O Beijo

Acordo, estou no quarto da casa real, e já não sinto aquela dor terrível.

— Que bom que você acordou, como está? ( Vick pergunta-me preocupada).

— Estou bem. O que aconteceu?

— Depois que você rejeitou o Alfa, vocês dois sentiram uma dor muito forte e desmaiaram. O antigo alfa levou Hakan para a casa da matilha e o senhor William a trouxe para cá.

— William? Onde ele está?

— Ele saiu mais cedo.

— E o rei?

— Está nos seus aposentos. Preciso ir, com o supremo aqui, há muitas coisas a fazer, ainda bem que, contrataram mais cozinheiras. Se não se sentir bem, peça o guarda que me chame, ordens do senhor William.

— Obrigada Vick, eu vou sair para tomar um ar.

Visto um vestido soltinho, pois está fazendo muito calor e vou para o meu lugar preferido.

Olho para os lados para ver se não há ninguém, já que estou de vestido, e subo na árvore. Fecho os meus olhos e tento descansar a minha mente de tudo o que aconteceu. Escuto o barulho do Rio, dos pássaros e animais que vivem na floresta.

Sou tirada do meu momento de meditação, por um barulho vindo da água, há um homem nadando no Rio.

Sou pega de surpresa quando ele chega a margem, se levanta e vem na minha direção.

Fico quase sem fôlego quando olho o seu corpo esculpido. Acredito que meu queixo está no chão agora, tento disfarçar a minha admiração, quando William, chega mais perto.

— Admirando a paisagem Sally?

— Sim, bem, não... Quer dizer, gosto de ver o Rio e a natureza.

— Cheguei a pensar que estava me perseguindo.

— Ei! Não sabia que estava aqui, e esse é meu lugar preferido desde sempre.

— Excelente escolha, estava passando e vi o lugar, estava calor e achei interessante dar um mergulho. Deveria experimentar, a água está ótima.

— Obrigada, mas estou bem aqui, e não trouxe roupa de banho.

Tento não ficar a olhar aquele corpo perfeito, sem sucesso. É quando vejo aquele sorriso maléfico no seu rosto, e em um segundo, William sobe rapidamente na árvore me pegando no seu colo e pulando no Rio, Splash tchá! chuá!

Caímos na água e subo para superfície para respirar, mas, não vejo William em lugar nenhum. Encontrar uma pessoa dentro de um rio, mesmo para os sentidos de um lobo, é um pouco difícil.

— William! Onde você está? Você pode ser o beta do rei, mas, já é um homem morto! Eu vou te matar!

De repente ele aparece de vez na minha frente jogando água em mim.

— Isso é pelo episódio da cozinha, agora estamos quites.

— Não, não estamos! Se me recordo bem, o senhor também jogou farinha em mim.

Ele continua a sorrir, aquele sorriso que me deixa de pernas bambas. Isso não vai ficar assim. Começo a bater os pés e as mãos na água, jogando água na sua direção. William mergulha desaparecendo novamente.

Estou tentando encontrá-lo quando ele surge bem em minha frente. Ele abre os seus olhos e olha bem fundo nos meus, descendo para os meus lábios, ele se inclina na minha direção.

Ele vai me beijar? Ele vai me beijar!

Seus lábios tocam os meus, é um beijo terno e puro. Eu começo a ceder e a retribuir o beijo, e que beijo, tudo o que eu mais quero é poder beijá-lo mais. Porém, lembro-me que ele pode ter companheira, não quero fazer o mesmo que a minha irmã fez comigo. Eu me afasto.

— William, perdão, isso não deveria ter acontecido. ( Falo mergulhando, voltando para a margem do rio e saio correndo, indo para a casa real), enquanto corro, escuto ele gritar o meu nome.

— Sally!

Chego na casa real, estou indo em direção ao meu quarto, quando topo com o rei, ele está de máscara.

— Olá, senhorita Sally, por que tanta pressa?

— Me desculpe supremo, eu só ia para o meu quarto.

— De quem está fugindo?

Fico sem palavras, os seus olhos na máscara me analisam como se quisesse encontrar a resposta dentro do meu olhar. Mas, surpreendo-me com ele se aproximando de mim, estamos perto demais, o que ele está tentando fazer? Isso é demais para um dia só. Mas, ao contrário da aproximação do William, eu não quero nada com o rei.

Somos interrompidos por William.

— O que vocês pensam que estão fazendo?

— Eu não estou fazendo nada, só estou tentando a cheirar, para descobrir de que ela está fugindo. No entanto, acabei de descobrir. ( Fala olhando para William).

— Eu preciso ir...

Saio correndo em direção ao meu quarto. Alguns minutos depois, alguém bate na porta, é o William.

— Precisamos conversar.

— Olha, se for sobre o beijo, vamos esquecer, isso foi um erro, e não se preocupe, não irá se repetir.

— Ok, se é assim que se sente a respeito, é melhor eu ir, realmente, foi um grande erro.

( Fala saindo).

— William, eu...

Ele nem olha para trás. Acredito que não gostou da forma que falei. No entanto, é melhor assim, para nós dois.

Amanhã vou viajar, o meu irmão comprou a minha passagem e me levará até a estação.

É madrugada, estou dormindo e começo a ter um sonho bem quente com William, me assusto, estou toda suada, me sentindo quente, então, vou à cozinha tomar uma água gelada. Estou de pijama, todos estão dormindo, não vão me notar.

Tomo a água, mas, não ajudou muito, não consigo parar de pensar nele. No momento em que estou saindo, alguém entra, essa não! É ele, o homem que está abalando o meu psicológico, William, vestido para matar.

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