Capítulo 15

— Droga eu só faço merda.

Fico pensando no que aconteceu essa tarde, e o pior é que a Ana não parece sentir ciúmes, isso alimenta mais a minha raiva e vontade de sair por aí transando com qualquer uma. Mas também como você quer que ela sinta ciúmes se você não quer ter nada com ela imbecil?

Essa mulher tá tirando a minha paciência, ela não se toca que eu tô afim ou não tá nem aí?

—Ah claro bonitão continue saindo com mulheres aleatórias e deixando elas ligarem para a Ana falando da noite de sexo que você vai conseguir conquistá-la. — Digo pra mim mesmo me tocando que deve ser por isso que ela não dá a mínima, pra mim. Mas quem liga para oque ela pensa? Retruco na minha mente, tá tudo tão confuso.

Olho no meu relógio de pulso vejo que é 19h30 e estranho ninguém ter ligado pra mim, começo a procurar o meu celular pelo meu quarto não acho, na sala também não, resolvo ir na cozinha.

– Maria você viu meu celular?— Falo entrando na cozinha e ela se assusta 

– eu sou velha de mais pra ficar tomando susto garoto– fala me batendo com o guardanapo que estava no seu ombro.

–aí Maria isso dói – reclamo porque dói mesmo

–desculpa–fala – não vi você com o seu celular e nem deixou por aqui, se não teria visto— Fala olhando ao redor– será que não deixou na empresa ou no carro.

Aí lembro-me que desde que dei meu celular pra Ana eu não o vi mais, espero que ela não esteja vendo as mensagens que recebo.

– tudo bem, acho que já sei com quem está, boa noite.

Falo já saindo sem da tempo para perguntas que não tô pronto pra responder, até porque passei a tarde transando com uma pensando em outra.

Oh vida de merda, tenho que parar de fazer besteira, como sei o endereço de Ana que descobrir por acaso, e foi realmente por acaso, deve ser o destino, dou de ombros.

Pego as chaves do meu carro coloco o endereço no GPS e vou, o trânsito não tá tão ruim.

50 minutos depois tô em um bairro simples e calmo, parado em frente um portão azul com um muro rosa, confiro o número e é esse mesmo vou me aproximar e a porta pequena do portão tá aberta, que perigo, mas antes de entrar dou duas batidas.

Passo pelo quintal onde ta o carro dela, escuto uma música infantil e vozes emboladas, devem ser sobrinhos dela.

A porta da casa tá fechada dou duas batidinhas não demora muito vejo uma tentativa de abrir a maçaneta e nada,

Segunda e nada, na terceira a porta se abre e vejo um garotinho em pé no puff um banquinho pequeno, mas uma queda seria trágico já que ele é praticamente um bebê vestido com um pijama do batman com um leão de pelúcia na mão, desço o garotinho do puff se esse menino caísse certeza que eu seria preso, olhos incrivelmente azuis me encara como se tivesse vendo o maior bolo de chocolate do mundo.

–Papai?– Fala desconfiado e derrepente chega uma garotinha quase do mesmo tamanho uns centímetros menor com os cabelinhos castanhos como o do garotinho, segurando uma girafinha de pelúcia e um pijama da mulher maravilha me encara com olhos azuis também desconfiada

– Eti é o papai?– pergunta acho que para o irmão.

Os dois colocam a mão na cintura "uma graça" mas estão me assustando, me encaram e falam juntos. Pela primeira vez na vida eu amei crianças, eles são tão bonitinhos, meu coração ficou tão cheio de amor que desejei mesmo ser o pai.

–voxê é o papai?

–Sou?– Pergunto, mas eu acho que eles entendem como uma afirmação porque assim que termino de falar eles agarram as minhas pernas me chamando de papai. Eles são criança seu otario tu achou que eles iam entender oque? Minha consciência diz.

Os gritos de papai foi tanto que derrepente Ana aparece com um pijama de seda shortinho curtinho e uma blusinha curta, ela tá quase branca assustada, derrepente me olha acho que vai me matar. Será que devo correr?

– mãeginha papai chedou– a garotinha fala ainda grudada nas minhas pernas. Ana se aproxima.

–Miguel, Aurora venham aqui com a mamãe.

Mãe?

Ela chama, mas nenhum dos dois parece disposto a obedecer, eu olho pra ela devo tá mais pálido do que se estivesse vendo Jason na minha frente

–quelo colo do papai– o garotinho que agora sei que se chama Miguel diz, e meu coração de gelo derreteu um pouco. Ana me olha pedindo ajuda 

– crianças vão lá com a mamãe– eles me olham com os olhos vermelhos querendo chorar, Jesus  me socorre– tudo bem.

Pego eles no colo pergunto silenciosamente se posso sentar no sofá ela entende e assente, caminho até lá e sento, Ana vem atrás e quando ela vira quase tenho um enfarto quando tenho uma visão da sua linda bunda, mas recupero-me rápido, o que eu não faço pelas crianças, tá vendo já estou agindo como pai.

— então aparentemente temos filhos– digo tentando fazer uma piada, mas ela me olha e tenho certeza se não fosse as crianças eu estaria com uma faca no peito agora mesmo.

— Como sabe o meu endereço, e como entrou?– diz tentando parecer calma, só tentando porque conseguir tá difícil

– O portão estava aberto, dei duas batidinhas e entrei, quando cheguei na porta, fiz a mesma coisa e Miguel abriu pra mim–digo e lembro do perigo — Imagina se fosse alguém mal-intencionado? E sabia que o Miguel estava em cima do puff, e se caísse? É um perigo deixar criança sozinha.

Vejo que falei a coisa certa e, ao mesmo tempo a errada.

— Você vem na minha casa e tá dizendo que eu não sei cuidar dos meus filhos que coloco a vida deles em risco?– Já posso escolher a cor do meu caixão?

— não, estou dizendo que é perigoso deixar a porta aberta e as crianças sozinhas, mas sei que você é responsável o suficiente e não deixaria o portão aberto sabendo dos riscos. — falo e ela vacila um pouco, já posso respirar?

— oque veio fazer aqui?– fala mais calma

— pegar o meu celular, não sei onde deixei e acredito que ainda tá com você.

Nesse momento ela parece se lembrar de algo me encara com raiva e suspira.

— Tudo bem, vou ver se está na minha bolsa– olha para as crianças– não vai roubar eles.

— não se esquece que eles aparentemente são meus filhos também – digo sorrindo de lado, ela fica linda quando tenta me matar com o olhar.

Levanta e vai em direção suponho que do quarto e fico admirando o seu enorme traseiro redondo.

— voxê goita dos bichinhos papai? — Aurora pergunta ainda abraçada no meu pescoço

— e de supeleloi– Miguel diz e eu tô amando esse negócio de pai, mesmo não sendo, penso que se fosse em outras circunstâncias eu estaria surtando, não quero ter filhos, não pelo menos até os 40. Mas esses dois em 20 minutos pegaram o meu coração pra eles.

— Sim, eu amo bichinhos e super heróis–

Digo e eles sorriem, eles têm um cheirinho de bebê tão gostoso que acredito que compraria essa colônia pra mim, só pra sentir esse cheirinho sempre.

Ana volta com o celular na mão mostra-me e coloca na mesinha de centro.

— Aqui, deve estar no silencioso porque não ouvi tocar ou vibrar– fala e não se senta– Bom agora acredito que o senhor já pode ir embora tá na hora dos MEUS filhos dormirem.

Frisa os meus e nesse momento as crianças se penduram no meu pescoço me abraçando mais forte e Ana fica vermelha, não sei se de raiva ou vergonha.

— não, mamãe papai tem di da gagal pala o bebê –Miguel diz animado

–e tolotar pla domir- Aurora fala esperançosa

Já posso dizer papai ama ou tá cedo?

Se Ana soubesse dos meus pensamentos agora me mataria.

Eu assumiria filho e mãe agora mesmo se ela não quisesse matar-me. É estranho sentir uma conexão inexplicável com crianças que você acabou de conhecer?

O amor é lindo e eu estou encrencado.

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Comments

Francisca Nubia Da Silva De Castro

Francisca Nubia Da Silva De Castro

Maravilhosa e divertida essa historia Hinik!

2025-03-22

0

Sandra Mesquita

Sandra Mesquita

Hinik você estava inspiradissima quando escreveu essa estória. Eu não me canso de ler e rir dessa turma

2025-02-26

6

mari

mari

aíw que fofo 💞

2025-03-15

0

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