Eu já tinha acabado de almoçar quando Lakos me chamou para conversar, por um momento pensei que ele iria me repreender pela a forma que me referi a Mai de manhã, mas na verdade ele só queria me perguntar como havia sido o meu dia, a conversa foi bem rápida, não durou nem meia-hora, após isso eu saí da cabana dele e fui até a minha, um lugar pequeno e apertado com apenas um monte de palha no chão que usava como cama.
Mesmo não sendo o lugar mais confortável de todos, me sentei no chão e pus-me a pensar, tudo o que havia acontecido comigo desde que apareci aqui não era algo normal, eu comecei a pensar em uma hipótese que me assustava, mas que era a mais provável ser verdade, a de eu estar naquele exato momento em um outro mundo e não simplesmente em um outro país, o QQ n BB
qas principais causas de eu imaginar isso eram: a voz que escutei antes de aparecer neste lugar e que havia supostamente me ensinado uma língua inteira em um segundo, as características de animal presentes em Dant e Mai, a vez que Lakos lançou uma frase em mim e eu comecei a saber o nome de todas as classes e coisas como nível e magia que ainda não sabia exatamente o que eram, mas me lembravam muito os MMORPGs do meu mundo.
Enquanto estava perdido em meus pensamentos, ouvi a voz de Dant me chamando:
- Acorde logo, moleque! É hora do treinamento, eu já faço o favor de ajudá-lo com o treino e você ainda quer que eu o acorde?!
Levantei rapidamente e o segui até uma clareira, ele na verdade estava bem calmo, provavelmente ele apenas fingiu estar bravo para que eu acordasse mais rápido e pudéssemos ir treinar sem demorar muito, mas isso era apenas uma suposição.
O jovem que se dizia meu professor levantou o que parecia ser uma espada, e foi andando até uma árvore com a lâmina virada para baixo, depois disso ele cortou-a ao meio, sentou na parte do tronco que estava fixa na raiz e consequentemente, no chão, e começou a falar:
- A classe de guerreiro mágico é derivada da de mestre das armas, e está o é da de guerreiro. A classe de mestre das armas é especializada em usar técnicas avançadas com as armas que empunham, diferentemente da de guerreiro cuja especialização é apenas atacar e se defender quando atacado, sem nenhuma técnica muito complexa. Os mestres das armas são bem parecidos com os guerreiros mágicos, eu poderia te explicar todas as classes corpo-a-corpo, como fazem os instrutores na capital, mas aqui mais vale a prática que a teoria. Você vai escolher uma arma e vou ensinar-lhe a empunha-la, essa vai ser a lição do dia. As opções são estas - Ele derramou o conteúdo de um saco no chão e apontou para ele
Ele demorou bastante para terminar de falar, e depois me passou algo simples, mas em momento algum citou a tal "magia", resolvi perguntar depois de escolher uma arma. Fui até o tronco onde Dant estava e olhei para baixo, onde estavam empilhadas uma espada medieval longa, uma lança de caçar javalis, uma adaga bem polida, um machado viking e um martelo de madeira com detalhes em ferro.
A escolha não era tão fácil quanto achei que seria, mas bastou que eu imaginasse um guerreiro que obtive uma resposta.
- A espada - disse seguro para o jovem que agora estava em minha frente, ainda sentado no tronco.
- Certo. - Ele respondeu e entregou para mim uma espada de madeira que por algum motivo estava atrás de onde ele estava.
- Sabe brandir uma? - Dant perguntou e em um piscar de olhos saiu do tronco e foi ao centro da clareira.
- Só tentando para descobrir.
Eu encarei o meu "professor" e o contrário também aconteceu, a velocidade em que ele foi da árvore até onde estava era longe do normal, apesar de que podia ser algo comum aqui, caso esse fosse mesmo outro mundo. Antes que me perdesse em meus pensamentos, ele falou:
- Vamos começar o treino então. Me ataque, quero ver do que é capaz.
Eu o fiz, ou tentei, comecei a correr a toda velocidade na direção dele, mas quando percebi já o ultrapassara, não fazia muito sentido, eu corri durante apenas um segundo, mas estava a mais de 15 metros dalí, oque pelos meus cálculos, significava que eu havia corrido a 55 quilômetros por hora, o que fazia o homem mais rápido do mundo, do meu mundo.
Voltei a olhar para trás, e corri para Dant, agora eu sabia o quanto era rápido, então não usei toda a velocidade, a uns 40 quilômetros por hora, eu cheguei nele e saltei para aumentar a potência do ataque e depois golpeei, ele defendeu como esperava e eu coloquei mais força no golpe e estiquei minhas pernas no ar, usando a espada ao invés delas para suportar o peso do meu corpo, assim, eu tinha colocado 60 quilogramas mais a pressão de estar atacando por cima, contra o meu "professor", o que naquele momento me dava uma grande vantagem.
Eu fui colocando mais força a medida que o tempo, mas já havia chegado ao meu limite, já Dant ainda estava aguentando bem, resolvi então adicionar uma perna na parte superior da lâmina, empurrando-a para baixo e forçando-a na cabeça dele.
Mesmo assim não adiantou muita coisa, ele continuou defendendo, meus músculos quase se rompiam, a dor era intensa, quando mudei a direção da espada e cai, parecendo ocasional, mas o havia feito de propósito, girei rapidamente com a espada em mãos e quebrei a guarda dele e depois para finalizar a série de ataques eu golpeei em um arco diagonal, no qual a chance de ele defender era zero, mas nesse momento, ele desviou, algo que de forma alguma esperava.
Fui atrás dele e ataquei várias vezes, na tentativa de acertar mesmo que um único golpe, já era uma questão de honra. Ele se defendia não importa onde ou quanto atacasse, meu braço doía muito, minhas pernas já não aguentavam, mas não desisti, precisava persistir, eu já havia colocado minha alma nessa espada desde o primeiro golpe, Dant não contraatacou, porém ia ficando mais rápido a cada vez que bloqueava, para mim era impossível acerta-lo agora, entretanto tinha no mínimo que fazê-lo ir com tudo ou golpear de volta.
Minha velocidade aumentou, já não pensava em mais nada, cada parte da minha alma lutava nesse momento, eu me sentia em paz, mesmo em luta.
Cada golpe rasgava o ar, assim como os meus braços, meus músculos pararam, eu não podia me mover, lágrimas pingavam dos meus olhos, eu tinha sido derrotado, sem acertar nem ser acertado, meramente pela diferença de poder e experiência, isso nem sequer foi um confronto, apenas eu ataquei, mas mesmo sem ser atacado, eu perdi, naquele momento, apenas para mim mesmo, que nunca mais iria ser derrotado, esse era o motivo que me levaria a evolução.
Eu deitei no chão, cansado demais para continuar, o treino acabou alí, mas o dia ainda não havia chegado ao fim.
Eu fiquei parado naquele lugar durante uma hora, já deviam ser umas cinco da tarde, não tinha como eu saber, neste local não haviam relógios, agora conseguia andar sem problemas até mesmo correr, fui andando até a minha cabana não tinha mais o que fazer agora, o jeito era esperar até o dia seguinte para recomeçar tudo.
Quando abri a porta vi algo que não esperava, Dant e Mai conversando, talvez tivesse errado a cabana, olhei em volta e era idêntica a minha, mas todas são iguais, exceto à da sacerdotisa e de Lakos, que eram os mais importantes da vila, chefe religioso e político respectivamente.
- Yo - Dant usou a saudação da tribo do norte, na qual ele nasceu.
- Yo - retribui a saudação.
Conversamos por um tempo, e cheguei a perceber que eu era o único que sabia multiplicação e divisão, Dant só sabia adição e subtração, já Não nem sequer sabia matemática, pelo visto apenas Lakos e meu professor sabiam fazer cálculos além de mim, talvez eu pudesse ensinar eles a fazerem contas ao invés de ajudar nas plantações, eu já sabia a ciência conhecida como "matemática" até o que se aprende no segundo ano do ensino médio, e era um dos melhores da sala na mesma.
O céu havia escurecido, quando nós três decidimos sair para pegar comida, Mai ficou responsável pelas frutas e legumes, Dant ficou pela carne vermelha, já eu dos peixes e água.
Fui até o mesmo rio de mais cedo, me despi e mergulhei lentamente, a água estava morna, na temperatura ideal para um banho. Peguei uma fruta igual a que usei para o regador e enchi de água, depois voltei para o rio e nadei tateando em busca de um peixe, repeti o processo algumas vezes e consegui vários peixes.
Voltei para a cabana sem camisa pois a estava usando para armazenar os peixes, Mai e Dant chegaram logo depois.
Fizemos uma fogueira simples fora da cabana e colocamos uma superfície por cima, a bacia de água foi posta logo em cima dela, com uma faca de pedra lascada fatiei os peixes, Mai o fez com os legumes e Dant com as carnes.
por fim colocamos tudo na água quente e esperamos.
Foi uma boa refeição, apesar de não ser arroz, eu ainda não tinha enjoado de sopa. Depois de comer, nos despedimos e fomos cada um para sua cabana, para dormir e ir logo para o próximo dia, já que esse já havia acabado
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Atualizado até capítulo 33
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