SUA EQUIPE

Levanto por volta das 8:00h da manhã e vou direto para o banheiro fazer minha higiene e tomar um banho quente, visto uma roupa leve e passo um pouco de perfume, pego meu celular e vou para a cozinha, no caminho ligo para uma floricultura e peço algumas flores, hoje eu vou visitar meus pais.

Assim que chego na cozinha vejo o Alex tomando café e em sua companhia uma mulher diferente, será se a minha casa virou motel? Mas nem ferrando, passo direto para a sala e fico pensando em tudo que fiz ontem eu me pergunto,  será se a vingança vale a pena? Será se os meus pais estão felizes do outro lado? Eles sabem que eu vinguei suas mortes?

Kyra- Os mortos não sentem mais nada,  matarei para amenizar as dores dos vivos os livrando de seus “monstros".

Falo comigo mesma, de repente vejo a empregada caminhando em minha direção com muitas flores.

Empregada- Bom dia senhorita Kyra, aqui  estão flores que a senhora pediu.  Com licença.

Ela fala e vai logo me entregando as flores e eu rapidamente vou para o jardim,  assim que chego no local me joelho e começo a chorar e falar com eles, sei que eles não ouvem nada mas falo porque quero desabafar.

Kyra- Ei, por que fizeram isso comigo? Me criaram por 21 anos em um mundo de mentiras, eu era feliz e tinha sonhos de construir uma família, me digam quem amaria uma assassina como eu? Se tivesse como escolher eu jamais escolheria fazer parte dessa família macabra, esse legado não me deixa orgulhosa, pelo contrário, eu sinto vergonha de ser uma Smith.

Dito isso saio sem olhar para atrás, tenho a sensação de que estou tendo uma discussão com meus pais, eles não tinham o direito de me enganar uma vida inteira.

Assim que entro na casa me deparo com o Alex sentado no sofá, junto a ele há várias pessoas, 5 no total , assim que me veem  todos se levantam e o Alex começa a falar.

Alex- Kyra,  essa é a sua equipe.

Olho cada um de cima abaixo e percebo que já conheço todos, alguns somente de vista, o homem é o três, duas das mulheres estavam comigo na boate, e as outras duas são piriguetes que estavam com o Alex. Faço uma cara de arrogante e os cumprimento com frieza.

Kyra- Olá eu sou Kyra Smith, prazer em conhecê-los.

Falo e logo me sento no sofá, dou uma cruzada de pernas e depois de pensar por alguns segundos chego a uma conclusão.

Kyra- Eu não gosto  de equipes extensas, por isso quero dividi-la em duas, na minha equipe quero a Dois, o Três e a Quatro, e você Alex,  fica com a Um e a Cinco,  isso não será um problema já que vocês se dão super bem.

Assim que termino de falar noto que a Um e a Cinco ficaram um pouco pálidas, eu não ligo e me viro para o Alex e aguardo sua opinião. Alex respira fundo e fala em seguida.

Alex – Isso está fora de cogitação, você e eu temos que ficar juntos. Na mesma equipe, eu tenho que estar sempre com você,  eu sou seu braço direito quer você queira quer não.

Ao ouvi suas palavras me perco em pensamentos,  eu tenho uma sensação que esse termo “braço direito” tem um significado a mais e que quando eu descobrir não irei gostar. Depois eu volto a si e começo a falar.

Kyra- Onde está escrito que devemos ficar sempre juntos? Sonha bebê, eu vou falar com o tio Natan, eu quero o três como o meu braço direito.

Assim que falo o homem fica vermelho de raiva, me aproximo e falo olhando nos seus olhos.

Kyra- E minha casa não é motel, vá fazer suas necessidades em outro lugar.

Ele fica em silêncio e logo percebo que ele dá um sorrisinho de canto, deve estar se divertindo com o meu piti, eu nem sei porque fiquei tão perturbada com essa situação, então mudo de assunto deliberadamente.

Kyra- Vamos para o escritório temos muito o que conversar.

Falo e logo caminho em direção ao escritório, todos me seguem em silêncio. Depois que todos se acomodam eu começo a falar.

Kyra – Bem, agora que nossa equipe está formada podemos prosseguir de onde meu pai parou, para não sobrecarregar ninguém, faremos da seguinte forma, o Alex e o Três eliminam as funcionárias do internato, já a Um e eu eliminaremos os outros dois homens.

Assim que falo a Um me olha com um olhar confuso e posso perceber que ela quer perguntar algo, então resolvo dar-lhe a resposta para sua dúvida.

Kyra- Não confio em você para ser nosso suporte, quero que prove o seu valor e faça por merecer minha confiança.

Falo a olhando nos olhos, dessa vez não é ciúmes, estou sendo verdadeira  eu não confio nela. De repente o Alex senta coladinho em mim e sussurra algo no meu ouvido.

Alex- E em mim você confia?

Ao ouvir suas palavras eu fico muito irritada, por que falar no meu ouvido algo tão banal?

Desconsidero sua pergunta e mudo de assunto.

Kyra – Alex,  onde fica o arsenal citado no manual?

Ele pensa por alguns segundos e enfim começa a falar.

Alex- Existem 2, um no quarto dos seus pais e o outro no seu quarto.

Suas palavras me deixa totalmente estupefata, isso para mim é surreal, pois eu conheço cada canto do meu quarto. Essa família é  com certeza a mais estranha que conheço.

Pensando no que o papai me disse na carta, resolvo deixar para ver o arsenal depois e foco apenas em zerar essa lista.

Kyra- Quero saber quem será meu suporte hoje?

Preciso me livrar disso o quanto antes.

Eles se olham por um tempo e enfim se decidem.

Alex- Pode ser eu e a Dois.

Eu balanço a cabeça em negação e falo em seguida.

Kyra- Não, eu prefiro a Dois e o Três, já você e a Quatro dão suporte a  Um, e não se fala mais nisso.

Assim que falo todos me olham com olhares confusos,  seus pensamentos são indecifráveis e eu não faço a menor questão de descobrir.

Passamos um longo tempo discutindo e elaborando bons planos para  a execução dos homens, o que me deixa triste é saber que o meu corpo se tornou uma arma, será por isso que só matamos pessoas do sexo oposto? Por que temos que seduzir as nossas vítimas antes de matá-los? Será se vou conseguir me safar dessa vez? Meu Deus que agonia.

Depois de planejarmos tudo para hoje a noite, terminamos a reunião e peço que todos se retirem, exceto a Quatro, sinto que nela eu posso confiar.

Kyra- Não fique nervosa,  só estou a procura de uma aliada.

Como sei que ela divide o apartamento com o restante das meninas, ela terá uma grande utilidade.

Ela me dá um sorriso sincero e começa a falar.

Quatro- Será uma grande honra ser sua aliada.

Ela tem um jeito tão doce, que eu fico me perguntando como e por que ela se tornou uma assassina de aluguel,  o mundo é mesmo uma bagunça.

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