Já faziam dois dias que Helena não foi para casa, havia ligado para a clinica e cancelado suas consultas, Kátia deveria entrar em contato apenas em casos de extrema emergência.
Seu celular estava desligado, pois ela não tinha cabeça para nada, precisava tomar uma decisão do que deveria fazer.
Clarinha vinha cuidando dela, tentando aconselhar à amiga e principalmente buscando junto com ela uma solução.
Helena não queria e não podia aceitar a exigência de seu pai, ele desta vez tinha ido longe demais. Arrumar um casamento para ela? Em que século estamos?
Ela e Clara já haviam avaliado todas as possibilidades, mas ela ainda não sabia o que iria fazer.
- Heli como você está? Tá com uma carinha tão abatida!
- Amiga estou tão decepcionada e magoada com meu pai, quem ele pensa que é?
- Imagino. Mas como já falamos antes amiga, às vezes precisamos ver o lado da outra pessoa.
- Qual é Clarinha, vai defender ele? Você nunca foi de fazer isso! Fala logo o que está acontecendo.
- Ok amiga, seu pai me procurou hoje! Queria saber como você está, parecia preocupado.
- Eu sabia amiga, você falou que eu estava aqui?
- Falei amiga, mas ele disse que iria dar o tempo que você precisasse. Parecia estar preocupado com você. Disse que sabia que tinha feito às coisas de uma forma errada.
- Isso não é coisa do meu pai amiga, tem segundas intenções aí.
- Pode ser, mas conversando com ele, também consegui ver o lado dele. Todo pai quer o melhor para a sua filha. O erro foi querer te impor o casamento, fez da forma errada né? Mas ele disse que o rapaz é alguém culto, de posses, de família influente. Que você vai ter uma vida estável e confortável, até melhor do que a que seu pai lhe oferece.
- E quem disse que eu me importo com isso Clarinha? Você me conhece, gosto de uma vida mais modesta, invejo tanto a vida que você leva. É bem mais rica do que eu, pois tem liberdade e independência.
- Sim, eu sei disso Heli, mas não custa dar uma chance pro seu velho. Estou vendo melhor do que ninguém o quanto isso está te magoando e te deixando doente. – Vai amiga, conversa com ele e pelo menos conheça esse tal noivo. Vai que o rapaz é uma vitima como você? – Como saber se ele não é um cara legal
- Não sei amiga, preciso de mais um tempo para pensar. Estou pensando em sei lá fazer uma viagem.
- Tudo bem, entendo você, seu pai disse que vai respeitar o seu tempo.
- Vou organizar umas coisas na clinica e depois sair numa viagem para pensar nisso tudo.
Na semana seguinte Helena conversou com uma colega de profissão se ela poderia atender na clinica por uma semana, era o tempo que ela precisava para pensar no que fazer.
Já havia decidido para onde ir, iria para a fazenda em Minas Gerais. Faziam alguns meses que havia voltado do exterior e muitos anos que não via sua querida Bá.
Precisava espairecer respirar o ar do campo, ser mimada por dona Rosa, era isso que ela queria.
Organizou tudo, passou em casa quando sabia que seu pai não estava, pegou algumas roupas, e coisas que sabia que iria precisar e então foi até o aeroporto.
Chegando em Belo Horizonte pediu um carro por aplicativo e foi direto para a fazenda.
Chegou de surpresa, pois não queria que ninguém avisasse o seu pai.
- Nossa dona a Senhora Vai trabalhar aqui nessa fazenda? É a maior da região! Disse o motorista.
Helena disse que iria ficar um tempo ali para decidir o que fazer da vida. Não iria dizer para ele que era filha do dono da fazenda. Mesmo porque ele não iria acreditar que uma Mendes de Sá chegaria de carro de aplicativo.
Chegando no portão principal quem atendeu foi um homem de uns 35 anos, via-se que era homem simples, muito bonito, moreno, forte, bruto, olhar carrancudo, sem muitos sorrisos, tinha uma beleza peculiar, beleza de homem da lida,beleza selvagem, cabelos pretos, pele morena do sol e seus olhos negros traziam um olhar profundo e frio, como se carregasse o peso de uma vida de lutas.
Carlos o peão brutamontes, tem uma história de dor e perda. Sabe que o amor está ligado à dor da perda, por isso foge desse sentimento.
Helena sabia que não era alguém que estivesse encarregado pelo controle de pessoas, seu pai era bem rígido com relação a isso, o porteiro sempre era alguém bem vestido e instruído.
- Boa tarde, o que era pra vocês?
- Boa tarde pode por gentileza nos deixar entrar? Vim de São Paulo para passar uns dias aqui na fazenda.
- A moça marcou hora? Porque não estamos esperando visita de ninguém!
- Meu nome é Helena, pode olhar aí na lista que tenho autorização para entrar!
Carlos olhou na lista de autorizações, mas não conferiu a lista das pessoas que tinham autorizada a entrada irrestrita!
- Não moça!!! Não posso deixar à senhora entrar sem a autorização aqui.
- Ligue para a D. Rosa, fale pra ela que a Helena está aqui.
- Moça, D. Rosa está doente, não vou incomodar ela com isso. A Senhora Deveria saber que pra entrar num lugar desses aqui precisa ligar e marcar antes.
- Deixa de ser grosso! Quem você pensa que é? Você não é o porteiro, vejo pela sua grosseria que está com falta de vontade em resolver o problema.
- Não sou o porteiro mesmo, ele não veio hoje e estou aqui cuidando dessa chatice invés de estar fazendo meu trabalho. Posso não ser instruído como ele, mas sei cumprir ordens, e me falaram que se não tiver o nome na lista é porque não marcou hora, então não entra. Vou ficar aqui só até o rapaz que irá substituir o porteiro chegar. Então pode aguardar que daí ele que resolva!
Helena ficou furiosa com aquele bronco, bruto, se ele soubesse com quem estava falando! Aliás, não restava alternativa a ela teria que falar quem era para poder entrar.
- Meu querido, meu nome é Helena Mendes de Sá, então pode abrir esse portão antes que eu coloque você e essa sua grosseria toda no olho da rua!
- Ah sim D. Helena, me perdoe! Disse com ar de zombação
Helena não entendeu direito, mas pensou que finalmente poderia entrar.
- Eu sou São Pedro, cuido do portão e aqui nem a Senhora Poderá entrar! Falou ele, pensando que essas mulheres fazem qualquer coisa quando querem alguma coisa.
Helena bufava de ódio, andava de um lado para o outro, poderia pular no pescoço daquele bruto! Como assim ele não sabe quem ela era? Ele só poderia estar de brincadeira.
Como ela não queria que o pai soubesse que tinha ido para lá, não poderia ligar para ele ou para seus assessores. Somente D. Rosa, poderia ajudá-la, fora ela não conhecia mais ninguém que trabalhasse na fazenda há tanto tempo.
Enquanto Helena fervia de ódio o rapaz ficava lá na guarita, parecia estar se divertindo com a situação. Achou a moça de uma beleza incrível, mas teve a impressão que ela tinha o rei na barriga, moça granfina, será que estou fazendo errado pensou! Não todos os dias chegam dessas moças aqui querendo falar com seu Henrique. Usando de todos os argumentos, João havia falado para ele outro dia enquanto almoçavam. São mulheres que querem se dar bem em cima de Henrique o administrador da fazenda, que era conhecido por sua fama de conquistador.
Henrique foi quem mandou Carlos cuidar do portão, deixou claro que poderia chegar uma moça de cabelos castanhos e que usaria de todos os argumentos para entrar na fazenda, essa moça estava perseguindo ele, grudou nele que nem chiclete. Portanto proibiu Carlos de deixar entrar na fazenda, nem ela e nem qualquer garota que viesse sem uma justificativa aceitável ou hora marcada.
Helena sabia que tinha o contato de D. Rosa em seu celular, mas faziam tantos anos, seria o mesmo? Ela não tinha alternativa, somente D. Rosa poderia ajudá-la e colocar aquele bronco em seu lugar.
O telefone tocou do lado da cama de D. Rosa. Maria sua filha ficou surpresa quando viu o contato “minha menina” piscando! Era como D. Rosa costumava chamar Helena.
- Alo... Quem fala? Esse celular é da D. Rosa ainda?
- Oi D. Helena. Aqui é a Maria, lembra de mim, filha da D. Rosa.
- Maria, ah que bom Maria, lembro de você sim, como está D. Rosa, soube que ela está doente.
- Sim D. Helena, está dormindo agora, pegou uma gripe bem forte, mas está se recuperando bem.
- Humm.... Maria, estou aqui na fazenda, cheguei faz uma hora e um porteiro bruto não quer me deixar entrar. Você pode ligar para esse bruto e falar quem sou e o mandar sair da minha frente antes que eu o esgane?
- Aqui na fazenda D. Helena, a Senhora Está aqui? Mas porque não avisou? Meu Deus a Senhora Desculpa isso tudo, já estou indo aí resolver tudo.
Maria estava branca quando desligou o telefone, não podia acreditar no que ouviu, Carlos estava mesmo encrencado, como assim ele não sabe que a filha do dono da fazenda é a D. Helena! Não queria nem pensar no problemão que Henrique criou para Carlos. Ela sabia que não era boa ideia colocar o domador de cavalos para cuidar da portaria! Ora esse Henrique tem cada ideia mesmo. Tinha pena do Carlos. Mas agora não podia perder tempo, tinha que resolver todo esse problemão.
Saiu correndo em direção ao portão.
- Abre esse portão logo, a deixe entrar! Você não sabe quem ela é?
Carlos ficou confuso, teve a impressão que agora estava sim encrencado. Será que a moça estava falando a verdade?
Ele abriu o portão e Maria correu até Helena.
- D. Helena nos perdoe pela confusão o Carlos não é o porteiro, Sr. João não veio hoje e ele está aqui para substituir enquanto não chega o outro substituto.
- Maria, quanto tempo! Helena falou e abraçou a moça, enquanto olhava por cima do ombro dela para Carlos, com a sobrancelha levantada, como quem diz, eu te falei não falei?
Carlos era afrontoso, apenas balançou seus ombros como quem diz “Eu não sabia!”.
O portão foi aberto e Helena entrou na fazenda! Tudo havia se resolvido e só o que ela queria era ver D. Rosa e descansar.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Mclaudia Oliveira
E assim começa o amor 😁😁😁
2022-08-11
0
Odila Costa
😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂😃😂🤣😂🤣😋🤣
2022-05-15
1
Angela Eiselt
desculpa meninas... mas o livro não tem as fotos do personagens por dois motivos. O primeiro e principal porque não tenho a menor ideia de como fazer isso. já procurei a ferramenta para inserir imagem mas não achei e o segundo e não menos importantes é que criei os mesmos na minha imaginação então é difícil encontrar alguém que seja exatamente como descrevi. Por exemplo olhos negros são os mais raros que existem. vai ser quase impossível encontrar um peão com esses olhos e uma criança menos ainda. me perdoem... mas se eu descobrir como colocar as fotos vou colocar de quem mais se aproxima com os personagens
2022-03-30
3