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...~ Tátia Jensen ~...

Estou o olhando fixamente nos olhos, mantenho minha expressão firme mas o ar começa a me faltar.

Adam: - Eu estou cansado das suas piadinhas e indiretas o tempo todo, eu não quero mais ouvir uma palavra sobre esse assunto, você me pertence e acho melhor se acostumar com isso.

Ele solta o meu pescoço e sai de cima de mim, começo a respirar com necessidade seguido de tosses fortes.

Tátia: - Eu odeio você, odeio o que fez comigo! ~ O respondo mas a minha voz sai fraca, ele se aproxima novamente e agora aperta o meu rosto.

Adam: - Tátia... Tátia, foi o seu querido pai que te entregou de mãos beijadas, mas agora chega. Você não quer que algo aconteça com a pequena Aurora, quer?

Naquele momento eu esqueço tudo, como ele ousa ameaçar a minha filha assim tão diretamente, o empurro com força e ele volta com um tapa em meu rosto, me fazendo ir ao chão, posso sentir o gosto do sangue em minha boca.

Adam: - Comece a se comportar Tátia, senão já sabe o que te espera, e cubra essas marcas.

Fico lá no chão com o meu rosto e pescoço queimando de dor, as lágrimas ameaçam descer mas tenho que segurá-las e pensar em algum plano, alguma forma para sair daqui e levar minha filha pra longe desse monstro.

...~ Peter Rockefeller ~...

...Dia da inauguração/Sábado...

Cheguei ontem a noite em Londres, foi uma boa estratégia pois pude descansar bem para começar o dia. Vou até a empresa pois quero ver de perto como estão os preparativos e tudo tem que estar perfeito, meu irmão veio comigo pois está trabalhando junto com a gente por enquanto, ele é mais ligado nessas coisas de artes mas meu pai disse que ele tem que aprender os negócios da família antes de viajar pelo mundo em busca da sua arte.

Peter: - Irmão nós temos uma reunião com um acionista hoje às 10h, vamos tomar café da manhã com ele.

Daniel Rockefeller, 20 anos

Daniel: - Eu tenho mesmo que ir? ~ Ele diz um tanto desanimado, Daniel não gosta muito de se envolver nessa área de negócios.

Peter: - Claro, você é meu assistente aqui na filial, todos devem saber o quão importante você é. ~ Falo dando um sorriso e um tapa amigável no ombro, ele é meu irmão mais novo, o amo muito.

Nós entramos na minha sala.

Daniel: - Ficou muito boa, e tem uma vista incrível pela sacada.

Peter: - Ficou sim irmão, nem acredito nisso.

Nós dois rimos.

Daniel: - Ei irmão, obrigada pela força com o pai.

Peter: - Você tem suas vontades e personalidade, não tem que ser forçado a viver dos negócios da família se não quiser.

Saímos da empresa e vamos para um café próximo dali aonde teremos nossa reunião, o conhecido Aubaine. Um lugar bem aconchegante, confortável e agradável.

Nos sentamos em uma mesa na janela mais ao fundo da cafeteria e já pedimos nosso chá e croissant, logo depois o acionista chega e começamos a ter nossa conversa.

Peter: - O senhor consegue compreender que nos ater apenas a este tipo de material, além de nos custar muito mais tempo de fabricação, ainda diminuiria a qualidade do produto, definitivamente não é um bom acordo para a Rockefeller Ltda.

Acionista: - Compreendo senhor Rockefeller, e isso me afetaria de uma forma ou de outra.

Peter: - Exatamente.

Acionista: - Então estamos totalmente de acordo, é muito bom saber que temos alguém bem perspicaz na liderança da nova filial.

Peter: - Claro.

Logo o ambiente do café é tomado por uma risada gostosa e animada, olho para trás para ver do que se trata e há uma moça com sua filha no colo, a criança está rindo alegremente e a mãe brinca com ela.

Fico por um tempo observando elas fazerem o seu pedido, a moça está com uma mochila da hello kitty nas costas, a menina com uma boneca e uma bola nas mãos.

Não sei porque, mas não consigo tirar meus olhos delas, aquela mulher me parece tão familiar, gostaria de ter uma chance de conseguir olhar o rosto dela.

Acionista: - Então é isso, estou indo, obrigada por ceder um pouco do seu tempo!

Nem escuto ele falando comigo, só meu dou conta quando Daniel se levanta e aperta a mão dele por mim.

Daniel: - Foi um prazer Roger.

Peter: - É... foi sim, nos vemos nas futuras reuniões. ~ Aperto a mão dele e Roger e vai embora.

Daniel: - Porque ficou tão distraído de repente?

Dou uma golada no meu chá e fico olhando para a mesa delas.

Peter: - Não é nada. ~ Desconverso mas Daniel percebe.

Daniel: - Não dá pra ver o rosto dela, mas com certeza é casada está com a filha ali.

Peter: - Acho que você tem razão. ~ De repente a bola da menina percorre o chão do café na minha direção, a paro com o pé e a pego. Não demora muito e a menina vem correndo em minha direção também.

- Oi, eu deixei a minha bola cair. ~ Ela para em minha frente e aponta para a bola. Então saio da minha cadeira e me abaixo na frente dela.

Peter: - Eu peguei ela pra você, toma aqui. ~ Estendo a bola para ela e ela pega.

- Como se diz Aurora? ~ Eu estava tão focado naqueles lindos olhos que nem percebi a aproximação da mãe da menina, ao olhar em seu rosto fiquei totalmente em choque. A menina olhou para a mãe e então olhou para mim.

Aurora: - Obrigada por salvar minha bola. ~ A menina sorriu gentilmente.

Meus olhos se manteram na mãe da menina e quando ela levou a menina até seu colo, pude reparar que no ombro da criança havia uma marca que eu já conhecia.

Peter: - Uma lua minguante. ~ Agora eu estou olhando a marca no ombro da pequena Aurora.

- Ah, isso? ~ Ela passa a mão por cima da marca e sorri. - É uma marca de nascença, eu também tenho uma, obrigada e desculpa o incoveniente.

Peter: - Ah... claro. Eu que agradeço.

Estou totalmente fora de mim, minha face está pálida e gélida, acabei de encontrar com a mulher que tanto sonhei e procurei, que não consegui uma notícia sequer, ela continua linda e agora tem uma filha com a mesma marca que a dela, quais as chances dela ser minha filha? Quais as chances dela ser uma mulher casada? Porque eu não disse tudo de uma vez?

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