Assim que o show termina, Gael — claro — já corre para alugar uma sala VIP. Escolhe algumas meninas como quem escolhe garrafas numa prateleira. Estamos todos ali, cercados de mulheres seminuas, bebidas e luzes pulsantes. A noite está apenas começando, mas meu pensamento já está longe dali... ou talvez esteja fixo demais em uma única coisa.
Uma delas dança para mim, chega tão perto que quase sinto seu perfume — ou talvez seja o cheiro da ilusão. Se esfrega, insinua, provoca. Pede para eu tocá-la. Mas não. Eu não quero. Eu não quero elas.
Do nada, a música muda. As luzes também. E lá está ela.
Angel.
A mulher que fez meu coração disparar pela primeira vez em anos. A mesma que transformou um clube de prazer barato em um templo de desejo silencioso. Ela surge novamente no salão VIP, movendo o corpo como se fosse feita de fumaça e pecado. E eu? Fiquei paralisado. Meu corpo reage antes mesmo da razão entender. A boca seca. O sangue ferve. Nunca desejei uma mulher como essa.
Ela começa dançando para Adam, e sinto algo que não gosto de admitir: inveja. Inveja do homem que está sentado diante dela, enquanto ela desliza com elegância e firmeza, sensual sem ser vulgar. Tudo nela é magnetismo — o olhar, os passos, a pele que brilha sob as luzes. Os olhos cor de mel dela encontram os meus. E nesse instante, o tempo desacelera.
Depois, ela dança para Gael. Ele tenta tocá-la. Óbvio. Mas ela recusa com uma elegância fria, um dedo indicador erguido, um gesto sutil e firme. Gael sorri, sem graça, mas respeita. O ar muda de temperatura quando finalmente ela gira em minha direção. Nossos olhares se cruzam e ela começa a dançar para mim.
Meu corpo inteiro responde. Cada movimento dela parece conectado ao meu desejo. Eu luto contra mim mesmo para não demonstrar o quanto estou afetado. Minha respiração acelera. Meu membro endurece dentro da calça social. Tento não olhar demais, mas é impossível.
Ela me hipnotiza.
Seus quadris desenham o pecado. Suas pernas, longas, giram ao som da batida. Seu olhar — mesmo atrás da máscara — queima na minha pele. Queria tocá-la. Queria saber o nome real dela. Queria... tudo.
Mas ela se afasta.
Gael, claro, tenta comprá-la. Como se fosse possível precificar o fogo. Uma das outras meninas comenta em voz baixa que Angel não está no catálogo. Nunca dormiu com cliente algum. Nunca deixou ninguém tocá-la. Trabalha no clube há mais de um ano. E ninguém — ninguém — conseguiu quebrar essa regra.
— Será que é casada? — sussurro, mais para mim mesmo do que para alguém.
Nos dias seguintes, ela simplesmente não sai da minha cabeça. O casamento de Adam está prestes a acontecer. Estamos na loja experimentando os ternos quando Gael começa a falar sobre ela... de novo.
— Cara, ainda não acredito que aquela mulher não quis transar comigo. Olha pra mim! Qualquer mulher se joga aqui no papai... — ele diz, inflando o peito.
— Seu charme não funcionou dessa vez — rebato, sarcástico.
Adam sorri.
— Eu gostei dela. Tem atitude.
— Além de ser uma tremenda gostosa — completa David, babando. — Queria ter mordido aquela bunda redonda.
Sinto algo dentro de mim virar. Um incômodo. Um ciúme. Ajeito minha gravata e solto um suspiro forçado.
— Cara... a Mia também tem uma bunda, não tem?
David ri, mas não comenta. Ele sabe o que eu quis dizer.
— Dante, você ficou hipnotizado por ela — provoca David. — Não tirava os olhos! Foi lindo de ver... O grande Dante Montana rendido a uma mulher de verdade!
— Me deixem em paz — murmuro.
— E pensar que você vai ser par da Olivia... — diz Eric com sarcasmo.
— Nem me fala. O Adam me colocou de castigo. Se não fosse meu primo, eu diria não.
Adam pede desculpas.
— Foi ideia da Emma... são amigas.
Gael ri.
— Por isso nunca vou me amarrar em ninguém. Ter ex é um inferno. Comigo é sexo e tchau. Mas com aquela Angel... porra... eu casava!
Todos riem. Menos eu. Eu só penso nela. Só nela.
— Cara... com uma mulher daquelas eu pagava pra ela dançar só pra mim todo dia — comenta Eric. — Mas é estranho, né? Não dorme com ninguém... Será que tem namorado?
— Se tem, vai levar chifre. Eu ainda pego ela — Gael rosna com a segurança típica dos babacas.
Adam lança um olhar sério.
— Aquela mulher é demais pra você, Gael. Te arrebenta em cinco minutos.
Terminamos a prova dos ternos e seguimos para um barzinho. Todos bebem, riem, fazem planos de última hora para o casamento. Eu, por outro lado, bebo pouco. E vou embora antes dos outros. Não estou ali. Meu corpo está, mas a mente... a mente está com Angel.
Chego em casa, tomo um banho. A água quente cai sobre minha pele, mas o calor está por dentro. Fecho os olhos. E ela volta.
O sonho começa.
Ela está na minha frente. Usa lingerie vermelha. Máscara preta. Dança no pole com um domínio que me arrepia. Desce, anda até mim. Senta no meu colo. Me olha com aqueles olhos que me incendiaram.
Beijo suas coxas. Sinto seu gosto. Tiro cada peça com pressa, mas com cuidado. Meu corpo pulsa. Meus gemidos se misturam ao som do seu nome que só eu sei.
A deito no sofá. Digo que a desejo. Ela beija meu pescoço, meu peito. Chupa meu membro com desejo e fome. Eu quase gozo.
— Você não faz ideia de quantas noites sonhei com isso... — sussurro.
Ela ri, provocante, e diz...
— É apenas um sonho.
Acordo suado. Tenso. O pau duro como pedra.
— Droga. Merda. — murmuro, ainda ofegante.
Nesse instante, Gael entra no quarto.
— O que foi, cara?
— O que você tá fazendo aqui?
— Esqueceu que íamos preparar tudo pro casamento? — Ele me olha de cima a baixo e ri. — Mano... você precisa se aliviar. Tá parecendo um adolescente.
— Sai daqui, Gael.
Corro pro banheiro. Ligo o chuveiro no frio. A água gelada não adianta. O corpo ainda queima. A mente ainda está nela. Naquela dança. Naquele sussurro.
Angel.
Ela é um feitiço que não posso quebrar.
E sei, com certeza, que não vou descansar... até tê-la nos meus braços.
Continua...
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Atualizado até capítulo 112
Comments
Márcia Bitencourt da Silva
😂😂😂😂😂😂😂
2025-05-17
2
Luisa Nascimento
Tá lascado cara!😂😂
2025-05-09
0
Fatima Vieira
ele se apaixonou
2025-04-17
3