...~ Tátia Jensen ~...
Faltam 10 minutos para a peça acabar e preciso sair dali antes de todos, para quando o Kalel notar nossa ausência já ser tarde, e haverão muitas pessoas em volta para o atrapalhar.
Tátia: - Filha, nós vamos para outra casa tá. ~ Digo baixinho de forma carinhosa.
Aurora: - Mas eu gosto da nossa casa mamãe. ~ Ela diz fazendo um biquinho.
Tátia: - Mas essa casa que a gente vai é bem legal também e a mamãe estará junto de você meu amor.
Aurora: - Mamãe, a gente pode comer batata fita hoje? ~ Acho tão fofo esse jeitinho que ela fala batata 'frita', há certas coisas que não corrijo pela idade.
Tátia: - Eu não sei, mas eu vou tentar tá bom? Agora vamos brincar de fugir quietinhas. ~ Falo baixinho com ela e ela parece enteder pois responde baixinho também.
Aurora: - Sim mamãe, hihihi. ~ Ela dá uma risadinha e meu coração se transborda, o que me enche de mais coragem, Daniel está logo ali vai dar tudo certo.
Kalel dá mais uma olhada pra gente, quando ele se vira de volta me levanto rapidamente e vou na direção do Daniel. Saímos quase que correndo de lá e logo em seguida a peça acaba e podemos ouvir os aplausos. Estamos quase chegando na rua e Kalel nos vê de longe.
Kalel: - Tátia!!! ~ Ele grita bem alto e eu nem olho para trás, Daniel está com a mão nas minhas costas correndo ao meu lado e logo a frente a dois carros.
A porta do carro de trás se abre.
Daniel: - Vocês vão naquele ali!
Ele entra no da frente e eu nem penso em mais nada, envolvo Aurora nos meus braços para não correr o risco de bater com o corpinho dela na hora de entrar, e então entro com tudo no carro, a pessoa ao meu lado fecha a porta e logo é dada uma brusca arrancada com o carro.
Enfim, posso respirar novamente.
Aurora: - Mamãe, a gente fugiu quietinha e agora? ~ Ela diz enquanto segura meu rosto com suas pequenas e macias mãos.
Estou respirando profundamente várias vezes e então enfraqueço, por um breve instante as lágrimas ameaçam a descer mas me contenho, não posso confundir ainda mais a cabeça da minha pequena Aurora.
Tátia: - Agora a gente vai pra uma casa nova bem legal. ~ Sorrio gentilmente e logo sinto uma mão em meu ombro, olho assustada para o lado.
Peter: - Vocês estão bem?
Aurora: - Mamãe é o tio que salvou minha bola! ~ Ela fica impressionada ao vê-lo e acabo deixando uma risadinha escapar, crianças são tão imprevisíveis.
Peter: - Pequena Aurora, você se lembrou mesmo de mim. Quer sentar aqui no meio? ~ Ele olha pra mim e pra ela. Ela olha para ele e depois para mim pedindo uma confirmação. Faço que 'sim' com a cabeça e a ajudo a se sentar.
Tátia: - Ele é um amigo da mamãe e seu amigo também Aurora.
Aurora: - Tio eu vou na sua casa? ~ Com aqueles grandes olhos curiosos ela o olha fixamente animada pela resposta.
Peter: - Vai sim princesa.
É incrível, é a segunda vez que ele tem contato com ela, mas ele olha pra ela de uma forma tão apaixonada, com tanto amor e sede de conhecê-la que meu coração se conforta, quando você cria sua filha sozinha sabendo que o pai dela tá por aí, por muitas vezes você imagina um reencontro e como seria essa relação.
A figura paterna é algo muito importante na vida de uma criança, claro que fiquei com medo da rejeição não por mim, mas por ela. E ele parece querer exatamente o oposto.
Aurora: - Tio, nessa sua casa a mamãe não vai ficar triste não é? E nem se machucar.
Ela fala com um pouco de tristeza e isso me quebra, como sendo tão pequena ela conseguiu perceber?
Peter: - Claro que não, eu vou fazer de tudo para que vocês duas... ~ Ele toca o dedo no nariz dela. - Sejam muito felizes!
Posso perceber os olhos dele se enchendo.
Aurora: - A gente pode comer batata fita então? ~ Ela diz de forma sapeca e logo me olha.
Tátia: - Aurora?! Não pode pedir as coisas assim filha. ~ Digo em tom brando porém firme.
Peter: - Isso não é nada, o tio compra batata 'fita' pra Aurora e pra mamãe. ~ Ele me olha e eu me sinto tocada pois, aquele olhar foi terno, foi puro, doce e gentil.
Aurora: - Mamãe, eu gosto desse tio aqui, eu posso abraçar ele?
Tátia: - Claro que pode meu amor.
E aquela imagem vai ficar pra sempre guardada em minha memória, quem é mãe ou tem o pai ausente vai saber o quanto isso significa pra mim, naquele momento com um sorriso enorme no meu rosto as lágrimas desceram. Eu não pude me conter e os abracei também.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
lindo capítulo 👏👏 parabéns autora
2024-11-02
2
Amandinha oliveira 🤩
Autora tem quê pegar leve agora estou aqui com o rosto todo enchado de tanto chorar aja lenços ai mds
2023-03-17
4
Neide Madeira
é muito importante ter uma figura paterna
2022-12-31
0