Não será de verdade

_Eu pedi para não falar nada sobre casamento! _ ela protestou mais tarde, quando o acompanhou até a porta.

_Eles me pareceram muito felizes em saber que vamos nos casar. _ ele deu de ombros, sem se importar com seu mau humor.

_Mas nós não vamos nos casar! _ ela quase gritou, fechando a porta para que seus pais não ouvissem.

Clive arqueou uma sobrancelha, zombeteiro.

_Pensei ter deixado claro que isso não era discutível.

Gina suspirou, resignada.

_Você não vê a loucura de tudo isso? _ ela disse, abrindo os braços e olhando para ele nervosamente.

_Para quê exatamente me trouxe aqui essa noite, Gina? _ ele quis saber, aproximando-se dela, seu rosto sem expressão alguma que denunciasse suas intenções.

_Eu não sei! _ ela admitiu. Nada saíra conforme ela planejara.

Clive conquistara seus pais durante todo o jantar e os convencera de que a ideia do casamento era o melhor para ambos.

Como se eles já não estivessem ansiosos para vê-la envolvida com alguém, já que seria difícil criar uma bebê sozinha.

Ela sabia disso, mas estava preparada.

Clive parou bem a sua frente, próximo o suficiente para que ela sentisse seu perfume amadeirado penetrando em suas narinas, um misto de baunilha e almíscar...

_Eu acho que já tomou sua decisão, Gina. Só não quer admitir para não parecer fraca. _ disse ele colando seu corpo ao dela. _ Mas sejamos sinceros um com o outro. Existe algo entre nós. Não era o que você queria, muito menos eu. Mas está aqui, presente entre nós. E podemos tirar proveito disso.

Gina se arrepiou quando ele ergueu a mão e ajeitou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.

  _Está mesmo disposto a abrir mão de sua liberdade? _ela perguntou, e percebeu que ele ficava tenso.

_Eu já fui casado uma vez, Gina. Sei bem como isso funciona. Para quê procurar lá fora, o que terei bem diante de mim dentro de casa?

Ela umedeceu os lábios, tentando ignorar a sensação que as palavras dele provocavam em seu corpo.

_Se eu concordar com essa loucura, quero deixar claro que não será um casamento de verdade!

Clive sorriu.

_Um casamento de verdade...?

Gina assentiu.

_Não haverá sexo. _ ela fez questão de deixar claro. _Nunca!

Ao invés de responder, Clive tomou seus lábios em um beijo profundo, pegando-a de surpresa.

Em um momento ela tentava afastá-lo, no momento seguinte gemia contra seus lábios e se entregava completamente ao beijo.

Clive a pressionou seu corpo ao dela, contra a parede, enquanto saboreava seus lábios e sua boca, seu desejo aumentando.

Certo, aquilo era só para mostrar a ela o que poderiam ter juntos, mas estava saindo do controle, pensou ele finalmente afastando-se, sua respiração tão ofegante quanto a dela.

_Isso é algo que eu não posso prometer Gina. _ ele disse quando reassumiu o controle. _ Mas eu ficarei muito satisfeito caso mude de ideia. Espero sua ligação até amanhã à noite. Sei que fará o que é melhor para nós três.

Com essas palavras, Clive se virou e seguiu em direção ao seu carro, deixando-a completamente atordoada na varanda da casa de seus pais.

_Gina… _sua mãe a chamou e Gina sobressaltou-se ao ouvir sua voz. _Está tudo bem?

_Oh, desculpe-me… eu estava distraída. _disse enquanto olhava o carro se perder de vista.

_Ele não parece tão ruim como fez parecer. _Clery disse da porta, observando-a com o olhar carinhoso de sempre. _E será um ótimo marido. Dá para ver pela maneira como olha para você. E além de tudo é muito bonito e sexy...

_Mãe! _ Gina a encarou, completamente chocada.

_O que foi? Não foi isso o que disse a respeito do Dr. Boss? _ ela provocou. _ A diferença entre o Dr. Boss e Clive Jackson, é que ele é o pai do seu bebê e quer fazer as coisas da maneira correta.

_E o que o Dr. Boss fez para que não o escolhesse ao invés do meu pai? _ quis saber, curiosa.

A expressão de sua mãe mudou completamente e ela ficou séria de repente.

_ O Dr. Boss só buscava diversão, enquanto seu pai me queria de verdade. E eu não me arrependo da escolha que fiz.

Gina se jogou em sua cama, uma hora mais tarde e ficou olhando para o teto, recordando o beijo que Clive lhe dera.

Ela deveria tê-lo afastado!

Quer dizer, ela tentara, lembrou.

Mas apenas enquanto ainda era capaz de controlar seu próprio corpo.

Porque em um momento ela tentava se afastar dele e no outro não conseguia pensar em mais nada além de colar seu corpo ao dele, sentir a firmeza de seus músculos contra o corpo dela, seu perfume tomando conta de seus sentidos.

Ela teria até a noite do dia seguinte para lhe dar uma resposta a respeito do casamento, mas ele não lhe deixava escolha.

Agora que sabia um pouco mais sobre ele, ela também sabia que não poderia lutar contra ele. E talvez não estivesse disposta a fazê-lo.

Não quando poderiam tentar resolver tudo aquilo da melhor maneira possível.

E isso significava que se casariam..., mas ela não lhe daria o gostinho de dizer que estava certo todo aquele tempo.

Porque não haveria consumação!

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