Capítulo 2

..."Trail of Dreams" de Gary Niblett...

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O carroção chacoalhava de um lado para o outro no caminho estreito que atravessa a Floresta de Fuzia. O estômago de Alana finalmente se acostumou depois de dois dias de viagem, mas ela ainda estava receosa em comer um pedaço de pão depois de vomitar os últimos três que comeu.

Aquela era sua primeira vez na vida andando em outra coisa que não fosse suas próprias pernas e o sentimento depois de ficar quicando na traseira do carroção a deixou extremamente abatida. Seu corpo já vinha sofrendo abuso à meses e não recebeu muito bem a novidade do transporte.

Sentindo o estômago apertar de fome, Alana desatarraxou o cantil de água e tomou um gole raso.

— Menina, você tem que comer um pouco ou vai desmaiar já já.

A mulher que estava viajando com seu marido no último carroção da caravana disse com simpatia. Ela viu a menina, que devia ter a idade de sua filha mais velha, se debruçando na beira do carroção para vomitar por dois dias consecutivos. Apesar de a própria não estar muito acostumada a viajar em carroções, também não teve uma reação tão extrema.

Alana levantou os olhos em direção a mulher de meia idade e disse que iria esperar um pouco mais antes de tentar comer novamente. Depois puxou o capuz mais para baixo, de forma a cobrir seu rosto quase até o nariz e bebeu mais um pouco de água.

Realmente o enjôo estava muito melhor que antes, mais ela estava com medo de desperdiçar comida novamente. Ela não tinha muito dinheiro sobrando, e não sabia como seria a vida quando chegasse a Truzia. Assim, era melhor não arriscar e esperar um pouco mais.

De qualquer jeito, já era quase pôr do sol e a equipe de escolta logo montaria acampamento junto ao líder da caravana.

A viagem pela Floresta de Fuzia até agora foi bem tranquila e não houve ataques de bestas, porém a equipe de escolta era cautelosa e não ousava viajar à noite, de modo que antes do sol se pôr a caravana montava acampamento em um trecho mais aberto da estrada.

Como os três passageiros no último carroção pagavam apenas pelo transporte, eles não tinham barraca e dormiam sentados no mesmo local em que viajavam durante o dia. Apenas se levantando para atender suas necessidades fisiológicas ou para ir a fogueira que o líder montava para aquecer sua refeição.

Os mercadores e o líder da caravana ficavam em uma única barraca, que fornecia sacos de dormir acolchoados, além de dois aventureiros com habilidades para fornecer proteção exclusiva durante a noite.

Os outros membros da escolta se espalhavam em um círculo em volta de todo o acampamento junto com os funcionários do líder da caravana. Eles se revezavam no descanso durante o dia para que, à noite, pudessem ficar de patrulha e proteger contra ataques de bestas.

Não muito depois de Alana falar com a mulher, o líder da equipe de escolta acenou para o comboio parar. Os cavalos foram direcionados a uma pequena clareira na beira da estrada e os passageiros desceram um a um dos carroções.

Alana pulou da traseira e se esticou, ouvindo seus ossos estalarem. Depois de tanto tempo sentada, seu corpo estava rígido.

Os funcionários do líder da caravana estavam montando a barraca e fazendo uma fogueira no centro do acampamento improvisado, sendo cercado pelos três carroções.

O casal que viajava com Alana já estava pegando uma panela pequena e indo em direção ao rio que corria perto da estrada junto com outras pessoas da caravana. Alana não se apressou e esperou quase todos voltarem ao acampamento antes de ir encher seu cantil.

Quando ela chegou a beira do rio, uma mulher que fazia parte da escolta estava enchendo seu cantil também. Levantando a cabeça, a mulher de cabelos ruivos viu a menina que parecia pálida e perguntou como ela estava.

— Já estou me sentindo melhor, obrigada. — Alana respondeu em voz baixa e se agachou para pegar água.

Olhando de lado para a ruiva, Alana notou seus olhos estranhos e belos, de uma cor verde vibrante com o que parecia pequenas estrelas brilhantes espalhados pela íris, e se lembrou de seu pai.

O pai de Alana era um professor de origem humilde antes de falecer por doença cardíaca. Ele costumava dar palestras para sua filha em casa e ensinava-a acerca do mundo em que viviam. Seu assunto favorito era a magia e as habilidades mágicas. Segundo seus ensinamentos, tudo neste mundo era imbuído de magia. Desde o solo e água aos seres vivos como humanos, animais e plantas. Porém, não eram todos que poderiam utilizar essa magia livremente.

Cada ser já nasce com afinidade para os mais variados tipos de magia, como fogo, água, vento e terra, essas sendo as mais comuns. Ainda era possível despertar habilidades variantes como a mental, espacial, madeira e relâmpago, por exemplo. Existem ainda muitas outras variações, contudo são extremamente raras.

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Comments

Rozana Silva

Rozana Silva

tô aqui lendo

2023-01-20

1

Jozse Da Shilva

Jozse Da Shilva

Depois de dois capítulos eu sei o nome da personagem principal

2023-01-15

2

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

espero q essa ruiva a ajude. queria muito q ela voltasse toda poderosa p acabar c a nojenta e o gordinho

2022-12-21

1

Ver todos

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