ELES TAMBÉM TEM DIREITOS

Assim que ele sai, eu deito na cama e volto a chorar,  não consigo compreender porque meus pais escondiam tantas coisas de mim, será se um dia meus pais me amaram de verdade?  Lembrando de tudo que eles esconderam de mim,  a resposta é não com certeza.

Depois de um tempo refletindo sobre o quão perdida estou, levanto e vou tomar um banho, assim que termino vou para o closet escolher uma roupa adequada para o meu serviço de hoje, escolho um vestido branco na altura dos joelhos e um escarpam preto, hoje eu serei uma médica dentista, terei que me esforçar ao máximo para parecer um pouquinho mais velha.

Após me vestir,  começo a me maquiar, faço uma maquiagem um pouco pesada e coloco um batom vermelho púrpura dando um de ar mulher madura, coloco uma lente de contato, colo um sinal artificial no lado direito do meu rosto, faço um coque no cabelo,  passo um pouco de perfume, assim que fico pronta, me olho no espelho e falo sozinha.

Kyra- Estou linda e pronta pra matar. Sábio foi aquele que disse a frase: “ as aparências enganam", esteja pronto seu homofóbico de merda, a morte está indo te buscar rsrs.

 Pego minha maleta,  minha bolsa e celular, desço as escadas e vou direto para a cozinha procurar algo para comer, assim que chego dou de cara com a dona Rita e o Alex,  eles me olham dos pés à cabeça, eu fico um pouco constrangida, mas me recupero rapidamente e falo em seguida.

Kyra-Dona Rita,  me serve um pouco de leite por favor.

Ela se afasta e o Alex se aproxima, me olha com ternura, me dá um beijo na testa e fala baixinho.

Alex- Já está tudo pronto para você, você está quase atrasada.

Suas palavras são úteis,  mas eu fiquei um pouquinho desapontada, eu pensei que ele fosse dizer que me ama rsrs. Permaneço em silêncio, assim que termino de beber o leite, pego minhas coisas e saiu rapidinho.

Cerca de 30 minutos depois eu chego em uma pequena clinica odontológica no subúrbio da cidade, assim que chego cumprimento os funcionários e vou direto para a minha suposta sala de atendimento, coloco meu jaleco branco, minhas luvas e máscara,  preparo tudo que irei precisar e fico aguardando minha vítima chegar.

Depois de alguns minutos enfim a secretária vem avisar que ele chegou, assim que ele entra percebo que está me olhando com um olhar confuso, então resolvo falar primeiro.

Kyra- Boa tarde senhor Diego,  eu sou a doutora Patrícia, infelizmente o doutor  Paulo e sua equipe acabaram contraindo a Covid-19 e tiveram que se afastar por uns dias, mas não se preocupe nós cuidaremos de você.

Mal sabe ele que irá morrer hoje,  o doutor Paulo se tornou meu aliado após descobrir que seu filho é gay, ele temia que seu filho fosse o próximo.

Diego- Tudo bem,  seja breve por favor.

Ele deita na cadeira odontológica acreditando que fará apenas um canal em um dos dentes superiores, peço que abra bem a sua boca, pego a seringa injeto o que ele acredita ser anestesia, mas na verdade é veneno, assim que faz efeito, como de costume começo a conversar com ele.

Kyra-Chegou a hora da colheita, quem te falou que nascer diferente é errado? Eles também tem direito de amar e ser feliz.

Posso ver nos seus olhos o medo tomar conta do seu corpo, engraçado que quando ele matava homossexuais ele ria alegremente, por que está com medo agora? Maldito.

 Não deveria ter medo, ele matou cerca de 30 pessoas entre  homossexuais e lésbicas, mesmo com tantas provas acabou saindo ileso de todos os crimes, porque é filho de um importante empresário do ramo de construção civil, fez o que quis com todo mundo a vida inteira.

Pego um bisturi na minha maleta, se aproximo mais um pouco e falo novamente.

Kyra – Desculpe o engano,  eu não me chamo Patrícia e sim Kyra Smith, eu vim fazer justiça. Te trouxe uma passagem só de ida para o inferno, boa viagem.

Dito isso, eu corto o seu abdômen com o bisturi, deixando todos os seus órgãos expostos, vendo que ele ainda está vivo, faço um grande corte em sua garganta fazendo com que o homem sangre até a morte.

Depois de constatar sua morte,  retiro da maleta o relatório onde consta provas de todos os seus crimes e o coloco sobre o seu corpo, retiro minhas luvas e máscara e coloco dentro da maleta, passo um pouco de gel, pego minhas coisas e saio da sala de atendimento.

Assim que chego na recepção encontro a minha equipe em alvoroço, a Quatro vem e fala ofegante.

Quatro- Sete, recebemos informações privilegiadas de que após uma denúncia anônima a polícia está vindo para cá agora,  temos que sair daqui.

Assim que ela fala, me puxa pelo braço e corremos em direção a porta dos fundos, enquanto corremos olho para os lados e vejo todos  correndo na mesma direção que eu, assim que conseguimos sair da clínica, entramos no carro e  partimos em disparada, eu estou prestes a infartar de tanto que corri e nesse momento me arrependo amargamente por estar usando um maldito escarpam, depois de chegamos em um local seguro, é que percebo que a minha equipe não está completa, além de haver pessoas entre nós que eu nem sequer conheço.

Kyra- Onde estão a Um e a Dois?

Assim que falo, percebo que a Quatro ficou pálida de repente, ela me olha com um olhar triste e fala em seguida.

Quatro- Só agora eu lembrei que a Dois disse que estava com dor de barriga e precisava ir ao banheiro,  com o susto eu esqueci desse detalhe, me perdoa.

Ela fala e logo começa a chorar, eu estou triste pela Dois, mas meu foco agora é a um.

Kyra-Três,  você sabe onde a Um está?

Três- Cerca de 5 minutos antes de sairmos correndo, ela me disse que teve um imprevisto e precisava sair por um momento.

Será se aquela maldita me traiu?

Kyra- Nós não fizemos nada que chamasse a atenção de vizinhos, o homem não deu nenhum único grito,  a única coisa que passa na minha  cabeça é que alguém da equipe me traiu e,  quando eu descobrir quem é o traidor irei  arranca a cabeça.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***