Seis anos depois
Eu sei que o que eu fiz foi errado. Eu não deveria ter entrado no quarto da Ana naquele dia. Eu estava nervoso, estava com raiva dela e para piorar com muito álcool no sangue. O que não me impediu de fazer merda, acho que o álcool só deu coragem. Não via as coisas com muita clareza.
Ana estava dormindo quando entrei no quarto dela. Eu acordei ela com beijos quentes, ela se assustou no princípio mas, cedeu assim que ouviu minha voz dizendo o quanto eu a amava. O que era uma verdade dolorosa. Eu amava Ana loucamente, tanto que doía.
Fizemos amor e como antes, como todas as vezes tudo entre nós fluía com perfeição, era o encaixe perfeito. Cheio de carinho e beijos molhados e murmúrios indecifráveis. Depois de ter feito aquilo e eu tenho consciência que foi errado. Fazê-la acreditar que estava lá e que iria desistir de tudo, só para ter o corpo dela de novo, provar para mim mesmo que o corpo dela era meu, que por mais que alguém a tocasse eu era o primeiro e marcaria a vida dela. Talvez, não só por isso, eu a amava louco e desesperadamente, eu sentia saudades mesmo antes de partir.
Mesmo depois do álcool se esvair do meu corpo, eu ainda me sentia com raiva, frustrado, traído. Buscava em mente motivos para que ela tivesse feito o que fez, ela partiu meu coração. Eu só não sabia que tudo aquilo havia sido uma mentira.
Se eu soubesse o quanto estava sendo um completo babaca. Ana nunca mentiu, não para mim, seu melhor amigo. Ela omitia, ou dizia que não queria me contar, mas mentir? Nunca, ela nunca mentiu. Então porque foi tão difícil acreditar nela?
Eu sei porque, eu vi os lábios dela colados nos lábios do Damon, caramba! Aquilo nem era um beijo de verdade. Ela não estava grudada no pescoço dele como fazia toda vez que eu a beijava. Eu fui tão egoísta e tão burro...
Minha vida poderia ter sido completamente diferente. Eu só precisava ouvir, só ouvi-la um pouco. Se transar com Ana na minha última noite em casa tivesse sido o suficiente... Talvez não tivesse machucado tanto a única mulher que eu amei.
O estrago já tinha sido feito a muito tempo. Hoje eu vejo quanto tinha estragado tudo! Eu deveria ter recolhido minhas roupas e me arrastado para o meu quarto e agido como homem, não foi o que eu fiz! Eu tinha que ser ainda mais egoísta.
_Vira.
_Hum!?
_Vamos fazer de outra jeito, vira.
_Eu estou cansada Bruno...
_Não faz corpo mole Ana. Você sabe como me deixa e tem muito tempo que eu não toco em você. Eu te amo tanto. Mais uma vez eu usei os sentimentos dela contra ela mesma.
_Eu também te amo... - Ela disse ainda sonolenta. - Pensei que nunca fosse me perdoar. Eu chorei tanto... - Ela sorri triste e mesmo o quarto estando escuro minha mente criou o sorriso dela, porque eu sabia como ela sorria quando estava triste. Eu a conhecia Ana
_Então se vira. - Minha voz pingava malícia enquanto a garota na cama comigo só queria me dar amor.
Ana se virou ficando de costas pra mim coloquei um travesseiro embaixo do ventre dela e me encaixei em suas costas. Outra vez, usei o corpo dela com ainda mais egoísmo e raiva. Não tive nem coragem de perguntar se tinha machucado ela. Eu apertei o quadril dela e meti com força e quanto mais perto do meu orgasmo mais vazio eu me sentia.
Aquilo era o sinal de o quanto as coisas só ficariam piores.
Peguei no sono com o corpo parcialmente sobre dela. O dia estava começando a nascer quando transamos uma última vez eu me vesti deixando o quarto com minha melhor amiga, a única mulher que eu realmente amei, nua, deitada numa cama, sem se quer me despedir.
Ao sair do quarto dela a minha mãe estava porta. Ela quase me pegou nu. Alguns minutos atrás e ela nos pegaria no ato. Sua expressão de espanto mudou para decepção e ainda mais rápido para raiva.
_Você não fez isso? - Minha mãe abriu a porta do quarto e viu o corpo adormecido da Ana parcialmente coberto. - Bruno você tem ideia do que fez?
Dou um sorriso frio para minha mãe antes de responder.
_Fiz sexo. E não foi a primeira vez que ela deu pra mim. - Fui até o quarto enquanto ela vinha atrás de mim com protestos
_Bruno! -Minha mãe praticamente grita. - A Ana é sua amiga, praticamente sua irmã, trate ela com mais respeito. O que está acontecendo com você?
_Não precisa se preocupar comigo estou indo embora. Você vai poder ficar com sua filha, que nunca foi sua filha de verdade, a pobre garota largada pela mãe... - Pego minha mala já pronta desço as escadas atrás das chaves do carro sobre o criado.
_Bruno a Ana ama você, ela está apaixonada por você e você está brincando com os sentimentos dela! Vocês eram amigos o que está acontecendo? - Minha insisti com a pergunta que ela já deveria saber, eu acreditava que ela tinha me traído, estava com raiva por minha mãe defende-la, por estar ao lado dela. Mal sabia eu que dona Lilian estava certa.
_Falou do jeito certo, éramos. - Respondo no meio da sala a alguns passos da porta que levaria a cometer a maior burrada de todas
_O que foi que mudou? O que você fez? Eu sei que Ana vai te perdoar, mas não faça isso, não vai embora depois de ter dormido com ela... Ela vai se sentir usada.
_Transado com ela você quer dizer. Pra sua informação eu quem deveria perdoar a Ana, mas não vou. O que eu queria com ela já tive. - Sorrio como um idiota frio e sem coração, um sorriso debochado que minha fez questão de tirar do meu rosto com um tapa. - Não se preocupe comigo eu vou estar bem. - Digo ao sair e fechar a porta.
_Você vai se arrepender. - É a última coisa que ouvi a minha mãe dizer antes de bater a porta.
Coloquei as malas no carro e fui embora de casa, o cheiro da Ana me fazendo lembrar dela durante toda a viagem. A voz dela dizendo que que amava. Enquanto eu sentia ainda mais raiva por pensar que ela estava fingindo. Ela só poderia está fingindo.
Depois de seis anos. Eu ainda precisei de seis anos para saber o quanto eu estava sendo infantil e egoísta. Olhando para a menina de cabelos negros e olhos tão verdes quanto os meus, eu soube o porquê da minha mãe me dizer toda vez que podia, dela sempre frisar que Ana estava solteira. Ela tinha esperança que eu voltasse, que descobrisse sobre a vida que perdi. Ela tinha a esperança que eu descobrisse a verdade.
Será que ela não teve ninguém depois de mim? Será que a última vez que ela fez sexo foi quando eu plantei minha semente no ventre dela provando mais uma vez como fui um completo babaca!?
_Bea? Quem é Bea? - Minha mãe perguntou a garotinha. Enquanto eu ainda estou parado na porta, do lado de fora.
_Eu não sei vó. - A garota responde apenas para confirmar minhas suspeitas e abriu a porta para que minha mãe me visse.
_B... Bruno!? O que...? O que está fazendo aqui?
_Você nunca iria contar? Eu nunca ia ficar sabendo? - Aponto para a menina.
_Eu prometi não te contar. Ela... Ela pediu que não contassemos. Ela não disse para ninguém quem era o pai do filho dela. Eu deduzi que era você... Porque vocês passaram a noite juntos e... Ela me fez prometer no dia em que o bebê nasceu que nunca contaria. Só o pai dela, seu pai e eu que sabemos da verdade...
Tentei manter a calma. Fechei os olhos e respirei fundo tentando manter a calma. Eu tenho uma filha. Merda! A Ana estava grávida! Por isso ela pediu tantas vezes que eu voltasse, por isso ela pediu pra conversar tantas vezes! E quando ela decidiu me dizer sobre a gravidez eu debochei dela.
_Quem é esse moço vovó?
Abro meus olhos vendo minha mãe de joelhos de frente a garotinha vestida com um lindo vestido azul e o cabelo parcialmente preso com um prendedor de laço também azul e com pérolas. Ela é linda.
_Ele... Ele é meu filho. - Minha mãe responde intercalando seu olhar entre garotinha e eu, seus olhos estão cheios de lágrimas que ela vai tentar não derramar.
_Lilan quem está na... - Meu pai para no meio da sala seus olhos entre a minha mãe, a menina e eu. Ele ficou branco como um pedaço de papel.
_Eu tenho uma filha? Puta que pariu! Eu sou pai! - Sorrio deixando-me absorver a notícia. A raiva começou a se transformar em euforia. Não vou ficar com raiva, não posso. Eu acredito ter realmente merecido não ficar sabendo da existência dessa pequena pérola.
_Eu acho que o Bruno quer entrar, não é meu filho? Acho que temos muito para conversar aqui dentro. - Meu pai disse abrindo caminho para que eu entrasse.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Jaqueline Morares Moraes
ele foi um ogro . nojento ...
2023-04-24
1
ARMINDA
UFA SEIS ANOS FICOU FORA .COITADA DA ANA .AINDA BEM QUE TEM A TIA LILIAN E O TIO.🤗🤗🤗🤗🤗🤗🤗
2022-04-16
2