#14 Tudo acaba em Pizza

Em casa Asla tenta lidar com seus pensamentos que sempre tentam sabotar sua alegria.

Ela toma um banho e deita, e instantâneamente dorme, casada de seu turno.

Emir em casa não foi diferente, mas antes de dormir ele primeiro malhou, era sua rotina então ele não conseguia fugir.

Depois de 1h de musculação ele tomou um banho e deitou para descansar. O restante do dia ele estaria em casa.

O restante da semana passa correndo, Asla e Emir não tiveram muito tempo juntos, ele estava com um problema para resolver do hospital e deixou elas com seus pacientes.

Bianca estava cuidando de seus pacientes praticamente sozinha, assim como Asla. Emir estava sempre muito ocupado e não estava tendo tempo de nada.

Isso tudo porque estava chegando o dia do aniversário do hospital, e todos os anos os sócios faziam uma grande festa. Todos deviam ir, e não seria diferente agora.

Emir sempre ficava responsável em lidar com a parte burocrática da festa.

BIANCA- E aí você vai a festa?

ASLA- Que festa?

BIANCA- O Baile de aniversário do hospital

ASLA- Não, eu heim. vou aproveitar e ficar de plantão, as melhores cirurgias. kkkkk

BIANCA- Você é de mais. Eu vou o Carlos me chamou. Vamos comigo comprar um vestido?

ASLA- Aí chegam a Eda. Eu estou cansada. Já vou Bjs

Ela fala saindo do vestiário e indo até o ponto para pegar o ônibus. Emir estava cansado, dias trabalhando duro e sem pausa. Ele queria mesmo era poder ir com Asla até em casa, pra passar nem que fosse um minuto com ela.

Todo dia ele dava um jeito de ir até a emergência pra vê ela. Mas ela estava sempre ocupada com algum paciente grave.

Emir voltou para a sala e trabalhou o restante do dia, quando ele olhou pela janela de sua sala, viu ela saindo e não pensou duas vezes.

Pegou suas coisas e a chave de seu carro e correu em direção a saída. Carlos estava chegando na sua sala na hora.

CARLOS - Ei onde você vai, tem muito trabalho.

EMIR- Amanhã . Hoje não.

Ele fala correndo e indo até o seu carro, quando sai ela já tinha entrado no ônibus. .

EMIR- Que droga. Cadê meu celular?

Ele procura e acha ele sem bateria no bolso. Então ele não tem outra saída há não ser seguir o ônibus.

Ele tenta algo perigoso.

Ele vai seguindo o ônibus e buzinando, o motorista não estava entendendo nada. Alguns passageiros começaram a gritar.

MOTORISTA- O que esse doido quer?

EMIR - PARAAAAA!

o motorista para o ônibus numa freiada brusca. Ele abre a porta e Entra procurando ela, que estava distraída ouvindo música no fone e de olhos fechados durante todo o tempo.

Todo dia tinha algum tipo de briga por causa da superlotação, então ela já estava acostumada. Mas ela não esperava ouvir Emir gritando ela.

EMIR- ASLA!

Ele grita e ela olha na direção dele, não entendendo nada.

ASLA- Emir?

EMIR- Olha eu corri heim.

ASLA- Que isso? O que você fez?

Ela fala olhando pra fora e vendo o carro dele atravessa na rua.

MOTORISTA- Ele correu atrás do ônibus e me fez parar aqui. É seu marido?

ASLA- Não.

EMIR- Mas quero ser.

ASLA- Emir?!

PASSAGEIRO - Tá bom, pega ela e vai embora.

MULHERES - Ahhhhh que lindo, casa com ele.

Todos batem palmas, E Asla sem entender nada vai até ele.

EMIR- Vem, vou te levar.

ASLA- Eu posso ir de ônibus.

EMIR- Mas eu quero te levar. Vem.

Ele pega na mão dela e vai com ela para fora do carro, e todos ficam assobiando e batendo palma.

MULHER - Ah que lindo, o amor é tão lindo.

MULHERES - Ele é tão gato né? Se ele não quiser eu quero.

HOMEM- Parem de fogo, bora motorista.

O motorista arranca com o ônibus e Emir leva Asla para o carro.

ASLA- Tá, calma aí, o que foi aquilo?

EMIR- Eu te vi saindo do hospital, e fui atrás de você, mas você já tinha entrado no ônibus, então eh fui atrás, ele parou e eu entrei.

ASLA- Pra que isso tudo?

EMIR- Eu trabalhei muito essa semana, e não consegui te ver um pouquinho se quer. Eu queria te vê e conversar um pouco. Por isso!

ASLA- Ah sim, não podia ter ido na minha casa?

EMIR - Sim, pensando agora, sim, eu poderia. Mas olha eu não sei o que me deixa eu só corri, e quando eu vi, já estava dentro do ônibus Me desculpe, se te deixei desconfortável.

ASLA- Não, não é isso. Está tudo bem.

EMIR- Você quer comer alguma coisa?

ASLA- Não, eu estou bem. Obrigada.

EMIR- E que eu não comi nada desde de manhã.

ASLA- Ah, O que ? Você está até agora sem comer nada?

EMIR- Não tive tempo, estava bem corrido.

ASLA- Aí tá bom, vem, vamos lá pra casa.

EMIR- Pra sua casa?

ASLA- Sim, vamos, vou fazer alguma coisa pra você comer.

EMIR- Se você insiste. Vamos.

Ele abre a porta pra ele e espera ela sentar, depois vai pro seu lugar e liga o carro indo em direção a casa dela.

Enquanto dirige eles conversam e Emir pegam na mão dela.

EMIR- Posso?

ASLA- Não sei.

EMIR- Só vou segurar.

ASLA- Tá bom.

Ela da a mão e segura a dele. Enquanto ele dirigia e segurava a mão dela, ele sorri de canto de boca e se acalma.

EMIR- Posso te falar uma coisa?

ASLA- O que?

EMIR- Durante toda a semana, hoje, agora, esse momento, é o melhor momento. Eu trabalhei a semana toda, como se eu estivesse esperando chegar esse momento, pra que tudo valesse a pena.

ASLA- Você tem me feito tão bem. As nossas conversas e risadas. Me fazem bem.

EMIR - Eu nunca tinha ficado assim com uma mulher antes, digo, nesse clima de amizade e companheirismo, risadas e conversas leves e boas. Você tem sido bálsamo. Obrigado por tudo.

ASLA- Que nada.

Ela fala e ele beija as costas da mão dela. Quando chegam na porta dela, ele sai e abre pra ela. Ela abre a porta de casa e vê Tirda sentada na sala.

TIRDA- Oi minha menina, você chegou?

ASLA- Oi tia, sim e trouxe visita.

EMIR- Olá Tia Tirda.

TIRDA- Oi Dr. Bonitão. Vem entra.

EMIR- Oi tia, tudo bem, vou entrar mesmo.

TIRDA- O que te trouxe aqui?

EMIR- Então, essa menina aqui, disse que vai fazer alguma coisa pra eu comer, estou com fome.

TIRDA- Olha, você tem um hospital né? Graças a Deus.

ASLA- Ah não, tia pode parando. Vou fazer alguma coisa simples e rápida.

EMIR- Qualquer coisa que vier de você eu vou amar.

TIRDA- Quero vê falar isso, quando estiver pronto.

ASLA- Tá bom, Tia fica com ele, que eu já venho, vou tomar um banho e volto.

Ela sai e Tirda e Emir ficam conversando na sala.

EMIR- Eu preciso falar uma coisa pra senhora?!

TIRDA- Me diga o que eu não sei!

EMIR - Como assim?

TIRDA- Seus olhos te entregam, e os dela, os dela nem se falam.

EMIR - Sério?

TIRDA- Vai com calma, ela ainda tem medo, não assiste ela. Vai de vagar.

EMIR- Eu sei, ela me contou.

TIRDA- Ela te contou que quase morreu e que eu fui buscar ela no hospital? Que ele ficou batendo nela por 7 dias seguidos? Que ela quebrou o maxilar, as costelas e que tem pino na perna?

EMIR- O que?

TIRDA- Ela nunca conta tudo. Mas eu estou vendo ela diferente esses dias. Mais arrumada, mais alegre e mais solta. Então por favor, se por acaso tiver algo que possa machucar ela, não se aproxime. Ela não merece mais uma dor.

EMIR- Eu tenho meus traumas e mágoas. Eu sofri e sei o que é. Claro que não como ela. Mas eu também tenho meus medos. Então pode deixar que eu serei mais cuidadoso.

Ele fala e são interrompidos por Asla.

ASLA- Então, vou cozinhar.

TIRDA- Aí meu deus, minha cozinha.

EMIR- É tão ruim assim

ASLA- Prove e verás.

EMIR- Então tá né.

Ele fala e vai com elas para a cozinha. Se senta e fica olhando ela cozinha.

TIRDA- Bom eu já lanchei, já estou satisfeita e vou me recolher.

ASLA- Ah tia, não vai comer meu omelete?

TIRDA- Minha filha, eu tenho amor a minha saúde. E você Dr. Bonitão deveria ter também.

Ela fala e vai embora, deixando Asla com raiva e Emir rindo a toa.

ASLA- Tá rindo do que?

EMIR - Nada, olha eu tô com fome. Vai demorar?

ASLA- Nada, já tá quase pronto.

Ela meche em mais alguns temperos e panelas e Emir mexia no celular enquanto conversava com ela.

Minutos depois ela coloca um prato com um omelete na frente dele.

ASLA- Pronto, prova!

EMIR- Com certeza!

Ele pega o garfo e tira o primeiro pedaço e leva boca mastigando e sentindo o sabor. Derrepente ele se te queimar e arder, salgado e muito, muito azedo.

EMIR- Éh, o que você colocou aqui?

ASLA- Ah, um pouco de todo. Pimenta, sal, salsa, limão e peito de peru.

EMIR- Ah sim. Tá bem.

ASLA- Gostou?

EMIR- Não está ruim, mas também não está bom.

ASLA- Nossa, que direto.

EMIR- Eu jamais vou dizer alguma coisa bonita, ou mentira só pra te agradar, eu prefiro te falar a verdade e a gente junto lida com isso. Do que você acreditar que está certa.

ASLA- Deixa eu vê.

Ela fala e morde sentindo o gosto e fazendo cara de nojo. Corre até a pia e cospe.

ASLA- Nossa que nojo, como você comeu isso?

EMIR - Está tudo bem. Já comi pior.

ASLA- Poxa, e agora, você está com fome.

EMIR- Tudo vem, eu pedi uma coisa.

ASLA- O que?

Ela fala e a campainha toca, ele vai atender e paga, pega as pizzas e vai até a sala.

ASLA- VOCÊ?

EMIR- Quando sua tia disse que estava com pena da saúde dela, eu pensei que seria bom, ter uma segunda opção. Me desculpe.

ASLA- tudo bem, é de que?

EMIR- Calabresa e mussarela