O acidente

Nós vamos nos casar... Doug disse o final do dia seguinte, quando Gina e sua mãe retornaram do médico com o resultado dos exames.

Grávida!

Isso não podia estar acontecendo! Ela disse a si mesma, ainda em choque.

Como ela e Doug puderam ser tão estúpidos?!

Gina... Doug a chamou quando percebeu que ela permanecia em silêncio.

Sua mãe não gosta de mim. ela disse de repente, sentindo os olhos marejarem. _ Sua família é completamente diferente da minha... Ela vai pensar que fiz de propósito para ter uma vida de luxo...

Doug tomou suas mãos nas dele e Gina o fitou.

Ele sorria tranquilamente.

O que importa é o que “eu” penso de você e sei que não é assim. disse ele. _ Eu devia ter usado proteção àquela noite. Ou não ter ido tão longe...

Gina sentiu o sangue fugir de seu rosto.

Ele estava arrependido?!

Levantou-se rapidamente, sentindo uma lágrima escorrer por seu rosto.

Eu não estou me sentindo bem. Nos falamos depois. disse ela se afastando em direção a casa e Doug correu até ela ao perceber o erro que cometera.

_Gina, sinto muito. Eu não quis dizer isso...

_Mas disse! Está arrependido, agora que as coisas ficaram um pouco mais sérias...

Doug a encarou, chocado.

Você está grávida, Gina! As coisas não ficaram apenas “um pouco mais sérias”! retrucou.

E acha que isso é culpa minha? ela devolveu, as lágrimas agora descendo livremente e ela as limpou com raiva.

Doug abriu a boca para responder, mas a fechou novamente, com um suspiro.

Você não teve culpa, Gina. O erro foi meu e não vou fugir da responsabilidade. ele disse tentando confortá-la e a puxou para seus braços. _ Vamos nos mudar para o apartamento de minha família enquanto finalizamos os preparativos do casamento.

Gina olhou para ele, a dúvida ainda presente em seu olhar.

Não queria estar naquela situação.

Nenhum deles queria.

Mas o que menos precisavam naquele momento era atacar um ao outro e apontar de quem era a culpa.

Vai dar tudo certo, você vai ver. ele disse antes de beijar sua testa gentilmente e se afastar na clara intenção de ir embora.

Gina suspirou e entrou na casa, recostando-se a porta.

Três meses depois...

Aquela noite saíram para jantar.

Doug tivera de desistir da bolsa na faculdade, mesmo sob os protestos dos pais e acabara por entrar mais cedo do que esperava para a empresa da família.

Fazia três meses que estavam morando juntos e Gina quase não o via mais.

Doug saia antes que ela acordasse e voltava tarde da noite, quando já estava dormindo.

Gina sabia que, no fundo, ele estava chateado com o que estava acontecendo. Eram novos, tinham todo um futuro pela frente e agora teriam de deixar tudo de lado para cuidar do bebê em seu ventre.

Aquela era a primeira noite que saíam juntos depois de três meses morando no mesmo teto.

Como foi no trabalho hoje? ela perguntou para puxar conversa, já que estavam em silêncio por tempo demais.

Doug olhava para alguma coisa atrás dela e se voltou, surpreso, para ela quando fez a pergunta.

Hum... a mesma chatice de sempre. deu de ombros e bebeu um longo gole do vinho que o garçom servira.

Gina notara que Doug passara a beber cada vez mais desde que foram morar juntos, mas não podia falar a respeito sem que Doug se irritasse e saísse de casa batendo a porta.

Como se casariam dali a uma semana se nem ao menos conseguiam viver sob o mesmo teto? Ela pensou, magoada.

Então percebeu que ele olhava por cima de seu ombro novamente e resolveu se virar para ver o que Doug tanto observava.

Deparou-se com uma mulher exuberante em um vestido vermelho, o decote deixando boa parte dos seios à mostra enquanto sorria e se inclinava em direção ao homem que a acompanhava, de maneira afetada.

Então se voltou para Doug, irritada.

Doug, você não age como um homem que está prestes a se casar e ser pai! ela protestou.

Doug se voltou para ela com um sorriso sarcástico nos lábios.

Não por escolha minha, querida. Não se esqueça disso. as palavras dele foram como uma bofetada em seu rosto e Gina pegou a bolsa que pendurara na cadeira, erguendo-se imediatamente para ir embora, tomando cuidado para não bater o ventre levemente arredondado na beirada da mesa.

Estou indo embora! disse ela com o queixo erguido. _ Do restaurante e também do apartamento!

Ela saiu do restaurante o mais rápido que pôde, sentindo as lágrimas escorrendo por seu rosto.

O Doug que ela conhecera antes jamais teria dito aquilo para ela. Não poderia mais se casar quando ele não passava de um estranho.

Quando já estava fora do restaurante e ia fazer sinal para um táxi que passava, Doug segurou seu pulso de maneira firme e a puxou em direção ao carro deles.

Você não vai chamar um táxi. ele avisou abrindo a porta e esperando que ela entrasse, o maxilar tenso.

Você bebeu demais e não vou entrar nesse carro! ela retrucou tentando se soltar de seu aperto, algumas pessoas passando por eles e observando-os com curiosidade.

Ótimo! Além de ser humilhada dentro do restaurante, ainda fazia papel de palhaço de circo no meio da calçada! Pensou irritada.

Gina, entra logo nesse carro! ele ordenou, agora falando mais alto.

Gina olhou novamente em volta, percebendo os olhares curiosos e se soltou dele com um safanão, entrando no carro logo em seguida.

Doug bateu à porta e deu a volta para sentar-se atrás do volante.

Você não vai desistir do casamento! ele avisou sem olhar para ela.

Gina teve que rir diante de sua arrogância.

Ele realmente não era mais o Douglas que conhecia, pensou tristemente.

Ora, Doug! Estou dando a você a oportunidade perfeita de fugir da responsabilidade. disse ela quando ele deu a partida no carro e os colocou em movimento.

Deveria ter pensado nisso muito tempo antes! ele acusou. _ Três meses atrás, para ser mais exato!

Gina levou um tempo para entender a que ele se referia e então empalideceu.

Um aborto?! ela disse quase sussurrando, sem acreditar que ele tivera coragem de sugerir algo assim.

Doug olhou para ela pelo canto do olho.

_Ou poderia ter tomado a maldita da pílula do dia seguinte! _ele acusou. _Eu agi errado em levá-la para cama e não ter usado camisinha, mas havia outras opções e você também não pensou nelas!

Ele estava jogando toda a culpa sobre ela, mais uma vez.

Aquilo a deixou extremamente furiosa.

Seu babaca! Pare esse carro. ela ordenou fazendo menção de abrir a porta.

Preferia se jogar no meio da estrada a ficar mais um minuto ouvindo toda aquela merda.

O que está fazendo, sua louca? ele gritou se inclinando para tirar a mão dela da maçaneta.

Em um instante estavam discutindo e no instante seguinte Gina sentia o carro rodando antes de uma pancada forte em sua cabeça fazê-la desmaiar.

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Comments

Alvaneide Campos

Alvaneide Campos

Com um amigo desse, não precisa de inimigo!!!

2024-11-26

3

Maria Miguel

Maria Miguel

ele é o culpado ele planejou transar com uma bêbada e ela não enviou os dois são culpados

2024-12-17

2

Euridice Neta

Euridice Neta

Ele era mais experiente ti há que ter pensado antes mais fazer o que iguais a ele temos montes por aí nesse caso terminou em tragédia na maioria das vezes as mulheres que criam seus filhos sozinhas ou com apoio dos familiares....

2024-12-19

2

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