capítulo 16

No dia seguinte, meus pais apareceram e levou os netos para casa deles, só Sara que não foi porque tinha uma festa de amigas para ir na sexta.

Matei toda a saudade que estava deles tinha tempo que não os via. Minha mãe insistiu para eu ir com eles, já que eu só voltaria para a clínica segunda. Como já tinha confirmado um almoço com a Marta, deixei para ir na sexta à tardinha.

Na sexta, passei na clínica pela manhã conversei, com todos e depois segui para a casa da Marta.

ROSANE: Oi! Não trouxe os meninos?

ELISE: Meus pais passaram lá em casa ontem e carregaram os netos para passarem um final de semana com eles.

ROSANE: Quando Dona Marta me disse que vocês viriam hoje aqui, quis trazer até meu menino. Ele adorou brincar com os seus.

ELISE: Eu lembro bem a farra que fizeram aqui. Rs

MARTA: Olá Elise! Que bom que veio e os meninos?

ROSANE: Ela não trouxe! Davi ficará chateado! Vou olhar as panelas...

ELISE: Meus pais foram lá em casa de surpresa ontem e levou os netos para passarem um final de semana com eles. Eles moram perto da praia, então os meninos não perderam tempo.

MARTA: Que legal! Sempre quis que Roberto se aposentasse de vez e fossemos morar juntos, mais no campo.

Luna se aproxima, me cumprimentando e me chama para passar na casa dela para eu ver a decoração do quartinho do bebê. Vou com ela na casa dela que é ali no mesmo condomínio e ela me mostra a casa, as obras de reforma que foram feitas, até as roupinhas de bebê que ela já comprou.

Voltamos para casa da Marta e almoçamos, depois comemos o bolo que levei, conversamos e rimos muito. Luna é tão simples e agradável como a mãe.

Elas comentam um pouco sobre a infância de Allan, a adolescência farrista e a implicância dele com Marcus.

Quando dá 15:30h me despeço e vou para casa arrumar minhas coisas, decido ir para casa dos meus pais. Peço um carro particular de um conhecido que faz pequenas viagens, chego por volta das oito horas da noite.

Não tive muitas notícias de Allan desde que viajou. Apenas mandou uma mensagem que chegou bem, na quinta.

Saímos para comer uma pizza e depois fui dormir para descansar, o céu está bem estrelado e amanhã o sol promete.

Às 10horas da manhã fomos todos a praia, o mar estava uma lagoa, mas a água um gelo, ficamos até umas três da tarde e fomos almoçar em casa (casa dos meus pais), os meninos saíram para uma pracinha, meu pai foi tirar um cochilo e minha mãe ficou para ver novelas. Eu estava entediada, e fui passear pela orla e ver o pôr do sol.

Estava sentada sozinha observando o mar, e sentia muita falta do Allan, ficava imaginando o porquê dele ter sumido assim... Mais cedo recebi uma ligação de Késsia que me encheu de perguntas do meu paradeiro, contei as últimas novidades da clínica de Marcus, da ligação da Marina confirmando o passeio para casa de praia deles. E fiquei bem feliz que Késsia havia confirmado que iria.

Sinto que alguém sentou atrás de mim e disse:

ALLAN: adoraria que dissesse que está pensando em mim!

Me viro e sim! Era Allan, ele me abraçou e me deu um beijo.

ELISE: Allan!!! O que faz aqui? Você não deveria estar em San Francisco ainda?

ALLAN: Eu deveria era está com você!

Não aguento a empolgação de vê-lo e o abraço novamente.

ALLAN: Liguei para clínica, achando que você estava trabalhando ontem e me disseram que você iria começar só segunda. A tardinha, liguei para minha mãe e ela me disse que você passou a tarde lá e que iria viajar para visitar seus pais.

ELISE: Por que não ligou para meu celular?

ALLAN: Meu celular quebrou, e só comprei outro na sexta quando liguei para minha mãe.

ELISE: Fiquei preocupada com seu sumiço!

ALLAN: Me perdoe! Foi então que consegui o número da Késsia através das redes sociais dela e perguntei onde seus pais moravam. Comprei uma passagem, e vim direto para cá.

ALLAN: Venha vamos caminhar, vou te contar tudo o que aconteceu...você não sabe o quanto senti sua falta!

ELISE: O que ouve? Você me parece bem triste!

ALLAN: Confrontei a Victoria a ameaçando com as provas que eu tinha contra ela, sobre fraude na empresa que ela trabalhou.

Ela me contou tudo que sabia sobre o Marcus.

Marcus era filho de um servente na universidade onde meu avô era reitor a UFMG, um dia a universidade sofreu um atentado e o aluno atirador matou 8 pessoas e a 8ª seria meu avô, se o pai de Marcus não entrasse numa luta contra o atirador. Só que ele levou a pior!

Marcus só tinha o pai de família, sua mãe faleceu no parto e meu avô o acolheu. Mais meu avô não era um exemplo de bondade e sempre tratou Marcus como o filho do servente. Meu pai é 8 anos mais velho que Marcus e ele o tratou sempre como um irmão e Marcus se apegou muito ao meu pai, tinha ele como exemplo, queria seguir todos os passos que meu pai dava. Meu pai se casou, e tiveram a Luna nos seus 22 anos. Uns 8 anos depois, Marcus estava de casamento marcado com uma mulher que também se chamava Martha. Só que Marcus tinha um caso com a irmã dela que engravidou dele. Martha descobriu e foi embora para os Estados Unidos. Marcus não aceitou muito a gravidez mais acompanhou na esperança de ter uma menina, assim como meu pai.

Somente no dia do nascimento da criança, descobriram que era um menino. Na mesma hora Marcus foi embora e sumiu por umas semanas.

Quando voltou, disse que a mãe e a criança morreram no parto.

ELISE: E morreram?

ALLAN: Foi o que Victória disse.

ALLAN: Victoria trabalhava numa empresa distribuidora de produtos odontológicos aqui no país e era a distribuidora em que Marcus fazia as compras para as clínicas de meu pai. Se conheceram nessa época e viraram amantes, os dois superfaturavam e quando Victória estava a ponto de ser descoberta, Marcus a mandou para os Estados Unidos. Nessa época, eu fazia pós graduação em odontologia estética em Los Angeles.

ELISE: Ele é obcecado pelo seu pai, e por isso é assim com você por ciúmes?

ALLAN: Pode ser! E você não sabe da maior... O nome da mãe de Victória é Martha.

ELISE: AHHHH!!! A mesma Martha com quem ele iria se casar?

ALLAN: SIM!

ALLAN: De início ela não sabia que a sua mãe que foi a noiva dele, como ela não tem contato com a família, ela descobriu no meio das coisas deles uma foto da mãe dela jovem. E foi na época que os flagrei juntos.

ALLAN: Chegou a hora de desmascara-lo! Quando voltar reunirei minha família e apresentarei todas as provas que consegui, todas as falcatruas que envolve Marcus as clínicas do meu pai.

ELISE: Se ele admira tanto seu pai, por que o roubou?

MARCUS: Porque ele não quer mais ser como meu pai. Ele quer ser melhor! Mais bem sucedido! Mais reconhecido!

*As horas se passaram*...

ELISE: já anoiteceu! Vamos para casa, você deve está cansado e com fome.

ALLAN: Sim estou, mais não quero incomodar seus pais que nem me conhece vou procurar um hotel para passar a noite.

ELISE: Nada disso! A casa é pequena, mais aconchegante e meus pais não irão se importar se você está comigo.

ALLAN: Estou com você? Sorrisos...

ELISE: Sim. Como meu amigo! Rs

ALLAN: Amigo que beija!

ELISE: Não na frente deles... por enquanto!

Volto para casa dos meus pais e lá jantamos e ficamos todos até tarde conversando. Faço uma cama para Allan no sofá da sala e durmo com os meninos no quarto de hóspedes.

De madrugada, levanto para ir ao banheiro e vejo Allan na varanda deitado na rede pensativo. Vou até ele, e ele me puxa me deitando a sua frente.

ELISE: Insônia?

ALLAN: Até dormi, e consegui descansar. Mais acordei e vim pra cá nesse friozinho gostoso e estava pensando que só faltava você aqui! Rs

ELISE: Será que ouvi seus pensamentos?

ALLAN: XIIIIU!!! Fala baixinho e me beija! antes que a casa toda acorde... rs

Ficamos abraçadinhos e acabamos dormindo ali!

Amanhece, e Allan me beija acordando-me. Levo um susto porque dormi ali e ele me diz para se acalmar que ninguém havia levantado ainda. Levanto e quando estava indo para o quarto meu pai aparece.

PAI (JULIO): Já de pé querida? São 5horas da manhã!

ELISE: (BOCEJO) vim ao banheiro, vou dormir mais um pouquinho.

PAI: Seu amigo já está de pé! Parece que ele preferiu dormir na rede.

ELISE: Ele gosta de correr cedo! Pelo visto irá correr aqui também.

ALLAN: Bom dia!

PAI: Conseguiu dormir bem naquela rede?

ALLAN: Estou até disposto para uma corrida!

ELISE: Fique à vontade, porque eu estou disposta a dormir mais um pouco.

...

Fomos a praia ainda na parte da manhã e à tarde o carro de viagem veio me buscar, Allan e Léo vieram juntos comigo. Allan estava sem o carro, pois veio do aeroporto direto para cá e Léo tinha aula e não podia mais faltar. Meus filhos quiseram ficar mais dois dias, já que não teriam aula nem segunda e nem terça e meus pais ficaram de leva-los.

O carro deixou meu sobrinho e eu em casa, e seguiu com Allan para o ap dele.

Em casa, desfiz minha pequena mala e fui fazer um sanduíche. Olho para o celular e tinha uma mensagem de Breno, mandando um “oi- saudades” e vejo que tinha novas mensagens no grupo de trabalho.

“AVISO: MEDINA’ODONTO :

AMANHÃ NOSSA CLÍNICA NÃO FUNCIONARÁ DEVIDO A UM INFORMATIVO DE EMERGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE ENERGIA E ÁGUA PELAS REDONDEZAS. HORÁRIO 9H ÀS 17H.”

Como meu sanduíche pensando, mais um dia de folga!

***

Acordo cedo, e logo vejo um dia lindo. Tomo meu café, assisto um pouco de tevê e resolvo arrumar o quarto dos meninos e cuidar do resto da casa.

Escuto alguém tocando e vejo que é Sara minha sobrinha.

ELISE: Já voltou da escola?

SARA: Duas professoras não foram e saímos cedo. E você tia, não iria voltar a trabalhar hoje?

ELISE: Manutenção no bairro, sem água e energia, clínica fechada! E sua mãe?

SARA: Foi para creche. Tia você tem agulha aí? Não acho as lá de casa e preciso costurar uma blusinha minha que descosturou.

ELISE: Tenho sim, aqui!

ELISE: Tô fazendo um almoço aqui, vem almoçar comigo, avisa seu irmão quando ele chegar da escola.

SARA: UHNMMM!!! Já é tia!

Depois do almoço, meus sobrinhos voltaram para casa deles e novamente fiquei sozinha. Percebo que Allan não falou comigo desde ontem a noite quando avisou que chegou. Penso em ligar, mais não quero agir como um grude, então espero...

Às três da tarde, Allan me liga, avisando que daqui a meia hora ele chegava aqui, que era para eu estar pronta para uma surpresa.

Esse homem é doido! Não sei nem o que vestir! Ele não deu uma dica.

Escolho por um vestido verde e confortável, não é uma roupa chique, mais também não é desleixada, está de tarde e suponho que deve me levar para ver algo, ou ir na casa dele mesmo.

Ele chega pontualmente.

ELISE: Allan, não sabia o que vestir. Para onde vamos?

ALLAN: Surpresa e você está perfeita! Vamos!

Ele segue dirigindo para o centro da cidade, mais quando chega no centro, ele para o carro e põe uma venda nos meus olhos.

ELISE: Allan, não sei se gosto de surpresas...

Estou apreensiva com isso. Vai demorar? Falta muito?

ALLAN: Calma meu amor! Você está muito ansiosa! Mais 5 minutinhos e chegamos!

ALLAN: Você precisa confiar em mim!

Ele estaciona, abre a porta do carro, ainda estou com a venda e ele me guia pelo caminho...escuto ele perguntar a alguém se está tudo certo, mais não ouço a resposta.

ALLAN: Preparada!

ELISE: Já posso tirar isso!

ALLAN: Eu te ajudo... Gostou?

Me deparo com o jardim secreto que ele me levou outro dia, quando me contou toda a sua história com a ex, mais dessa vez o lugar estava enfeitado, com uma enorme toalha sobre a grama e cestas de várias delícias... Era um lindo piquenique!

ELISE: Allan eu amei!

ALLAN: Venha sente-se aqui! Coma o que quiser!

Eu o olho, sem acreditar naquilo! Dou um selinho nele dizendo que amei muito! Que nunca fizeram uma surpresa romântica para mim. Ele me entrega uma caixa, grande de mais para ser um anel de noivado e isso me tranquiliza.

ELISE: Ainda ganho um presente! Nem é meu aniversário. Rs

ALLAN: Abre!

Quando abro é um colar, com um pequeno pingente de dois corações entrelaçados, tão fofo e meigo que meus olhos se encheram de lágrimas.

ELISE: Allan! É lindo! Mais... por que tudo isso!

ALLAN: Deixa eu colocar em você!

ALLAN: Pronto! Você gostou mesmo?

ELISE: Claro!

ALLAN: Elise, nesses meses confusos eu só tive a certeza de uma coisa. Que você é a pessoa, que me faz sorrir todos os dias! Sou completamente apaixonado por você, e não foi desde o dia que você encontrou o babaca do Breno. E sim, no dia que tinha uma louca de vestidinho azul em cima de uma banqueta guardando lençóis no guarda-roupas e ela se desequilibrou e caiu nos meus braços.

ELISE: RS mais a culpa foi sua!

ALLAN: Na verdade você caiu direto no meu coração naquele dia!

ALLAN: Sei que te irritei bastante! Rs

ALLAN: E quando reconheci meus sentimentos, prometi a você que deixaria que me conhecesse melhor, aos poucos para conquistar sua confiança.

ALLAN: Porém, eu quero mais! Quero andar de mãos dadas com você, poder dizer ao mundo que você é minha NAMORADA!

ALLAN: Deixa eu te apresentar como tal? Esse piquenique é para pedir você em namoro oficialmente!

ELISE: Aí meu Deus! Já Estou completamente apaixonada! Claro que aceito!

Ele me beija sorrindo e eu sinto uma mistura, de emoção, paixão e medo.

ELISE: Mais Allan, não sei se ainda consigo ser “uma namorada” minha realidade é totalmente diferente de uma moça descompromissada. Ainda tenho filhos, um ex-marido e muitas responsabilidades como mãe.

ALLAN: E quero fazer parte da sua vida e dos seus filhos! Já somos amigos e sei de tudo isso que você falou. E quero dividir tudo isso com você! Menos seu ex! rs

ALLAN: Já pediu o divórcio?

ELISE: Eu não sou casada no papel!

ALLAN: Como? Como não!

ELISE: Ele foi meu segundo namorado sério... engravidei, ele comprou e reformou a casinha que fica ao lado da casa dos meus pais, onde hoje quem mora é a Heloísa. E fomos morar juntos!

ALLAN: Mais todo esse tempo juntos vocês nunca quiseram oficializar?

ELISE: Às vezes pensávamos, mais nunca foi minha prioridade. Nem para namorar, ele me pediu rs. As coisas foram acontecendo... rs

ALLAN: Então o meu foi o seu primeiro pedido de namoro?

ELISE: Não...exatamente!

ELISE: Antes do Allan, tive meu primeiro namoradinho, que me pediu em namoro. Não assim com surpresa ou especial como você, mais foi a minha casa pedir permissão ao meus pais.

ALLAN: Unhmm... Então tudo que farei para você será especial!

Próximo passo é pedir permissão aos seus filhos e depois sua família.

ELISE: Aos meninos acho certo! A minha família já não precisa! Já sou crescidinha agora. Rs

ELISE: Vou cobrar esse “tudo especial” rs

ALLAN: Pode deixar! Guardo datas especiais como ninguém!

ELISE: Até na nossa primeira vez será especial?

Falo sem pensar, e nesse instante ele bebia um suco e se engasgou na hora, com uma crise de tosse que fiquei até sem graça.

ALLAN: Cada um é cada um! Mais nem um parceiro fez algo especial nesses momentos também?

Me arrependo de iniciar este assunto e fico quase roxa de vergonha.

ELISE: Que parceiros? Perdi minha virgindade com Dário, já tinha uns 22 anos e não teve nada de especial. Ele me levou para casa dele, cheguei lá, os pais deles não estavam, ele me levou para o quartinho dele e foi.

ALLAN: E você não achou ruim a falta de um romance nisso aí? Rsrs...

ELISE: Não esperava que fosse acontecer naquele dia... mais eu já tinha 22anos, não estava esperando por nenhum conto de fadas.

ALLAN: É, mais sou um cara bem romântico e sabendo de tudo isso então...você vai se apaixonar ainda mais por mim! Rsrs

ELISE: Ahhh seu ridículo e convencido! Não sabia que os galinhas eram românticos!!!

ALLAN: Os galinhas não! Mais os apaixonados sim!

Rimos e ele me agarra me dando vários beijos e ficamos ali, até o cair da noite. Ele pegou o violão e tocou umas canções.

ELISE: Esse é o violão que Marta mandou restaurar?

ALLAN: Sim. Ficou perfeito! Estou meio enferrujado mais posso tocar algumas canções.

ALLAN: Vou tentar tocar a música do Brian Mcknight que traduzi, e cantar a tradução da música do Cold play do nosso primeiro beijo e aquela que tocou na rádio quando a beijei na sua casa.

ELISE: E Você lembra das músicas tocadas?

ALLAN: Claro! São nossas músicas. rs

E assim, curtimos uma tardezinha maravilhosa, que jamais imaginei viver naquela altura da vida.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***