Helena acordou no dia seguinte pelas duas horas da tarde. Levantou, olhou em seu celular e ouviu as mensagens de Clarinha, que já tinham enchido seu Whats preocupada, querendo saber se amiga havia chegado bem na fazenda.
Fez uma ligação de vídeo para a amiga.
- Nossaaaa Helena, você quer me matar de preocupação? Desde ontem sem dar notícias! Você prometeu que me avisaria assim que chegasse ai! Reclamou Clara.
- Oi Clarinha.... desculpa-me! É que tive um problema quando cheguei um peão grosso não queria me deixar entrar. Um bruto, um mal educado! Fiquei mais de uma hora na frente do portão e ele não cedia.
- Mas você não disse quem era?
- No começo não, você sabe que não gosto de jogar na cara das pessoas quem sou, sou discreta quanto a isso. Depois diante de toda a grosseria dele eu falei, e você acredita que ele não acreditou? Ainda zombou de mim.
Clara deu uma gargalhada do outro lado da linha imaginando a cena, podia imaginar Helena andando de uma lado para o outro, ciscando o chão como um garnisé bravo.
- Não ria.... só de pensar meu sangue sobe! Hoje pretendo tomar providências quanto a esse peão! Vou exigir que o Henrique o mande embora.
- Tenho pena dessa pobre alma! Disse Clara tentando parar de rir. - Amiga, fique calma, não crie maiores confusões sobre isso, lembre-se que a intenção é que seu pai não saiba onde você está, certo?
- Verdade! Você tem razão. Alias dormi tão bem, acho que só estar aqui já me trouxe uma tranquilidade incrível, apesar desse peão. Só fiquei triste porque nem pude ver D. Rosa ainda, estava dormindo quando cheguei, está se recuperando de um forte resfriado. - E meu pai te procurou novamente? Perguntou com apreensão para a amiga.
- Sim... queria saber onde você estava. Te procurou na clinica e a Kátia falou que você tinha ido viajar.
- Sorte que não falei para Kátia para onde vinha, senão era capaz dele já estar aqui. E o que falou para ele?
- Que você foi viajar para pensar nessa situação toda, que voltaria dentro de uma semana. Aconselhei para te dar esse tempo e aguardar você procurar por ele. Dá pra imaginar? Eu Clarinha, reles mortal, dando conselho para o coronel Antônio Mendes de Sá? Falou caindo na gargalhada.
- É amiga, seria cômico se não fosse trágica essa situação toda!
- Preciso desligar, vou tomar um banho demorado e depois comer algo, e falar com Henrique, ele tem muito que me explicar sobre a situação de ontem.
- Beijos.... te amo! Fica bem
- Também te amo Clarinha, obrigada por tudo.
Helena desligou o telefone e foi para seu banho. Ficou tempo em baixo da ducha, sentindo a água cair em seu corpo, se sentiu relaxada como há muito tempo não sentia.
Saiu do banheiro enrolada em uma toalha com outra nos cabelos. Como era bom estar naquele lugar, quando fechava seus olhos tinha lembranças dela criança correndo pelo cômodo e brincando com suas bonecas. Ou de D. Rosa, escovando e trançando seus cabelos cacheados!
Deu um pulo quando lembrou de D. Rosa, ela queria examiná-la ter certeza que estava tudo bem que não era uma pneumonia ou algo mais grave.
Colocou uma roupa confortável e foi em direção à cozinha, sua barriga roncava e iria pegar uma fruta antes de ir até o quarto dela.
Quando saiu do quarto percebeu a movimentação das empregadas, todas muito apressadas, correndo para deixar a casa o mais arejada e ajeitada para receber a dona.
Pensou consigo mesma, isso é coisa de D. Rosa, esse velhinha teimosa deve estar na cozinha colocando todo mundo para dançar, invés de estar na cama descansando.
Helena conhecia dona Rosa como ninguém! Assim que soube que sua menina estava na fazenda não houve cristão que segurasse ela na cama.
Levantou e correu organizar tudo na cozinha, para que fossem preparadas as comidas preferidas dela.
- Vamos, andem ligeiro, logo minha menina vai acordar e com certeza vai estar com fome, vamos garantir que isso fique pronto logo! Ouviu a velhinha reclamando com as funcionárias quando chegou na cozinha.
Helena parou na porta, colocou os braços na cintura e falou dando um susto em sua Bá:
- Posso saber o que a Senhora está fazendo aqui?
Dona Rosa pulou de susto, virou segurando no coração!
- Minha menina! Você quer matar essa velha do coração? Primeiro chega aqui sem avisar ninguém causando a maior confusão, e agora chega assim tão sorateia para me assustar? Falou fazendo drama.
Dona Rosa abriu os braços e Helena correu a se aconchegou em seu abraço de mãe. Era o que Helena estava precisando. Aqueles braços tão fofinhos, aqueles peitos grandes que pareciam duas almofadas que aconchegavam qualquer pessoa que precisasse de amor e carinho. Quanta saudade sentira daquela velhinha doce e teimosa.
- Ah Bá, quanta saudade da Senhora, como senti falta deste abraço desse carinho. Como estou precisando de você!
Helena encheu o rosto daquela velha senhora de beijos e seus olhos estavam marejadas pelo momento.
De repente lembrou que D. Rosa estava doente se recompôs e foi hora de Helena repreendê-la.
- Venha comigo, a senhora não tem nada é que estar aqui, tem que ir descansar, chego aqui e logo de cara fico sabendo que a senhora está de cama.
- Isso é coisa desse bando de fofoqueiros, eles querem me tratar como uma inválida, como uma velhinha gagá. Essas enxeridas aqui da cozinha que acham que fazendo eu ficar na cama vão poder fazer corpo mole! Falou com voz ranzinza.
Mas Helena não deu ouvidos, conhecia aquela velhinha, e se ela aceitou ficar na cama era porque realmente não estava bem. Mas tinha que agir de uma forma a convencer D. Rosa a descansar. A velha era mais “teimosa que burro empacado”.
- Minha Bázinha, vamos lá para o seu quarto, você sabe que agora eu sou Dra. Então quero consultá-la. Agora você não tem mais como fugir de médico como o diabo foge da cruz! Falou dando risada.
- Não carece minha filha, estou bem, somente de ter você aqui na fazenda já me curou.
Helena deu uma risada encantada.
- De qualquer forma quero examinar a Senhora e só vou te deixar tranquila quando tiver certeza que está bem.
Vendo que não tinha outro jeito foram até o quarto de D. Rosa.
Após fazer um exame completo nela, Helena de fato estava mais calma, não tinha febre, e apesar de haver catarro em seu peito o pulmão não estava afetado.
Receitou alguns fortificantes, alguns antinflamatórios e muita vitamina C, falou que iria se assegurar que seria feito suco de laranja para a ela.
Enquanto Helena consultava D. Rosa, na cozinha tudo ficava pronto para servir o almoço. Helena sentiu o cheirinho de comida feita no fogão a lenha e sentiu seu estômago gritar de fome.
- Que cheiro maravilho é esse Bá! Que saudades dessa comidinha.... como é bom estar aqui.
Dona Rosa mandou que servissem o almoço na mesa principal da casa, mas Helena fez objeção.
- Não! Quero comer aqui, junto da Senhora, como eu fazia quando criança, não se preocupe Bá.
- Mas se seu pai saber ele não vai gostar, ele nunca gostou que você ficasse aqui no meio dos empregados!
- Meu pai não está aqui, aliás nem deve saber que eu estou aqui, é uma história chata que irei contar depois. Agora quero comer, vamos!
- Tudo bem menina... você quem manda.
No fogão tinha aquela comida que Helena tanto sentiu falta, comida que só no Brasil têm. Feijoada, banana frita, carne de panela, arroz com bacon, aipim. Helena comeu até a barriga doer.
- Minha filha, você continua a mesma, pensei que morando fora iria virar essa madames que só comem salada.
- Que nada Ba eu gosto de substância, nem sei como consigo manter meu peso, acho que é genética. Falou dando risada!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 62
Comments
Mclaudia Oliveira
Ba é uma fofa 😍❤️
2022-08-11
2
Odila Costa
QUE.LINDAS
2022-05-15
1
Vilma Ferreira
por enquanto estar muito bom,,
2022-03-31
1