— Eu não sei se você sabe, mas eu nunca estive com um homem, assim, desse jeito.
Maria se sentiu até aliviada de estar escuro e ele não poder ver o quanto ela estava envergonhada.
— Como assim nunca esteve com um homem?!
Gabriel questionou somente com o intuito de provocar Maria, pois ele percebeu que ela ficou tímida só pelo tom de voz.
— Eu tenho certeza que você entendeu Gabriel, não se faça de bobo!
A garota estava totalmente sem jeito com o rumo daquela conversa. Mas aquilo deixava Gabriel ainda mais instigado a provocá-la.
— Penso que não entendi bem. Será se você poderia me explicar melhor?
Gabriel estava com vontade de rir do constrangimento de Maria. Ele gostou da sensação que sentiu ao brincar com ela.
— Por favor Gabriel, não me faz dizer isso em voz alta! Acho melhor você sair, eu não quero dormir com você, eu nem te conheço.
Maria disse isso com um pouco de receio. Ele certamente era mais forte que ela, poderia muito bem pegá-la a força. Mas a jovem sabia bem lá no fundo que ele não seria capaz disso. Desde que ela chegou naquele lugar, ele a tratou bem, mesmo tendo agindo com grosseria em certo momento. Na verdade, Gabriel foi muito mais do que Maria esperava. Ela acreditou que morreria ou seria violada e torturada, mas parece que o seu carcereiro não era nada como ela imaginou. A moça sentiu isso quando ouviu a sua voz pela primeira vez e quando acordou e percebeu que estava viva e não tinha sido violada, ela teve quase certeza. Mas ainda assim, a garota sentia uma ponta de medo.
— Não me entenda mal Maria, eu só quero dormir ao seu lado... pometo não fazer nada que você não queira... por favor... me deixe ficar!
Gabriel achou melhor deixar de brincadeira e tranquilizá-la.
— Mesmo que você não tenha intenção de me pegar a força, eu não quero que você durma aqui Gabriel. Eu sou uma moça decente, não costumo dividir a cama com homens. Você me pediu para ficar aqui comigo, mas eu não quero isso, quero que você saia daqui. Mas se você não quiser respeitar a minha vontade, eu não posso fazer nada, afinal, sou só uma prisioneira aqui, a mercê das suas vontades.
A jovem dizia aquilo um pouco em dúvida. Ela sabia que se ele a tocasse, toda a sua determinação cairia por terra e ela cederia. Mas Maria não queria que ele pensasse que ela era uma garota fácil, que se entregaria ao primeiro que aparecer. Na verdade, nem mesmo a moça entendia bem o que estava sentido, porque nunca havia sentido. Era tudo novo para ela. O jeito que o seu corpo reagia a ele a surpreendia. Ele a deixava elétrica. A voz e o cheiro que vinham dele eram tão convidativos. Talvez se ele não tivesse a proibido de tocá-lo, com certeza Maria já teria tentado. Ele estava tão perto. Ela podia até ouvir a sua respiração, que estava tão ofegante quanto a dela. O que fazia a garota se perguntar se ele também sentia essa montanha-russa de emoções ao estar no mesmo ambiente que ela.
— Tudo bem Maria, se você quer assim, eu não vou insistir mais. E você não é prisioneira aqui, na hora certa você poderá sair.
Gabriel ficou decepcionado com a rejeição de Maria, mas o garoto já esperava por isso, embora ele desejasse ardentemente que ela o aceitasse ali.
— Se eu não posso sair quando quero, sou prisioneira sim.
Maria ficou confusa. Então ela poderá sair um dia??
Gabriel ficou magoado.
— Não faz assim Maria, não dificulte as coisas.
Maria achou o seu tom de voz melancólico. Mas ela não poderia dar o braço a torcer tão facilmente.
— Eu não estou dificultando nada, só estou dizendo o que eu penso. O que você quer de mim Gabriel? Me diz de uma vez! Se eu não sou sua prisioneira, o que eu sou para você? Uma boneca com a qual você pode brincar a hora que quiser? É isso Gabriel?
Maria estava ficando irritada.
Gabriel queria poder contar tudo a ela.
— Pra mim você é o mundo inteiro... mais que isso... você é a minha vida, Maria. Você não faz ideia do quanto eu esperei por você. Eu te amo tanto... sempre te amei e sempre vou te amar... você só precisa saber disso.
A moça ficou sem palavras. Ela não estava entendendo nada. Ele a amava?? Isso amoleceu o coração dela.
— Eu não estou entendendo nada Gabriel. Você está falando que sempre me amou? Desde quando? Você já me conhecia?
Maria estava tentando disfarçar a felicidade que foi saber que ele a amava. A garota estava tentando raciocinar direito, entender o que estava acontecendo, mas era difícil. Difícil entender como era possível ela se sentir assim por alguém que ela não conhecia, mas que, de alguma forma, parecia conhecê-la.
— Me desculpe Maria, eu não queria te deixar mais confusa. Eu devo ter te assustado com as minhas palavras. É que você me fez perguntas que eu não posso responder agora! Eu só quero que você confie em mim... quando chegar a hora eu vou te contar tudo.
— Você só sabe dizer isso Gabriel! Que na hora certa vai me contar isso e aquilo! Mas tudo bem, eu vou te dar um voto de confiança e espero não me arrepender depois!
— Obrigado Maria, eu garanto que você não vai se arrepender. Eu vou fazer de tudo para ganhar o seu amor e ser digno dele, mas se eu não conseguir, vou deixar você ir, mesmo que eu morra depois.
— Nossa... também não é para tanto Gabriel.
Maria não pôde esconder a surpresa que sentiu com as palavras de Gabriel. Ele morreria se ela partisse? Será se foi só modo de falar? A garota até se assustou um pouco, mas gostou de ouvir. Gostou de saber que era importante para ele.
Ela estava enfrentando um dilema interno. Maria queria deixar o orgulho de lado e admitir que já estava apaixonada por Gabriel, mas ela não queria facilitar as coisas para ele. Ela o deixaria esperar um pouco mais.
— Eu não quero que você se sinta pressionada Maria, mas você acha que poderá me amar um dia, mesmo sem poder ver a minha aparência?
Gabriel estava ansioso.
Maria estava sem palavras.
— É difícil dizer Gabriel... é... eu não sei ao certo.
Apesar de não esperar que Maria respondesse, ele não conseguiu deixar de ficar triste.
— Tudo bem, eu entendo perfeitamente... acho melhor eu sair agora e deixar você descansar.
Maria percebeu que Gabriel ficou triste e ela sentiu-se mal por ele.
Ela sentiu ele levantando da cama e podia ouvir até mesmo os passos firmes dele, caminhando em direção a porta do quarto. Maria sentiu um aperto no peito e um nó na garganta, como se estivesse prestes a chorar.
— Gabriel!
Ela gritou, com a voz embargada.
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Amandinha oliveira 🤩
Será se ele é um bicho ai mds estou com uma pulga atrás da orelha o quê será 🤔
2023-04-07
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