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E

teríamos que estar certos de que seu pedido de desculpas era sincero.”

Escondendo o pânico pela resposta selvagem de seu corpo, ela passou por Rio e saiu

do carro, vagamente consciente de que fez só porque ele permitiu. Tinha a sensação que, tão grande e forte quanto estes homens eram, eles pareciam perfeitamente capazes de segurá-la

contanto que quisessem. Por que esse pensamento deixou sua calcinha ainda mais molhada?

“Tudo isso não significa nada para mim já que não estou interessada em ter um relacionamento com ninguém.” Ela esperava que eles chegassem ao ponto e recuassem.

“Estou curiosa sobre uma coisa, porém.”

Até aí Clay já tinha saído do carro e andado ao redor para se juntar a eles. “Sobre o

que você está curiosa, doce?”

“Se os homens desta cidade são como vocês, por que há algumas mulheres aqui ainda? Elas já teriam partido até agora. Por que qualquer mulher ia querer ficar com um

homem que a espanca?”

Clay e Rio começaram a rir. “Por que você não pergunta a sua irmã, Natalie?” Clay

perguntou a ela. “Você sabe que Jake é um Dom, não é?”

“Um Dom?” Jesse olhou de um lado para outro entre os dois. “Você quer dizer

chicotes e correntes?”

“Entre outras coisas.” Clay assentiu. “Rio e eu não somos Doms como Jake, mas

sabemos como fazer nossa mulher se comportar. A surra ia deixá-la saber que você cruzou a linha,” ele a estudou, “mas com você, estaríamos dispostos a experimentar.” Ele olhou para Rio. “Nunca tive interesse em usar brinquedos em nossas mulheres, mas isso me faz sentir

um aventureiro. Temos algumas compras para fazer, Rio.”

Rio ajustou seu jeans mais uma vez. “Aparentemente,” ele murmurou.

Clay continuou a olhá-la e ela lutou contra o impulso de se inquietar. “Sua irmã está ficando com a bunda espancada agora enquanto falamos, e quem sabe mais o quê por aquele

pequeno atrevimento de antes.”

“Como se atreve? Ela não fez nada de errado!” Jesse não entendia por que sua irmã estava sendo castigada e se preocupava. Brevemente imaginou a gargantilha que Nat sempre usava e se perguntou se era mais do que apenas um belo colar. Poderia ser uma coleira que Jake tinha colocado nela?

“Promessas, promessas,” Rio a imitou. “Tenho sido tão negligenciada ultimamente.”

Clay sorriu e adicionou, “Não se preocupe com Nat. Ela está tendo exatamente o que queria. Ela sabia como seu marido ia reagir. Quando um homem é desafiado por sua mulher, é sua responsabilidade e privilégio enfrentar esse desafio. Ela queria a atenção de seu

marido, e conseguiu. Confie em mim, ela vai amar!”

Clay tocou o braço de Jesse, franzido a testa quando ela recuou. “O que você precisa entender é que as pessoas que vivem nessa cidade o fazem por uma razão. Ela foi fundada por pessoas que desejavam viver suas vidas de um jeito que é diferente do que a maioria considera ‘normal’. Eles queriam viver onde poderiam ser aceitos, não julgados pelos

padrões das outras pessoas.”

“Não entendo.” Jesse sacudiu a cabeça em confusão. “Você quer dizer que um monte

de Doms vive aqui?”

Clay assentiu. “Sim, e há um monte de homens que são como eu e Rio. Queremos uma vida onde temos uma mulher que ame a nós dois e que ambos a amamos. Nossos pais viveram assim. Crescemos nesta cidade. Sempre soubemos que queríamos viver nossas vidas

desse jeito.”

“Nós dois fomos casados antes,” Rio acrescentou. “Casamos com duas mulheres diferentes e odiamos. Nós dois nos divorciamos há algum tempo, e agora estamos prontos para continuar com nossas vidas. Mas dessa vez, vamos viver do jeito que a gente sempre

quis.”

Clay assentiu e continuou, “O ponto é que as pessoas aqui vivem suas vidas da maneira que lhes convém e ninguém é julgado. Temos mulheres que são subs quem vem para cá à procura do Dom certo. Há também homens e mulheres que vivem nesta cidade como casais, por que simplesmente gostam da cidade. É tão normal ver um casal nesta cidade como é ver uma mulher de coleira com seu Dom ou uma mulher com mais de um

marido.”

Jesse não pôde deixar de ficar intrigada. “Mas, ter mais de um marido é ilegal,” ela

argumentou.

“Aos olhos da lei, sim,” Rio lhe disse. “Em Desire, uma mulher é legalmente casada

com o mais velho, se eles são irmãos ou apenas amigos, mas uma cerimônia que inclui todas as partes envolvidas é realizada. Temos uma mulher na cidade chamada Isabel, que é casada com três irmãos. Ela é legalmente casada com Ben, que é o primogênito, mas se alguém se atrever a insinuar que os outros dois não são seus maridos, não haveria inferno para pagar. Ela ama os três e eles adoram o chão que ela pisa. É assim que é aqui.”

“Funciona bem para nós,” Clay acrescentou, “porque nós fazemos funcionar. Há uma

série de regras não escritas aqui que os novatos aprendem rapidinho, e respeitam, ou então

são colocados para fora da cidade.”

“Regras não escrita?” Jesse não conseguiu deixar de perguntar. “Tais como?”

“Primeira regra,” Clay lhe disse “é que as mulheres nunca são prejudicadas. Qualquer um que machucar uma mulher recebe a merda batida fora dele e se torna um

párea. Somos todos muito próximos aqui e um párea nunca poderia sobreviver.”

“Gostei dessa regra.” Ela assentiu. “O que mais?”

Clay parecia feliz que ela tivesse demostrado interesse em seu estilo de vida e continuou. “Outra regra é que você tem que ouvir os homens ao seu redor, ou seus maridos

serão informados que você desobedeceu e você será castigada.”

“Isto não é justo.” Ela sacudiu a cabeça. “Por que uma mulher teria que obedecer a cada homem na cidade? Isso é ridículo!” Ela se virou, mas parou quando Clay segurou seu cotovelo.

Ela se virou para estalar, mas parou quando viu o olhar de súplica em seu rosto.

“Tente imaginar esta cidade mais de cem anos atrás, Jesse. Doms e homens como nós, homens que queriam compartilhar uma mulher fundaram esta cidade. Você sabe como era difícil para as mulheres antes? Elas não tinham direito ou escolha, a não ser obedecer a seus

maridos. Elas podiam até mesmo ser espancadas!”

Jesse viu a careta de Rio e foi encorajada por isso. “Então as mulheres que vinham para Desire antes, não podiam ser espancadas?” Ela encontrou-se intrigada com o pensamento de pessoas se movendo para cá em um momento que as escolhas de estilo de

vida teriam sido vistas com maus olhos pela sociedade.

Clay sacudiu a cabeça. “Se um homem batesse em sua esposa, ele se tornaria um

párea e seria forçado a partir. A cidade permitia que sua esposa ficasse onde ela estaria segura e protegida. Você tem que entender, Jesse. As mulheres tinham mais liberdade aqui do que a maior parte das mulheres no país. Como uma cidade poderia crescer se as mulheres não viessem para cá, sabendo que seriam maltratadas por Doms ou maridos múltiplos? Estas

regras protegem nossas mulheres. Elas ainda fazem até hoje.”

“Pense sobre isso do outro lado, Jesse.” Rio sorriu para ela. “As regras mantêm os

homens na linha. Você tem alguma ideia do quão difícil às pessoas nesta cidade desceria em

um homem por bater ou até mesmo enganar sua esposa?”

Clay assentiu. “Olha, ninguém além de seus maridos lhe diriam o que fazer, mas se você se encontrar em uma posição que é perigosa ou poderia lhe prejudicar de qualquer maneira, outro homem se moveria para protegê-la. Todos nós protegemos todas as nossas mulheres o tempo todo. Se você o desobedecesse, ele a tiraria do perigo e a levaria para seus

maridos.”

“Então,” Rio acrescentou, “você seria severamente punida por seus maridos por não

ver sua própria segurança.”

“Bem, desde que nenhuma dessas regras se aplica a mim, não estou preocupada com

isso.” Ela se moveu em direção à garagem. “É melhor irmos lá dentro e falar sobre o carro.”

“Oh, mas estas regras se aplicam a você, querida,” Clay lhe disse.

Jesse parou abruptamente e se virou. “Desde que não tenho marido, não vejo como

isso se aplica a mim.”

“Você está ficando na casa de Jake, não é?”

“Sim, e daí? O que isso tem a ver com qualquer coisa?”

“Bem, enquanto você estiver sob seu teto, ele é responsável por sua segurança.”

“O quê?” Jesse lançou as mãos. “Isso é ridículo!”

“Quando em Roma, querida.” Rio riu.

“Vou te dizer outra coisa que você não sabe.” Clay franziu o cenho. “Jake tem todo o

direito de virá-la sobre os joelhos por tentar trocar o pneu. Você poderia ter se machucado.”

Em seu ofego, ele acrescentou, “Como você acha que Nat teria feito? Aposto que ela

tentou pra caramba para que você parasse de tentar trocar aquele pneu, não foi?”

Jesse corou com culpa. “Então, Rio e eu teríamos ficado muito chateados que alguém além de nós dois espancasse sua bunda. Considere-se sortuda que chegamos lá antes que

você pudesse se machucar, e o fato de que Nat o distraiu.”

Jesse se virou e seguiu à frente dos homens enquanto se dirigia ao compartimento da garagem aberta, as palavras ainda ressoando em seus ouvidos. Para alguém que teve problemas não sentindo nada, seu sistema se sentia bombardeado de tantos ângulos

diferentes que ela mal podia processar tudo.

Entrando na garagem, ela parou à vista de um rabo apertado e coxas musculosas amorosamente encaixados em um par de jeans desbotados bem vestidos debruçados sobre a frente de um carro. Ela assistiu como aqueles músculos se deslocaram enquanto o homem

que os possuía se endireitava quando ouviu sua abordagem.

Jesus; era cada homem nesta cidade alto e magnífico?

Ele sorriu maliciosamente enquanto segurava suas calças soltas e ajustava a camiseta

enorme, seu olhar deixando-a ciente do fato de que ele sabia o que ela tentava esconder em

suas roupas tão mal ajustadas.

Ela não sentia nenhum desejo de se vestir de forma reveladora, e atrair atenção

masculina indesejada. Certamente parecia não fazer nenhuma diferença para estes homens.

Clay se moveu para ficar na frente dela, suas costas grandes como uma parede

bloqueando sua visão do mecânico e a dele dela.

Jesse não podia mais ver o mecânico, mas quando ela o ouviu perguntar “Quem é a

moça bonita?” Ela conseguiu cutucar Clay de lado.

Qual era o problema com ele?

“Oi, eu sou Jessica Tyler, Irmã de Natalie Langley.”

Quando ela alcançou para apertar sua mão, sentiu Rio passar por ela e oferecer ao

mecânico sua própria mão, eficazmente mantendo o homem de tocá-la.

“Ei, Ryder. Trouxemos o carro de Nat. Ela teve um pneu furado, portanto colocamos

o estepe, mas ela precisa de um novo.”

Apetando a mão de seu amigo, Ryder assentiu. “Sem problema.” Ele se virou para

ela e sorriu. “Então, você é irmã de Nat? Como é que nunca te vi antes?”

“Eu nunca visitei aqui antes.” Ela cuidadosamente colocou espaço entre ela e os

homens. O nível de testosterona subiu e ela se tornou absurdamente consciente da resposta

de seu corpo. Isso estava ficando fora de controle.

“Gostaria de saber se você poderia verificar a correia da ventoinha enquanto o carro

estiver aqui. Parecia estar fazendo algum barulho,” Jesse disse. Nos olhares surpresos dos homens, ela continuou, “Não sei muito sobre carros, mas quando o meu fez um barulho

como esse, o mecânico me disse que parecia a correia da ventoinha.”

“Ela está certa.” Clay franziu a testa. “Eu ia mesmo te pedir para olhar isso.”

“Farei.” Ryder assentiu. “Diga a Jake que ligo pra ele amanhã. Vocês precisam de

uma carona?”

“Não, obrigado.” Clay sacudiu a cabeça, ainda olhando para ela. “Meu caminhão

está estacionado em frente ao mercado. Era lá que todos nós estávamos quando Jake recebeu

a chamada de Nat.” Ele agarrou sua mão. “Vamos, doce, vamos buscar aqueles bifes.”

Jesse se virou para dizer adeus a Ryder, surpresa ao encontrá-lo sorrindo provocante

para ela. “Foi muito bom conhecê-la, Jesse. Espero que você volte para me ver antes de partir.

Eu sei que Dillon adoraria conhecê-la, também.”

“Quem é Dillon?” Ela perguntou.

“Dillon é meu parceiro,” Ryder lhe disse com uma piscada.

“Oh, isso é bom,” Jesse sorriu. Havia assumido que Dillon e Ryder era um casal gay e

ficou satisfeita que eles podiam ser felizes nesta cidade. Ela ficou surpresa quando Clay e Rio

desataram a rir.

Ryder riu, sacudindo a cabeça, e se aproximou de Jesse, ignorando totalmente seus

clarões. “Não esse tipo de parceiro, querida.” Sua voz era baixa. “Dillon e eu somos parceiros

na garagem, mas também quando levamos uma mulher para a cama.”

Jesse o olhou com surpresa. Lembrando o que os homens lhe disseram lá fora antes, ela não pôde resistir olhar para eles, surpresa ao ver o medo em seus olhos enquanto a olhavam continuamente. Será que eles estavam pensando que ela cairia nos braços de Ryder?

Se ela pudesse rir, ela teria.

“Pronto, doce?” Clay perguntou, estendendo a mão novamente.

Sem pensar, apenas sabendo que queria limpar aquele olhar de seus olhos, ela colocou a mão na dele. Murmurando adeus a Ryder, ela se virou e permitiu que Rio tomasse

sua outra mão enquanto eles deixavam a garagem.

Andando os dois quarteirões para o mercado, Clay e Rio segurando suas mãos, ela

lutou para fazer sentido de tudo isso. Olhando à sua volta, viu outras mulheres com mais de um homem. Lembrando-se da conversa anterior, procurou e viu que várias delas usavam coleiras, algumas com um homem, outras não. Ela verificou cuidadosamente as pessoas que

via; surpresa que quase todas as mulheres pareciam delirantemente felizes.

Também se surpreendeu que os olhares que os homens davam a suas mulheres pareciam amorosamente indulgentes. Os homens seguravam as portas abertas para as mulheres, as ajudavam a atravessar a rua com uma mão em seu braço ou em suas costas,

carregava seus pacotes. Cada homem agia como um cavalheiro.

Ela percebeu que já fazia um longo tempo desde que tinha visto pessoas agindo

dessa forma e nunca tinha percebido isso.

Sem que percebesse, eles chegaram ao mercado. Ela puxou as mãos das deles, e automaticamente segurou a maçaneta da porta. De repente, lembrando-se das palavras de

Rio, ela parou.

“Boa menina,” ele sussurrou, fazendo-a estremecer. “Você se lembrou.”

Quando ele abriu a porta, ela lhe lançou um olhar cauteloso e passou por ele. Clay,

com uma mão em suas costas, a guiou para dentro.

Compras com eles foi uma experiência estressante. Eles a tocavam a cada oportunidade. Clay a aglomerou quando alcançou acima de sua cabeça para pegar o suco de maçã que ela queria. Rio a firmou com um braço ao redor de sua cintura enquanto ela

agarrava o produto. Ela nem sequer notou quando parou de vacilar em seus toques.

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