CAP 17

Depois de dois longos meses se organizando para sua mudança, Mel finalmente estava em solo americano, ela, Lily e Clóe, a baba da pequena, haviam posado, assim que pegaram suas bagagens, já que não eram muita, pois suas coisas já haviam sido enviadas alguns dias antes, ela pegaram um táxi, enquanto a pequena dormia em seu colo, ela observa a cidade iluminada pelas luzes dos altos prédios.

“Você não parece muito animada em voltar.” Clóe diz a tirando de seus pensamentos.

“Agora que parei para pensar, eu irei ver aqueles seres que me venderam sempre.” Mel diz ainda olhando pela janela.

“Você sabe que não está sozinha, não é?” Clóe diz carinhosamente.

“Eu sei, e você como se sente sabendo que estará perto da sua família novamente.” Mel pergunta para acabar com sua melancolia.

“Estou feliz, poderei velos todo fim de semana, e não apenas uma vez ao ano.” Clóe diz com um enorme sorriso.

“Fico feliz, eu estava pensando, irei precisar de uma pessoa de confiança para cuidar da propriedade, jardim, quintal do tudo sabe, e de uma pessoa para cuidar da comida e limpeza, então pensei nos seus pais, já que eles foram dispensados do trabalho, e lá tem uma casa separada, não e muito grande mas assim vocês terão a privacidade de vocês, mas se quiserem ficar na casa principal também serão bem vindos.” Mel diz animada.

“Está falando sério, será ótimo, eles estão ficando em um hotel, falarei com eles assim que chegarmos, e a casa está ótimo, não queremos atrapalhar sua privacidade.” Clóe diz animada.

Assim que chegam, o carro para na entrada do condomínio, e um rapaz se aproxima, Mel se apresenta.

“Boa noite eu sou a Melanie, sou a nova proprietária da casa dos Benson, a Srª Mary falou que deixaria a chave aqui.” Melanie diz amigável.

“Bem-vinda Srª, ela deixou sim, as coisas da Srª chegou na sexta e a Srª Mary recebeu tudo, inclusive eu a ajudei a organizar as coisas.” O rapaz diz com um sorriso.

“Obrigada, você trabalha aqui a pouco tempo certo?” Mel pergunta enquanto ele traz a chave e um pequeno cartão.

“Sim, faz dois anos, eu fico a noite e meu pai durante dia, qualquer coisa que precisar e só nos falar.” O rapaz diz se despedindo.

Enquanto o carro segue até a casa, Mel lê o cartão deixado por Mary, ela pede desculpas por não poder esperar sua chegada, e que ela havia cuidado da decoração assim como haviam combinado.

Depois de ter tudo em seu lugar, e estarem preparadas para descansarem, Mel desce até a cozinha para tomar um pouco de água, quando está retornando para seu quarto, ela para em frente a grande janela da sala e fica encarando sua antiga casa, todas as luzes apagadas, já que elas haviam chegado de madrugada, suas lembranças vieram a tona, Todas as humilhações que havia passado, como seu pai nunca havia visto como uma filha, apenas seu fantoche para tirar o peso das obrigações dos ombros de Emma, e claro o dia que pensou que sua vida havia acabado quando foi vendida e descobriu da traição de Brian e Emma, e apesar de tudo a perda de seu pai também era dolorosa. Sem poder segurar, suas lágrimas desciam sem seu consentimento, não era dor ou tristeza, mas raiva de ter sido privada de uma infância normal, com o amor e cuidado que precisava, da juventude que lhe foi arrancada enquanto Emma fazia o que bem entendia, em como eles jogavam em sua cara que ela era ingrata, que era sua obrigação ser um exemplo, ser perfeita, para que Emma tivesse um futuro brilhante com tudo o que tirava de suas mãos, e o pior por seu pai que nunca lhe deu nem um poco de carinho e ainda sim ela cuidou de tudo depois de sua morte.

Mel voltou para seu quarto, e ficou olhando sua filha dormir, já que para ela não assustar com o lugar, ela preferiu que Lily dormisse com ela.

“Eu juro meu amor, que eu jamais deixarei você sofrer, ou ficar desamparada.” Mel diz acariciando os cabelos da pequena.

Logo pela manhã Mel foi acordada pela pequena, querendo mama, enquanto amamentava Mel ria com a falta de sossego da pequena, que ficava ajoelhando, e virando de um lado para o outro, até ser mordida pela pequena.

“Lily, assim você vai arrancar um pedaço da mamãe.” Mel diz apertando as grades bochechas da Lily.

“Aí mamãe, não me peta mamãe,” Lily diz fazendo beicinho.

As duas depois de arrumadas descem para tomar o café da manhã, e assim como havia conversado com Clóe, seus pais já estavam acomodados, eles haviam chegado bem cedo, e a mãe de Clóe havia preparado a refeição. Enquanto estavam comendo, conversavam animadamente, até que foram interrompidos com o som da campainha, Elisa foi atender, voltou dizendo que haviam umas pessoas querendo falar com a dona da casa, Mel foi até lá, quando chegou seu corpo gelou na hora ao ver quem era.

“O que você está fazendo aqui?” Norah disse surpresa.

“Esta casa minha.” Mel disse ao se recompor.

“Você sabe todos os problemas que tivemos com sua falta responsabilidade, enquanto estava bem.” Norah diz raivosa.

“Não quero saber, e melhor vocês irem embora.” Mel diz com desdem.

“Mamãe, mamãe quelo colinho mamãe.” Lily diz vindo correndo.

“Você tem uma filha.” Norah diz raivosa.

“Sim, agora vão embora.” Mel vocifera.

“Você acabou com minha vida, enquanto ficava se divertindo.” Emma diz aos gritos.

“Não é o que parece, pelo que vejo você e Brian estão juntos ainda, não é Brian? E eu estava trabalhando, não como você e sua mãe, dois parisitas, que ainda de quebra venderam a empresa e fugiram me deixando com uma enorme dívida do hospital.” Mel diz raivosa e fecha a porta.

Ela se senta com Lily em seu colo, enquanto sente suas forças se esvaírem, e as lágrimas quentes descerem pelo seu rosto. Clóe pega a Lily e vai com ela para o quintal, enquanto Elisa fica com a Mel, ela chora em silêncio, sentido a raiva consumir seus sentidos, não acreditava que eles eram tão mesquinhos a esse ponto, mas ela não sairia dali, ia mostrar a eles o quão superior era, e que não precisava de nada vindo daquelas pessoas.

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