Conexão - parte I

As horas passaram rápido e Camila foi para o hospital. Ficou aguardando na recepção o horário da consulta. Estava tão nervosa que não conseguia parar de bater o pé no chão. Pouco depois das quatorze horas, ela foi chamada e entrou no consultório. Novamente Felipe não conseguiu entrar para acompanhá-la.

porcaria, queria tanto saber o que estão conversando. Ele ficou aguardando ansioso. Sentou-se e ficou observando o lugar quando Carlos e Sofia passarem de mãos dadas vindo da lanchonete do hospital. Vocês dois me devem explicações, hein! Falou Felipe e Carlos parou olhando na direção dele.

_ O que foi amor? Perguntou Sofia.

_Nada, ouvi alguém falar algo e a voz é parecida com a do Felipe. Falou Carlos.

_ Sério? Eu não escutei nada.

_ Estranho, não é a primeira vez que isso acontece. Felipe riu e tampou a boca com a mão para o amigo não ouvir a sua risada, não queria deixa-lo assustado. Os dois seguiram e Felipe voltou sua atenção para a porta do consultório aguardando a saída de Camila.

Pouco depois ela saiu do consultório acompanhada pelo médico.

_ A decisão final é sua, mas não demore muito a decidir o que fazer, o tempo é muito importante nesses casos.

_Eu preciso pensar um pouco. Obrigada por tudo Doutor. Ela saiu do hospital, parecia assustada. Andava apressada com os braços cruzados, eles pareciam buscar proteção contra alguma ameaça. Camila começou a chorar sem parar, e Felipe a acompanhava sem saber o que fazer, angustiado com o estado em que ela estava.

Camila chegou em casa e foi direto para o quarto, sentou-se na cama agarrada ao travesseiro em busca de conforto que só um abraço poderia lhe dar.

_ Pai... pai, me ajuda, eu estou tão sozinha desde que você se foi, eu não sei o que fazer, me ajuda... ela suplicava por ajuda e Felipe entrou em desespero. Colocou as mãos na cabeça tentando pensar em algo para ajudá-la a se acalmar.

Anjo... oh anjo, o que eu faço para ajudá-la? gritou, mas o anjo não apareceu. Felipe começou a chorar. Eu preciso ajudá-la, por favor apareça. Parecia inútil as suas súplicas. Felipe se aproximou de Camila para abraçá-la mesmo acreditando que ela não poderia senti-lo. _ Você precisa tanto de um abraço... Ao abraçá-la, uma grande conexão entre os dois foi criada.

Camila sentiu um abraço quente envolver o seu corpo e ele que havia conseguido criar uma conexão entre os dois.

_ não fique assim, você não esta mais sozinha Camila, eu estou aqui... ela olhou e viu Felipe a abraçá-la. Assustou-se saindo do abraço, mas Felipe segurou a sua mão.

_ O que está acontecendo? você está internado e em coma, como pode estar aqui?

_ Eu também não sei explicar, mas ao seu lado é onde estou agora, e vou ficar se você permitir. Ele começou a enxugar as lágrimas de Camila. Felipe pensou que ela recusaria a sua presença, mas foi surpreendido quando ela o abraçou forte.

_ Eu não entendo como você pode estar aqui, pelo que eu sei, você está inconsciente no hospital e não gosta de mim... falou chorando.

_ Você esta enganada, eu sempre gostei de você. Disse sorrindo. _Engraçado, eu também pensava que você não gosta de mim.

_ Estou tão confusa...

_ Quando eu te conheci no ensino médio, eu gostei de você de verdade, mas de repente, depois que nos beijamos na sala multimídia você mudou, passou a me evitar e não me deixou aproximar de você. Camila olhou para ele ainda não acreditando que ele estava ali.

_ Nós nunca nos beijamos.... Felipe franziu a testa, pensando porque ela pensava que nunca haviam se beijado.

_ Deve haver algum engano, quando eu entrei na sala eu te vi lá, lembro que você estava de costas e quando eu segurei a sua mão a luz se apagou, e você se virou para mim e nós nos beijamos. Camila ficou surpresa com o que ele disse. Tentava conter o choro que insistia em molhar sua face.

_ Eu me lembro que a luz se apagou e alguém me beijou, quando saímos assustados depois o pessoal gritou que estava chegando alguém, a Michele disse que quem me beijou foi outro garoto, o Bruno. Ele estava com ela e confirmou que era ele que estava na sala comigo... e que foi você que o mandou ele entrar no seu lugar, pois não queria me beijar, porque não gostava de mim. Ela abaixou a cabeça.

_ arrrr, eles mentiram para você, fui eu quem te beijei aquele dia, eu juro, eu juro pelo que você quiser.... ele estava muito irritado por descobrir a mentira de Michele.

_ Eu gostava de você e me senti muito mal com o que eles disseram, fiquei magoada e, foi por esse motivo que eu me afastei, fiquei com raiva e não quis mais contato com você.

olha para mim. falou tocando o rosto dela a fazendo olhar para ele. Eu nunca faria isso com você, e não sei o que posso fazer para provar que eu estou dizendo a verdade. Ele balançou a cabeça. _ não acredito que por causa da Michele nos nunca conversamos, não ficamos... tudo poderia ter sido diferente entre a gente.

_ No ano passado, quando eu te vi na faculdade, tive vontade de me aproximar e perguntar por que não quis me beijar naquele dia, mas tive medo de ser rejeitada mais uma vez.

Jamais ia fazer isso e falaria a mesma coisa, que fui eu quem te beijou naquele dia... acredita em mim... Suplicou. Camila viu sinceridade no olhar dele. Ela voltou a abraçá-lo e ele a confortou em seus braços. você disse que me viu na faculdade no ano passado? Perguntou.

_sim...

_ Eu só te vi pela primeira vez no mês passado.

_ Eu me escondia de você, só agora deixei que me visse.

_ Agora você já sabe que não precisa se esconder, que eu gosto de você. Ela se afastou para olha-lo com os olhos cheios de lágrimas.

_ Eu não acredito que você está aqui, devo estar sonhando e quando eu acordar a realidade será outra.

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