Após o almoço Helena foi até a varanda para descansar, mais tarde ainda tinha que falar com Henrique sobre o que aconteceu no dia anterior.
Foi até o Peitoril da varanda e respirou fundo, como era bom sentir aquele cheiro de mato, de natureza. Logo à frente à varanda, não muito longe tinha a mangueira, que lhe trouxe doces lembranças daquela época mágica que Helena viverá lá, lembrava dela comendo a manga madura direto do pé, com o rostinho todo lambuzado. Era engraçado como tudo ficou tão preservado em sua mente, guardado em um lugar tão especial. Se precisasse não saberia explicar a sensação que se passava em seu peito, era uma mistura de nostalgia, liberdade e felicidade, nada poderia estragar aquele momento.
De repente olhou à sua direita e viu o curral dos cavalos e mais à frente viu o cercado onde era realizada a doma. Naquele momento haviam vários peões em torno, e um animal inquieto, distribuindo pulos e coices chamava a atenção de todos.
De repente um peão entrou no cercado. Na hora Helena azedou, conhecia muito bem aquele peão bruto. O peão ficou no certado junto com o cavalo, às vezes quando o animal vinha em sua direção ele desviava para não ser atacado, sempre mantinha o contato visual. Os que estavam perto riam e torciam para que o cavalo atingisse o peão, mas ele era rápido e corajoso, não demonstrava insegurança e nem medo para o animal, era nítido que ele sabia o que fazia.
Neste momento Maria chega à varanda trazendo uma bandeja com café e biscoitos para Helena.
- Dona Rosa é um anjo mesmo né Maria? Até hoje tenho o hábito de tomar café e comer biscoito após o almoço e ela não esquece.
- Ela sempre falava de você D. Helena, minha mãe te ama tanto quanto ama nós que somos filhos.
- Eu sei disso e sou grata a ela, e esse amor é recíproco. Senti tanta falta disso tudo!
Maria viu que Helena observava Carlos de longe. E achou que seria hora de falar sobre o rapaz, tentar aliviar sua barra diante do que havia acontecido.
- Esse lá é o Carlos, é o melhor domador de cavalos que já conheci. Moço bom, humilde e trabalhador.
- Um grosso, um bruto e mal educado isso sim!
Maria deu um sorriso sem jeito, pensou que o rapaz está mesmo encrencado e que dificilmente alguém conseguiria salvar o pescoço dele.
- A Senhora teve uma má impressão dele, mas ele estava cumprindo ordens, foi o seu Henrique quem mandou o pobre lá pra portaria. E deu ordens pra não deixar nenhuma mulher entrar. Carlos não queria, mas Henrique obrigou, disse que não tinha ninguém que pudesse fazer esse serviço naquela hora. Não dava pra deixar sem ninguém lá.
- Eu entendo, Henrique também errou feio nessa história, como alguém que toma uma atitude dessa pode administrar a fazenda?
- D. Helena, o pobre homem é sofrido, é sozinho na vida, ficou viúvo cedo, perdeu mulher e filha num acidente. Hoje vive só pro trabalho. Se dá melhor com os cavalos do que com gente. Dorme ali no curral, pediu pra ficar perto dos animais, diz que é melhor na hora da doma.
- Um peão grosso, bruto e mal cheiroso então.
Helena estava muito chateada com o que aconteceu no dia anterior. Normalmente ela não era tão intransigente, mas tinha algo naquele homem que mexia com ela, e ela associava isso ao ódio que sentiu dele naquela situação.
Helena tomou o café e comeu os biscoitos, depois pegou no sono.
Quando acordou já haviam passadas algumas horas. Olhou para o cercado e viu que o cavalo não corria e nem pulava de um lado para o outro. Estava pastando e o peão estava encostado na cerca perto dele. Parecia que o animal havia se acostumado com o homem. Porém não deixava ele se aproximar.
Quando Carlos viu Helena na varanda fez um leve cumprimento com a cabeça e levando a mão até o chapéu.
Ela por sua vez virou a cara e saiu sem olhar para trás. Foi direto para o escritório do Henrique, já estava na hora dela ter explicações.
- Henrique tudo bem com você?
- Estou bem Helena, e você como está hoje?
- Hoje estou ótima, apesar de todo o problema que tive ontem e que em parte foi por sua culpa!
- Eu já soube do que aconteceu ontem, peço desculpas mas foi tudo um grande mal entendido.
Não quero saber de desculpas, quero saber que providências vai tomar, afinal de contas aquele peão foi muito grosseiro e atrevido comigo.
- Helena minha querida, Carlos é o melhor domador de cavalos que pudemos encontrar, e agora que seu pai está implantando um criadouro de cavalos aqui na fazenda ele é indispensável. Foi muito difícil conseguir alguém que fizesse tão bem o trabalho com os cavalos quanto ele!
De repente Helena teve um estalo, se exigisse a demissão do peão, seu pai saberia que ela estava lá na fazenda. Então resolveu reverter à situação a seu favor.
- Henrique não irei contar pro meu pai que você anda saindo da linha com mulheres e não irei exigir que meu pai despeça o peão. Desde que você não fale para o meu pai que estou aqui.
- Não posso esconder isso do seu pai!
- Bom você quem sabe, se não esconder vou falar pro meu pai da sua vida de farra aqui! Helena estava blefando, mas conhecia Henrique desde jovem, sabia que ele tinha um fraco com as mulheres. Maria havia dado os indício para Helena deduzir que ele está com problemas com alguma mulher da região.
- Tudo bem Helena, temos um acordo então.
Ambos apertaram as mãos firmando o combinado. Helena ainda ficou um tempo no escritório conversando com Henrique, sabendo das coisas da fazenda e da comunidade que vive na propriedade e principalmente do novo negócio do seu pai.
Faziam 4 anos que Antônio estava implantando a criação de cavalos na fazenda. Helena ficou animada com a novidade pois amava cavalos. Não entendeu porque o pai não havia falado nada para ela.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
sol
esse Henrique gosta de aprotar
2023-05-15
0
Dalva Ferreira Rocha
poxa autora pública as fotos dos personagens pra história ficar melhor vai 🤩🤩🤩🤩🤩🤩🤩🤩
2023-02-23
0
Mclaudia Oliveira
Henrique é mais sujo do que pau de galinheiro 😁😁😁😁
2022-08-11
2