Nas Mãos De Um Mafioso
Implacável. É como alguns se referem a minha pessoa. Inabalável, poderoso e, acima de tudo, um grande filho da puta, ou melhor, o maior deles. Esses são alguns adjetivos usados para se referir a mim e eu, é claro, aceito-os de bom grado, pois talvez seja exatamente o que eu sou.
Contudo, eu acredito que inabalável é apenas o império que eu construí. Eu sou apenas um ser humano, mas talvez tudo isso se dê pelo fato de que eu não costumo dar o braço a torcer em certas ocasiões e, nunca, em hipótese alguma, um inimigo meu conseguir me derrubar. Eles nem ao menos conseguiram chegar próximo ao rastro do sapato caro que eu uso.
Foi muito difícil chegar aonde cheguei, eu precisei lutar muito e, principalmente, apanhar pra caralho. Tudo isso serviu para o meu aprendizado e eu não me arrependo de tudo o que fiz. Afinal, não tenho nenhuma autoridade no meu pé, nem a polícia, ninguém. Todos, sem exceção, foram subornados por mim e é nesse ponto que o adjetivo invencível se encaixa. Eu tenho tudo o que eu quero e eu não preciso fazer esforço algum para conseguir, visto que eu tenho várias pessoas em mãos.
Eu estou no controle.
Naquele fim de tarde de julho, eu estava conversando com alguns líderes de gangues locais, a respeito do comando de algumas partes do estado. Eu sinto-me na obrigação de resolver isso, sempre preciso encaixar eles em seus respectivos lugares para que não hajam confrontos, visto que alguns são inimigos mortais.
Exatamente por isso, essas reuniões são raramente feitas, pois eu tenho muito o que fazer e, além disso, não tenho paciência para lidar com esses patetas discutindo a todo segundo. Aquele dia estava entediante pra porra e eu só queria tomar um bom banho e dormir, mas eu não poderia fazer isso, porque aconteceria, neste mesmo dia, um grande "leilão" de mulheres - ou prostitutas, e eu precisava estar presente.
Não que essa merda me interesse, mas eu precisaria ir, pois haviam sido inauguradas três boates pertencentes a mim e eu iria escolher a dedo cada mulher que trabalharia lá. Digamos que eu sou um homem muito seletivo e cuidadoso quanto a isso, gosto sempre de oferecer o melhor aos meus clientes e também aos meus súditos, por isso também a minha fama de impecável.
Eu admito, realmente sou.
Horas depois, a reunião finalmente havia acabado e eu estava livre daqueles babacas. Me desloco para o salão principal da casa e vejo ali alguns caras, aos quais eu conheço por meus conselheiros e também, os meus únicos amigos no meio de todo o turbilhão que a minha vida se tornou nos últimos anos. Tyler, Thomas, Lucca e Victor são os seus nomes. Com certeza eles estavam me esperando para o leilão.
── Don, Jeffrey nos disse que a reunião acabou agora. Se sente confortável em ir para o leilão hoje? Podemos adiar isso, pois compreendemos que seu dia foi cansativo. ── Lucca explica e eu o olho, estudando-o de cima a baixo, sentindo o cheiro do seu medo de longe. De todos, ele é o único que teme demasiadamente a mim e isso é tão... Prazeroso. O medo das pessoas me excita de maneira fervorosa, não sei bem o porquê.
── Sim, Lucca. Eu quero e eu vou hoje mesmo. ── respondo e ele concorda, baixando a cabeça, não mantendo contato visual comigo por muito tempo. ── Thomas, que horas são? ── questiono e ele rapidamente olha o seu relógio de pulso, limpando a garganta antes de me responder:
── Sete e meia, Don.
── Vamos. ── eu digo e uma das mulheres que trabalham aqui vem até mim, trazendo consigo o meu smoking, o colocando em mim. Olho-a e levemente aceno em sua direção, como se a agradecesse. Caminho até a porta da frente e logo os seguranças a abrem para mim, vindo atrás de nós depois. Me aproximo da limousine que nos aguarda estacionada na frente de minha casa e o motorista abre a porta. Eu entro primeiro e, em seguida, os quatro.
── Boa noite, Don. ── Matteo, o motorista me saúda e eu aceno em sua direção ── Rapazes. ── todos se cumprimentam e eu mantenho-me em silêncio, aguardando que cheguemos ao salão. Os garotos também não falam nada e eu agradeço por isso. O silêncio é ótimo para mim. Depois que Matteo dá partida na limousine, eu observo todos os meus amigos discretamente e flagro uma cena um tanto quanto... Nova para mim. Tyler e Thomas se encarando de uma maneira que nunca percebi antes.
Todavia, eu fico em silêncio, nada comento.
•••
── Boa noite, cara. ── um dos responsáveis pelo leilão vem até mim e ergue a mão para bater na minha, eu o faço, sem esboçar reação alguma. Os meus amigos ficam ao meu lado e os meus seguranças logo atrás. ── Que bom tê-los aqui, não imaginei que viria, ah... ── o homem de meia idade faz menção para saber o meu nome e eu ergo uma sobrancelha em sua direção, puxando o meu terno para baixo e passando minhas mãos nele
── Chame-o de Don, Cole. ── Tyler o corrige e ele arregala os olhos, concordando rapidamente
── Perdão, Don. Eu não sabia.
── Tudo bem. ── eu respondo indiferente e olho por cima do seu ombro o que está acontecendo dentro do salão e vejo apenas alguns corpos dançantes. Enrugo a minha sobrancelha.
── O que está acontecendo aqui? ── questiono seriamente, enfiando as minhas mãos nos bolsos da minha calça. ── Ah, entendi. ── é um evento ilegal, às vezes esqueço que é crime vender pessoas.
── Entrem, por favor. Todos estão à espera. ── balanço a cabeça e rumo para dentro do local, observando atentamente cada detalhe desse salão. Trinco o meu maxilar e ergo a mão para que meus seguranças parem de andar, assim eles o fazem. O tal Cole continua andando, sem perceber que paramos.
── Fiquem atentos a qualquer movimento que vocês julgarem estranho. ── digo e eles concordam ── E vocês já sabem, qualquer coisa... Atirem. Para matar. ── dito isso, eu continuo o percurso até uma parte mais reservada do lugar, que também é extremamente luxuosa. O que não é pra menos, eu realmente iria ficar possesso se o dinheiro que eu invisto aqui não fosse usado para algo que preste.
Todos curvam a cabeça e abrem caminho para que possamos passar, cumprimento com o meu típico aceno alguns rostos conhecidos por mim. Chegamos aos assentos frontais e logo sentamos ali, aguardando pacientemente que o leilão comece. O que não demora muito, logo, os que estão à frente deste evento o inicia, trazendo consigo as mulheres que estão à venda. São muito bonitas, eu confesso. Elas chegam em fila e se organizam dessa forma, todas, sem exceção vestem apenas lingeries, nos proporcionando a visão de seus corpos.
De fato, isso é doentio. Mas o tráfico de mulheres já acontece há muito e muito tempo, acho que a essa altura, não há como intervir nisso mais. É realmente algo incontrolável, saiu do controle de todas as autoridades, eles simplesmente não podem evitar que isso aconteça. E nem ao menos querem, visto que eles mesmo se aproveitam destas pobres mulheres que estavam apenas no lugar errado, na hora errada.
Para mim, entretanto, estupro é algo totalmente nojento, eu nunca precisei obrigar uma mulher a transar comigo, sempre consegui isso com o seu próprio consentimento. Todo e qualquer soldado meu também está ciente disto, o que, por acaso, virou uma regra:
Sem estupros.
O primeiro lance começa e eu observo calmamente todos propondo valores altíssimos nessas mulheres. Mais uma vez, meus olhos percorrem por elas e uma em especial me chama a atenção. Ela está encolhida entre todas as outras e seu rosto está inchado, como se tivesse chorado por horas e horas seguidas. Ela tenta a todo custo se cobrir dos olhares maldosos. De fato essa garota é muito nova, eu tenho pena dela por ter caído nas mãos desses carniceiros.
── Pelo visto alguém chamou a atenção do nosso querido Don. ── ouço Victor sussurrar em meu ouvido e eu passo os dedos levemente por minha barba, continuando a encarar aquela garota. Quando seus olhos se encontram com os meus, mantenho o nosso contato visual e percebo seus olhos se arregalarem e, de repente, sua pele tornar-se pálida.
Aparentemente, ela sabe sobre mim.
Eu não respondo, apenas balanço a minha cabeça e chamo a atenção de Tyler, que é um dos mais próximos a mim. ── Sim? ── ele questiona calmamente e eu suspiro, finalmente desviando o olhar daquela garota
── Quero que tire-a dali. ── aponto, discretamente para ela. ── Ela é minha. ── determino e Tyler concorda, pedindo licença e caminhando até lá. Ao chegar, ele sussurra algo no ouvido de um dos homens e ele me olha, concordando.
Posteriormente, eu descobri que o nome daquela garota é Alyssa e tem 19 anos. Eu realmente a comprei e levei-a para morar junto a mim. Minha intenção não era escravizá-la e nem muito menos comê-la à força. Sinceramente, até hoje eu não entendi porque fiz isso, mas na hora, eu senti necessidade de fazê-lo. A partir daquela noite, a minha vida mudaria drasticamente, depois de ela ter cruzado o meu caminho e é exatamente essa história que será contada a vocês.
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Olá! Antes de darem continuidade à leitura, acho que é de bom tom deixar salientado aqui que a história que se seguirá tem uma LEVE pegada de dark romance, o que quer dizer que existe linguagem agressiva, uma certa possessividade vinda do protagonista a respeito da protagonista, e um pouco de tudo o que envolve este gênero.
Estou deixando claro de antemão, para avisar às senhoras ou senhoritas que não curtem esse tipo de leitura; sendo assim, este é o convite claro para você deixar a novela, caso ela não seja o que você está procurando. Além, claro, dos inúmeros gatilhos que haverão no decorrer da trama. Já existem algumas reclamações por aqui, e como não me sinto confortável com a maioria delas, acho legal deixar avisado a vocês que decidirem continuar a ler.
Desde já, muito obrigada pelo apoio e a compreensão.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Babi
um casal 🙌🏼🙏🏼
2024-06-02
1
Nazidi Vasconcelos
querida autora estou sem compreender porque vc retornou o livro a escolhida por Martin Martinez eu estava amando a história porque autora vc não vai mas escrever esse romance pelo amor Deus autora não faz assim eu queria muito ver o final do livro por favor autora traz ele de volta pr a suas leitora que ama ler esse tipo de romance espero sua resposta
2024-02-10
2
Maria Jose de Oliveira Freitas da Silva
tá ficando interessante demais 😍
2023-10-28
0