Conhecendo as crianças

Quando chegaram no hall da empresa ele caminhou até uma limusine luxuosa fazendo Penélope escancarar a boca. O motorista abriu a porta do carro, Anthony entrou em seguida Penélope que ficou toda acanhada naquele carrão com medo de arranhar o couro caríssimo que cobria o banco, ela sentou sem fazer muito esforço para não afundar o estofado e começou a estalar os dedos sem ter o que dizer.

Observava o chefe que parecia ser um homem muito ocupado, pois não largava o aparelho celular, a todo momento parecia resolver coisas importantes com a outra pessoa na linha.

Quando finalmente Anthony encerrou a ligação, ele abriu um frigobar e pegou uma garrafinha de água mineral para ele, e ofereceu uma bebida a Penélope.

Anthony: Você aceita uma água ou um refrigerante?

Penélope: Uma água por favor!

Ele estendeu uma garrafinha de água mineral a ela, e bebeu a sua a fitando. Penélope então lembrou de perguntar se podia levar a filha com ela.

Penélope: Senhor eu poderia levar minha filha para o emprego? Eu não tenho com quem deixar ela. Eu te garanto que ela não vai atrapalhar em nada.

Anthony enrugou a testa pensativo, ele sabia bem como era o temperamento filhos e três já era mais que suficiente para esquentar com a cabeça uma quarta criança seria fazê-lo pirar de vez.

Anthony: Acho que não seria conveniente levar sua filha para seu ambiente de trabalho, além do mais como vou ter a certeza que você está dando a devida atenção aos meus filhos se estiver cuidando da sua?

Dessa vez ele falou um pouco seco sem aquele sorriso bonito, seu semblante mudou de tranquilo para agastado. Ele afrouxou um pouco a gravata, Penélope notou o clima ficando tenso, ia até falar uns bocados, mas preferiu ter a garantia do emprego nas mãos do que ele sair voando. Com 30 mil dólares ela podia muito bem pagar a filha da vizinha para ficar com Lily após a escola.

O resto do percurso ela nem ousou a falar, ele ficou pendurado no celular de vez em quando dava umas olhadas para Penélope. Quando finalmente chegaram ao destino, o motorista abriu a porta para eles saírem.

Anthony: Me acompanhe por favor vou te apresentar aos meus filhos.

Assim que entraram na enorme mansão Penélope varreu o olho analisando cada detalhe, desde o lustre aos quadros pendurados na parede que tinha umas pinturas abstratas para ela apenas borrões, mas para admiradores de arte uma raridade. O casarão era bem sofisticado digno de uma casa de realeza, nunca Penélope havia colocado os pés em um lugar tão luxuoso assim tinha até medo de arranhar o piso do chão.

Meg: Boa noite senhor!

Anthony: Boa noite Meg, essa é a nova babá Penélope, onde estão meus filhos eu vou apresentá-los a nova babá.

A governanta esbanjou um sorriso para Penélope como quem dissesse " Chegou minha salvação ". Ainda com as maçãs do rosto armada num sorriso que não cabia na face ela estendeu a mão para Penélope.

Meg: Seja bem vinda Penélope, vai ser um prazer tê-la trabalhando para família Green.

Penélope: O prazer é todo meu dona Meg.

Meg: Venham comigo as crianças estão na biblioteca fazendo a lição de casa.

Os três seguiram até a biblioteca Penélope estava ansiosa para conhecer os anjinhos e quando finalmente chegaram lá ela muito sorridente acenou para eles. Anthony então apresentou a nova babá fazendo as crianças fecharem a cara.

Anthony: Madeline, Pietro e Callie está é Penélope a nova babá de vocês.

Penélope fez uma reverência fazendo Callie rir a pequena sorriu para a nova babá ao contrário dos irmãos que ficou de cara feia.

Callie: Papai eu assisto o desenho dela na tevê.

Falou animada correndo para abraçar Penélope que a pegou nos braços e deu uma apertadinha no nariz dela, fazendo graça a garotinha deu uma gargalhada.

Penélope: Oi princesa você é linda sabia?

Ela colocou a menininha no chão e ficou encarando os outros dois sorridente, porém o garotinho deu língua para Penélope.

Penélope: Que bonitinho, mas precisa escovar direito essa língua que está branca.

Ele ficou zangado e cruzou os braços fazendo careta, já Madeline resolveu abrir a boca para intimidar Penélope bem na frente do pai.

Madeline: Você não acha que está muito velha não pra andar fantasiada por ai?

Penélope: Olha mais que garotinha da língua afiada.

Colocou a mão na cintura e bateu o pé.

Anthony: Madeline e Pietro que modos são esses? Eu não quero saber de malcriação ou vão ficar de castigo e sem celular.

A menina puxou o irmão e cochichou alguma coisa no ouvido dele, que logo acenou com positivo e deu um sorriso desdentado para Penélope.

Madeline: Desculpa papai não está mais aqui quem falou, vamos nos comportar seja bem vinda nova babá.

Anthony deu um sorriso aliviado e foi dar um beijo nos filhos. Enquanto Anthony abraçava a Madeline, ela olhou de uma forma sagaz para Penélope que ergueu a sobrancelha sacando a pestinha. Ela estava mentindo para o pai na maior cara lavada.

Anthony: Eu vou me retirar para meus aposentos daqui a pouco eu desço para o jantar, Meg leve a Penélope para conhecer o resto da casa.

Meg: Sim, senhor vamos Penélope vou te mostrar o quarto das crianças e a brinquedoteca.

Anthony saiu, Meg levou Penélope para conhecer outros ambientes da casa, enquanto as crianças discutiam na biblioteca e tentavam achar uma solução para se livrar da babá.

Pietro: Vocês viram ela falou da minha língua é verdade que tenho a língua branca?

Falou mostrando a língua para Madeline que fez uma cara de nojo.

Madeline: Argh...! Para com isso seu nojento. Temos coisas mais importante para nos preocupar no momento de que a cor da sua língua.

Callie: Eu gostei da babá, ela parece ser legal.

Falou sorrindo fazendo os irmãos fazer careta.

Madeline: Até parece todas são assim no começo depois torna nossa vida um inferno. Além do mais se deixamos uma babá aqui nosso pai vai ficar mais ausente ainda.

Pietro: A madeline está certa Callie nada de ficar amiga da babá não queremos uma traíra com a gente.

Madeline: Então amanhã começa nossa vingança contra a babá metida a espertinha. Um por todos e todos por um.

Juntaram as mãos num juramento e jogaram para cima. Os três foram procurar a babá que agora estava no quarto do Pietro com Meg.

Meg: Esse é o quarto do menino.

Penélope: Que cama grandona menina maior que a minha.

Ela sentou na cama e deu três pulinhos com o bumbum testando a maciez, quando os três entraram no quarto. Madeline cruzou os braços e revirou os olhos para babá, já Pietro puxava pelo braço a tirando da cama dele bravinho.

Pietro: Essa cama é minha! Você vai quebrar, sai.

Penélope: Que garotinho mais ranzinza meu Deus, que coração peludo criança só estou descansando as cadeiras.

Penélope levantou encarando as crianças, a Callie sorriu para ela, porém quando Madeline a olhou séria ela engoliu o sorriso e colocou uma cara de brava.

Penélope: Comigo vocês vão entrar na linha pode ter certeza Meg, esses anjinhos vão até criar asas de tão comportados que vão ficar. Não é fofinha!

Penélope apertou a bochecha da Madeline que a deu língua.

Meg: Se você conseguir eu te dou até uma medalha Penélope, porque eu sinceramente não tenho mais controle.

A velha senhora falou limpando com um lencinho o suor da testa, e chamou Penélope para conhecer a área de lazer, as crianças saíram correndo na frente e assim que Penélope girou os calcanhares para dar a curva no corredor, Pietro colocou a canela no meio para ela se esborrachar no chão. Penélope acabou caindo para a alegria das crianças.

Meg: Pietro você perdeu o juízo?! Penélope você se machucou?

Meg abaixou para acudir Penélope que fazia uma careta de dor massageando a testa.

Penélope: Aí! Acho que vai criar um galo.

Ela mostrou pra Meg um que fez careta, pois já estava criando um mondrongo vermelho bem na lateral da testa.

Meg: Venha comigo vamos passar gelo para não piorar. E vocês direto para o quarto eu vou falar pro Senhor Anthony que vocês já começaram as brincadeiras de mal gosto.

Falou com firmeza na voz tentando intimidar as crianças, porém elas apenas zombaram da situação.

Pietro: Hahaha a babá vai fazer cocoricó, cocoricó.

Falou rindo abrindo os bracinhos imitando a ave, Madeline acompanhou até a Callie fazendo Penélope se irritar.

Penélope: Bando de diabinhos esperaí que eu vou pegar cada um e dar uns cascudos.

Penélope tirou os saltos para correr atrás deles, assim que eles viram que a babá não estava com brincadeira se desesperaram e correram em direção ao quarto se trancando por dentro. Penélope bateu forte e eles apenas zombaram por ela não poder entrar. Meg vendo a cena ficou chocada pela babá entrar na pirraça das crianças.

Meg: Vamos Penélope colocar gelo na sua testa, só mais uma coisa desse jeito você não vai impor limites você tem que mostrar ser superior a eles, não se igualar e cair nas travessuras deles.

Penélope um pouco assanhada, com um galo na testa e sentindo dor olhou sem paciência para a governanta.

Penélope: Do jeito que vocês fazem? Olha como está funcionando? Todo mundo tem medo dessas crianças e deixem elas fazerem o que quiser, comigo é diferente se mexer comigo vai levar também.

Meg olhou horrorizada para Penélope.

Meg: Você não pode fazer ameaças a eles e nem bater, olha aqui Penélope se você não quiser ser mandada embora você tem que seguir algumas regras.

Penélope: Pois me digam apenas uma regra que está funcionando?

Cruzou os braços esperando a governanta falar, porém ela se calou. Penélope arqueou a sobrancelha e deu um sorriso nervoso.

Penélope: Nada funciona não é mesmo? Eu sabia!

Meg: Verdade você tem razão, eles só obedecem o pai e quando ele está presente.

Penélope: Eu sabia!

Deu um tapinha no braço da governanta que a olhou rapidamente.

Penélope: Me dê um voto de confiança só preciso disso para dar um jeito nessas crianças, você vai ver depois elas vão ficar tinindo na palminha da nossa mão.

Falou gesticulando com um sorriso no rosto, custou um pouco, mas a governanta em fim foi vendida pelas promessas de Penélope.

Meg: Está bem vou confiar em você, até porque não temos mais para onde correr.

Elas seguiram até a cozinha onde um grupo de empregadas vendo Penélope entrar com um galo na cabeça foi logo tentar acudi-la, e até comentaram que ela já foi batizada pelas crianças.

Jena: Pega põe na testa, você quer uma água também para passar o susto?

Penélope: Sim, olha mais vou contar pra vocês que crianças indi... abençoadas viu.

Ela iria falar outra coisa, mas como viu Anthony entrando na cozinha mudou para um antônimo. Ele foi em direção a ela parecia um pouco preocupado, estava vestido de maneira informal com uma camisa de linho manga comprida e uma calça despojada bem casual, bem diferente de como estava na empresa. Penélope o encarou abobalhada, pois ele era um homem bem bonito até as empregadas davam uns suspiros quando o patrão aparecia.

Anthony: Boa noite, Penélope está tudo bem? Meg me falou que o Pietro lhe deu um tombo e você acabou se machucando!

Penélope: Não foi nada senhor!

Falou uma mentira, pois estava doendo que latejava a testa. Ele se aproximou e deu uma olhada no galo e fez uma careta pelo tamanho, pegou a bolsa de gelo que estava nas mãos da empregada e colocou em cima da testa de Penélope que quase caiu para trás ao absorver o perfume amadeirado do chefe.

Anthony: Deixa aqui na testa não tira ou vai piorar, eu sinto muito. Eu já os deixei de castigo, por favor você não vai desistir de ser a babá por esse episódio vai?

Perguntou preocupado ainda com as mãos na bolsa de gelo e outra na Penélope, que até perdeu a fala e ficou sem saber o que fazer, aquele homem tinha uma presença que a fazia a esquecer o motivo dele está passando gelo nela.

Penélope: C-claro que não, amanhã eu estou aqui!

Ele então sorriu aliviado entregando o gelo a ela e se distanciando, Anthony virou-se para Meg e deu algumas ordens.

Anthony: Meg por favor as crianças estão de castigo vão jantar no quarto e eu confisquei os tabletes e celulares não de para eles mesmo se fizerem birra e ameacem colocar fogo na casa, vão ficar uma mensagem sem os aparelhos. Eu vou sair e não precisa colocar mesa para o jantar.

Meg: Sim, senhor.

Antes de sair ele virou-se para Penélope e falou:

Anthony: O motorista vai está lhe esperando para levá-la para casa, até amanhã senhorita Penélope!

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