoje? ── questiona e eu concordo.
── Sim, Tyler. ── respondo e apoio o garfo no prato, pegando um lenço e limpando a minha boca com ele ── Já pediu para Scotty organizar o jatinho? Sairemos em uma hora. ── completo e ele assente.
── Sim, ele já foi avisado. ── explica ── E a garota? Você já- ─── suspiro, e não deixo que ele termine.
── Se for falar sobre sexo, aviso de antemão que minha intenção com ela não é essa. ── o corto e ele curva a cabeça, dando um passo para trás assim que eu me levanto da cadeira onde estive sentado. ── Mas se apenas quer saber como ela se encontra... Eu espero que esteja bem. A propósito, irei vê-la agora. ── passo por ele, rapidamente, rumando para o quarto onde eu pedi que colocassem a garota. Ao chegar lá, giro a maçaneta e ao abrir a porta, vejo-a deitada na cama, olhando para o teto. Ao perceber a minha presença, ela é ágil em se levantar e tentar a todo custo cobrir-se com um lençol.
── Por favor... ── ela começa a me implorar e logo percebo que chora. Eu suspiro e penso que talvez tenham abusado dela antes do leilão, o que eu realmente lamento, mas não posso fazer nada. Se eu fosse matar a todos que estupram mulheres indefesas... Não sobrariam muitos para me servir.
── Eu não vou fazer nada com você. ── digo para tranquilizá-la ── E nem vou permitir que ninguém aqui faça. Você está segura agora. ── completo e aos poucos, sua expressão vai murchando
── Sério? ── ela pergunta, desacreditada.
── Sim. ── afirmo ── Você está com fome? Não come desde ontem. ── questiono e ela concorda
── Sim, senhor... ── também faz menção de saber o meu nome e eu nego com a cabeça
── Me chame apenas de Don, Alyssa. ── instruo-a e ela assente. Ninguém sabe qual é o meu nome e, na verdade, eu gosto que seja assim. Apenas os meus amigos se referem a mim ── raras vezes, como Leblanc, pois é o meu sobrenome. Entretanto, prefiro que eles não me chamem assim em público.
A guio até a cozinha e percebo que seus passos são quase silenciosos atrás de mim, por ela estar descalça. Eu respiro fundo e ao chegarmos no cômodo, eu puxo uma cadeira para que ela se sente e é exatamente o que a mesma faz, ainda um pouco nervosa. Não costumo agir assim, mas Alyssa está com medo e eu não quero apavorá-la ainda mais; me sento em frente a ela e ergo as minhas mãos para bater duas palmas, chamando a atenção de uma cozinheira que logo vem até mim, correndo.
── Sim? ── ela pergunta calmamente
── Traga comida para Alyssa, Dora. ── digo e a mulher concorda, ameaçando fazer o que eu pedi, mas eu a impeço ── E capriche, ela está com fome. ── completo e minha empregada assente com um sorriso pequeno, indo fazer o que eu mandei. ── Então... ── eu começo, apoiando meus cotovelos na mesa e pousando meu queixo em minha mão, observando-a melhor. Alyssa é uma garota muito bonita, estou curioso para saber de onde ela veio e todos esses outros detalhes. ── Como você veio parar aqui? ── questiono inicialmente e ela se ajeita na cadeira onde está sentada, obviamente com medo
── Eu morava no Texas. ── responde simples, com uma expressão triste ── Eu fui sequestrada há uns meses, quando estava a caminho de casa na volta do trabalho. ── ela relembra, e é notável o seu desconforto, mas eu não estou nem aí.
── Você sabe que está em Los Angeles, não sabe? ── indago e a mesma nega.
── Não sabia. Ninguém nunca me disse isso e eu nem podia sair para a rua. ── fala e eu molho os lábios com a ponta da língua ── Obrigada por me trazer para cá.
── Não me agradeça. ── a corto imediatamente ── Ou agradeça, não sei. Enfim, eu quero te informar sobre algumas regras que eu impus nessa casa para a boa convivência de todos. ── começo a falar algo muito importante, nunca se sabe se ela vai tentar fugir. Eu realmente não quero matá-la. ── Primeiro: Não tente fugir, nunca, em hipótese alguma. Eu não terei misericórdia de você e irei te matar, sem sombra de dúvidas. ── Alyssa arregala os olhos, assustada com o que acabei de falar ── Eu farei isso com as minhas próprias mãos, pois ninguém me passa a perna. Outra coisa, nunca me chame por nenhum outro nome que não seja Don. Está entendendo? ── pergunto e ela assente rapidamente.
── Mas por que não posso saber o seu nome?
── Em terceiro lugar: não me faça perguntas. ── falo por cima, sem ao menos esperar que ela termine a sua frase. ── Às vezes não terei paciência para respondê-las e, sinceramente, pessoas que falam demais me irritam e isso me leva a quarta regra, que é: Não seja uma pessoa tagarela, não perto de mim. ── Alyssa apenas concorda com tudo o que falo, sem falar mais nada. ── Não te quero bisbilhotando e nem muito menos perguntando aos meus funcionários sobre a minha vida. Isso não cabe a você. ── não demora muito e Dora traz a sua comida, com a ajuda de outras garotas
── Eu já entendi, Don. ── fala suavemente. O seu medo pode ser percebido há quilômetros de distância. Amo isso.
── Ah, uma outra coisa... Você pode andar pela casa, conhecer o jardim, a área externa, até mesmo tomar banho na piscina. Dora vai te ajudar com esses detalhes banais. ── mais uma vez a menina balança a cabeça, demonstrando que está ouvindo atentamente tudo o que eu estou dizendo ── Mas nunca vá para o salão de reuniões... Nunca. Principalmente quando estiver com pessoas por lá. Ele fica no andar de cima, é só pegar o elevador. ── aponto para a sala ── Não vá.
── Don, nós temos que ir. Temos trinta minutos. ── Tyler chega na cozinha, interrompendo a nossa conversa. Eu assinto e me levanto, passando as mãos por meu terno, encarando a garota uma última vez.
── Procure a Dora. ── aviso uma última vez e sigo o meu amigo para fora de minha casa. Percebo que há um Jaguar nos esperando aqui fora e novamente abrem a porta para mim, sou ágil em entrar no veículo.
── Naruhito está nos esperando no Palácio do Planalto, em Tóquio, você sabe. ── ele se refere ao presidente do Japão. Balanço a cabeça em concordância
── Me atualize novamente sobre o que vamos falar. ── peço e Tyler assente
── Ele quer conversar sobre a proposta que você fez sobre ser um de nós. Quer saber como isso vai acontecer, visto que a Máfia Japonesa é poderosa e pode matá-lo a qualquer momento. É uma proposta perigosa, Don. ── eu dou de ombros
── Não me importo. Mas por que tem que ser no Palácio do Planalto? Ele está com medo de morrer? ── é realmente cômico que um homem como ele esteja com medo daqueles idiotas.
── Sim, como você sabe, não somos só nós que temos o controle de alguns partidos políticos. Eles também e Naruhito teme isso. ── esfrego a minha barba lentamente, pensando por um tempo
Seria ótimo ter um aliado no Japão também e é claro que eu não estou com medo da Máfia Japonesa. Não estou despreparado para isso, então basicamente não preciso temer a absolutamente nada. ── Eu entendi. ── dou o assunto por encerrado e não discutimos sobre mais nada durante todo o percurso até o aeroporto.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Ilma Oliveira
concordo com vc posta fotos por favor
2024-06-27
2
Maria Prado
Bom seria se tivesse fotos dos personagens
2024-05-25
0
Rose Gandarillas
Tudo bem ele. o Don limpar a boca com um lenço, mas se levarmos em consideração que ele está a mesa tomando seu café da manhã, acredito que esse Don que tem até jatinho certamente tem guardanapos para limpar a boca ao lado de cada serviço na mesa.
2023-10-09
0