Diário De Outro Mundo
Eu dormia tranquilo, quando escutei o despertador e acordei, era uma sexta-feira e eu tinha que ir para escola, depois de uma semana de provas não há nada melhor do que um sábado para descansar, o dia só estava começando e eu estava ansioso pelo fim dele.
Vesti o uniforme, penteei meu cabelo e fui até a cozinha tomar meu café da manhã, peguei um pão no cestinho, peguei presunto e queijo na geladeira, fiz um sanduíche e coloquei na lancheira, depois fui acordar minha irmã, meu irmão e depois minha mãe, tomando cuidado para não acordar meu pai, já que ele trabalha até de madrugada, corri para buscar meu sanduíche, e ele estava bastante queimado, um misto quente queimado e um copo de iogurte de morango, esse era meu café da manhã desde o início do ano. eu estava no terceiro bimestre do segundo ano do ensino médio. escovei os dentes, e fui até a casa do meu amigo Pedro, para irmos pra escola juntos, mas ele também estava indo pra minha e acabamos nos desencontrando.
Depois de caminhar por um bom tempo eu cheguei na escola, e esperei na entrada, já que o portão ainda não tinha aberto, um minuto de-pois, o Pedro chegou, e quando me viu me falou:
-Você saiu cedo hoje, eu fui na sua casa e você não estava lá.
- Eu fui na sua e você não tava, espera... tu foi na minha casa quando eu tava indo pra tua!?
- Não, cara... - ele estava rindo alto - a gente deveria ter combinado.
- Concordo - respondi dando um gargalhada.
Nesse momento a escola abriu e nós entramos. A primeira aula era matemática, o professor não era dos melhores, mas eu realmente gosto dessa matéria, logo depois foram duas de língua portuguesa, e se em algum momento eu gostei de português, eu não me lembro.
Finalmente chegou a hora do recreio, e eu, o Pedro e mais dois amigos, fomos juntos para o pátio. A escola até tinha uma cantina, mas prefiria trazer comida de casa. Enquanto eu comia o meu sanduíche, uma garota veio até nós, era a Isa, a namorada do Murilo. Nós cinco ficamos conversando até o fim do intervalo.
Depois foi aula de educação física, infeliz-mente foi teórica, então a classe ficou bem desanimada, eu não me importei muito, já que não gosto de exercícios, por fim, era para ser aula de história, mas, o professor faltou, normalmente nos já iriamos embora, mas como era avaliação, um professor substituto veio para entregar a prova e ver se ninguém iria colar. A prova foi bem difícil mas consegui terminar antes do fim da aula, ao mesmo tempo, o Pedro também tinha terminado, ele foi entregar e eu fui logo atrás, mas do nada um homem surgiu em nossa frente e entortou o pescoço do professor em um instante, e ele caiu no chão, mor-to.
Pedro ficou paralisado, mas eu corri, não para a porta, mas para o fundo da sala, e ouvi todos gritarem em uníssono, logo em seguida, o homem socou a cabeça do Pedro e afundou-a no chão, ele era tão forte que parecia não se tratar de um humano. Em seguida ele correu em direção a um aluno e o decapitou. Todos se levantaram e correram para a porta, mas ele os perseguiu e matou todos. No início do dia, a classe tinha 30 alunos, porém, agora havia apenas 20.
Murilo e Isa se aproximaram de mim por ambos os lados e viram o homem nos focar, ele correu em nossa direção e eu fiz um sinal para a direita, ele desviou o olhar e eu arremessei meu caderno eu seu rosto, como o arame do caderno estava solto, o seu olho esquerdo foi perfurado e ficou parcialmente cego.
Com raiva, ele jogou o caderno no chão e me procurou, me encontrando do seu lado esquerdo, o qual ele enxergava mal, assim que ele virou, empurrei uma cadeira em suas pernas e ele caiu, porém, levantou rapidamente e quebrando a cadeira arremessou-a em mim, apesar de só ter pego de raspão, a ferida sangrava e ardia, mas atrás de mim, estava a Isa e ela recebeu a perna da cadeira no pescoço, morrendo na hora.
A sala que antes estava gritando por mim, se calou, a face de cada um continha o mais profundo terror, afinal, é praticamente impossível manter a mente sã depois de ver tantas pessoas morrerem, principalmente se forem conhecidas, ou amigas.
Eu mal conseguia me mover, mas ainda não tinha parado de raciocinar, inclinei a mão direita para a porta, o homem ignorou, assim como previsto, por pensar que era um blefe, e num piscar de olhos, Murilo cortou o seu outro olho, dando tempo do resto da turma fugir, e se virou me dizendo:
- Até que não é tão ruim morrer assim
- Realmente
- Me ajuda aqui?
- Claro
Peguei a outra parte da cadeira quebrada e avancei na direção do homem para dar o golpe final, eu tentei acertar o coração, nas acabou pegando de raspão na costela, ele me chutou e eu perdi os sentidos, quando ouvi o Murilo gritando e vi uma luz, o homem gritou mas eu não ouvi e em seguida, desmaiei.
Retomei a consciência, ou talvez tenha sido um sonho, em um lugar escuro, que no momento pensei ser o limbo e disse quase rindo e chorando ao mesmo momento:
- Então eu morri...
De um lugar distante uma voz masculina me respondeu - Ainda não... - ela se silenciou por um instante - Ainda não é o tempo... - novamente se calou e voltou a falar - Acorde... Miguel!
Acordei em um monte verde e cheia de grama, devia ter uns 10 metros, procurei por cidades nas redondezas, mas não achei nenhuma. Resolvi então descer o monte, por mais que não fosse tão alto, eu não estava acostumado a descer algo assim, nem subir. Depois de uns 20 minutos, finalmente cheguei no chão, na hora um vento forte passou por mim, levantando meu cabelo.
Voltei a procurar por pessoas e novamente não encontrei ninguém. Continuei andando, agora por um campo bastante florido, encontrei um rio e me aproximei. Um peixe pulou e derramou uma gota d'água em mim. Resolvi então nadar nele e tentar pegar algum peixe para comer. Me despi e entrei no rio, a água não estava nem quente nem fria, desfixei minhas pernas da superfície do rio e cai para trás, fechando meus olhos no mesmo momento. Comecei a nadar e fui tateando para ver se encontrava algum peixe, senti algo na minha mão e a apertei, levantando a minha cabeça em seguida. Depois de ficar de pé, olhei a minha mão e vi um pequeno peixe, coloquei-o envolto em minha camisa e me vesti, com exceção á camisa, já que a estava usando para prender o peixe, fui atrás de alguns gravetos e voltei com um punhado. Acendi uma fogueira e abri a minha camisa pra pegar o peixe, que havia morrido sufocado. Espetei-o com um graveto e posicionei em cima da fogueira, girando para que assasse. Depois de um tempo ficou pronto e eu comi.
No momento eu tinha esquecido oque havia acontecido, ou ignorado pensando que era um sonho. Mas depois de comer me lembrei, fiquei um pouco desanimado, mas tentei ignorar. Vesti a minha camisa e parti novamente em busca de pessoas, não muito longe dalí, havia uma floresta, entrei nela e fui andando em linha reta até o anoitecer, quando peguei alguns galhos e troncos e fiz uma fogueira e uma pequena cabana, onde dormi naquela noite.
Acordei apenas no dia seguinte e continuei andando em linha reta, pegando algumas frutas e água no caminho. O lugar não era tão silencioso, mas o era muito mais que a cidade
em que morava. Já havia se passado horas quando finalmente vi uma luz e corri em sua direção, chegando a uma vila pequena, o cheiro era desagradável e todos os habitantes usavam roupas desgastadas, devia ser um campo de refugiados, levantei a mão e gritei:
- Olá!
Todos olharam pra mim confusos, como se estivesse falando outra língua, o que era o caso. A mesma voz que ouvi antes de aparecer aqui voltou dizendo:
- Você está muito longe de casa, é claro que não vão entender sua língua
Respondi mentalmente, já que achava que ele podia me ouvir mesmo assim - Como faço para aprender a língua daqui.
- Te ensinarei, considere como um presente de despedida.
Senti uma dor forte na cabeça e caí no chão, e vi um homem com chifres e asas negras correr em minha direção:
- Você está bem?! - ele gritou em uma língua que não conhecia, mas consegui entender, provavelmente por causa do "presente de despedida" da "voz".
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Kiomi Matsui
oii poderia dar uma olhada no que eu escrevo vou ser grata❤️❤️
2022-08-31
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lima_luccas
parabéns vc escreve MT bem
2022-08-06
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