...~ Tátia Jensen ~...
Estamos sentados na minha cama, um de frente para o outro. Permaneci tanto tempo vivendo com medo de fazer algo que pudesse comprometer a mim e a minha filha que, parece que estive anestesiada. Sem sentir nada além do que o meu objetivo de sobreviver pedia.
Mas agora, estou com a guarda totalmente baixa e mesmo tendo percebido eu não quero me colocar defesas. Olhando para o Peter eu consigo retornar àquela noite e agora não é uma sombra tomando o meu corpo, é ele.
Eu ainda não tive tempo de pensar se sinto algo por ele, por muito tempo eu nutri mágoa e raiva, hoje eu sinto gratidão por ter me tirado de um cárcere.
Tátia: - Peter, eu vou te contar um pouco do que aconteceu naquela noite.
Peter: - Estou aqui pra você, está segura agora. ~ Ele pega na minha mão e fica acariciando.
Tátia: - Eu não sei bem como foi mas, eu sei que eu fui levada arrastada da minha casa, na frente do meu pai e ele não fez nada, porque era um acordo dele. Foi a noite que passei com você. Foi a minha primeira vez sim e eu acredito ter sido drogada, porque eu não lembrava de nada além das sensações, o jeito que o meu corpo se sentia com aquele homem. ~ Estou olhando nos olhos dele e sinto meu rosto esquentar, deixo escapar um sorriso de canto exibindo minhas covinhas. Ele parece gostar do que ouve, pois ele umedece os lábios sutilmente.
Tátia: - Quando eu acordei, me deparei sozinha naquela cama, havia apenas um vestido e um tanto de dinheiro. Fiquei com tanto ódio de você que saí dali aos prantos. ~ Ele levanta a mão e logo inicia:
Peter: - Eu fui chamado logo cedo pela assistente do meu pai, ele marcou uma reunião de última hora e precisava que eu fosse, eu pedi a ela deixasse uma roupa pra você e avisei a ela que eu voltaria depois. Depois que voltei para o quarto e vi o dinheiro jogado no chão eu entendi tudo, até briguei com ela mas já não tinha jeito.
Tátia: - Nossa, você realmente tem uma vida corrida. Mas bem, quando chego em casa me deparo com um luxuoso na porta, e ao entrar me deparo com um homem bem mais velho do que eu, sentado com o meu pai. Claro que ele veio até mim e me explicou tudo, mas eu não tinha escolha do mesmo jeito, naquela mesma manhã eu vim pra cá com o Adam, ele já tinha os papéis do casamento prontos. ~ Uma lágrima escorre em meu rosto, em seguida mais outra e outra. - Um mês depois eu descobri que estava grávida, eu expliquei a situação a ele que entendeu e deixou claro que, não iria ser pai de um filho que não era dele, porém não iria maltratar a criança, ia fazer o que precisasse como meu marido. ~ Nesse instante o desprezo se instala em meu rosto.
Peter então me puxou para deitar ao lado dele e me acolheu em seu colo, ainda de frente um para o outro, agora nossas testas estão coladas, seu olhar é ainda mais profundo do que antes. Sua mão direita acaricia meu rosto e cabelo enquanto ele me escuta falar.
Tátia: - De dois anos pra cá ele se tornou bem mais impulsivo e agressivo, começaram com gritos e xingamentos até levar a isso... ~ Passo a mão pelo pescoço, ainda havia marcas dos hematomas. A esse ponto meus olhos já devem estar inchados, aprendi a chorar em silêncio desde que me casei com Adam e isso era uma grande tort#ura. - Peter, você já deve ter feito as contas, você sabe que a Aurora é sua filha, não sabe?
Ele me dá um sorriso singelo e feliz, os olhos dele brilham quando eu falo dela.
Peter: - É claro que eu sei, é o raio de sol que faltava na minha vida. Você me deu o melhor presente de todos mas eu queria te pedir uma coisa.
Tátia: - Se estiver no alcance de uma mulher que acabou de ser resgatada. ~ Solto uma risada genuína e ele então limpa as lágrimas do meu rosto.
Peter: - Não deixe de sorrir e de expressar o que sente, e... ~ Ele encosta o nariz no meu fazendo uma carícia, o que me faz prender o ar, nossas bocas estão quase coladas.
Tátia: - Peter... o que você... ~ Antes que eu termine ele me interrompe com um beijo no canto da boca.
Peter: - Posso? ~ Ele sorri, aquele sorriso malicioso tá me fazendo perder a linha.
Tátia: - Seja gentil.
Então ele me beija, o beijo começa apaixonado e delicado, tanto que meu coração esquenta pelo carinho, mas sua mão desce do meu rosto até minha nuca, pegando com um pouco mas de força, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.
- Peter ... ~ sussurro ofegante, minha voz soa mais como um gemido.
- Você não tem ideia do quanto eu sonhei com esse dia, essa marca no seu ombro, eu nunca esqueci. ~ Ele sussurra em meu ouvido e morde minha orelha suavemente.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Silvania Maria
tô amando esse livro.
2025-03-25
0
Ana Lúcia De Oliveira
estou ansiosa pelo capítulo que o marido chega em casa e não encontra ninguém
2024-11-02
3
Marcia Estevo
Aí não deixe ela e a filha sofrer mais autora, tô aqui aflita 😔🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿🌷🌿
2024-09-04
1