6. Só amigos

Depois de ter ficado brigada com o Bruno por todo o jantar e noite eu acordo suada e nervosa. Tive um pesadelo muito, muito ruim. No sonho eu estava me afogando num mar de águas escuras o céu negro sobre minha cabeça estava carregado de nuvens mais escuras que a própria noite. Não havia em que me segurar ou uma forma de sair dali. Não importa qual direção que eu olhava tudo que eu via era água, muita água. As enormes ondas viam sobre mim com força me fazendo submergir e beber ainda mais daquela água salgada. Uma onda maior que todas as outras me fez afundar e dessa vez eu não conseguia voltar a superfície, meu pulmão clamava por ar mas tudo que eu conseguia era água.. Então eu acordei, ainda sentia a sensação de afogamento, a falta de ar e o medo, o frio.

Comecei a chorar, não sei se de alívio ou de medo. Como todas as vezes que eu tinha pesadelo e estava na casa da tia Lilian eu me levantei em meio ao choro desci as escadas e bebi pouco de água tentando me acalmar.

Quando consegui respirar melhor e me senti pouco mais calma eu me esguerei

Pela porta do quarto do Bruno e caminhei até a cama dele. Me deitei ao lado dele no pequeno espaço vago na cama.

_Pesadelos? Bruno pergunta com a voz rouca de sono.

_Sim... Respondo baixinho. Ele abre espaço para que eu deite e me abraça.

...

Acordo de manhã com o Bruno se mexendo na cama. Faltava dez minutos para o nosso horário por isso me levanto para tomar um banho. A casa estava silenciosa sai do quarto em silêncio e me assustei com o tio Cláudio na porta do quarto me olhando estranho.

_Você passou a noite aí?? Ele pergunta e eu fico com medo de responder.

_Ana!?

_Promete que não vai ficar com raiva tio!?

_Não precisa responder. Ele diz sério e abaixa a cabeça balançando.

_Tio eu juro que não aconteceu nada!

Ouço a respiração pesada dele em suspiro que me faz tremer.

_Seinhaulher te pega saindo do quarto do Bruno essa casa cai. Vocês precisam tomar mais cuidado com o que fazem nesse Romance de vocês.

_Não temos um romance! Me apresso em dizer. _Não sei o que temos. Respondo depois de ver a expressão séria que o homem direciona a mim.

_Va tomar logo seu banho vamos sair mais cedo porque nós três temos uma conversa. Depois de dizer isso ele entra no quarto do Filho.

_Merda! Resmungo antes de entrar no meu quarto.

Eu tinha certeza que eu e o Bruno tínhamos entrado numa enrascada. Tomamos café em silêncio, apenas com troca de olhares. O trajeto até o portão da escola estava me causando um infarto. Foi horrível o silêncio no carro e o modo inquieto em que meu amigo estava sentado no banco da frente ao lado do pai.

_Eu vou perguntar uma vez e não quero mentiras. Meu diz ao parar o carro na porta da escola e virar olhando para nós dois. _Vocês estão transando?

_NÃO! Bruno e eu respondemos juntos.

_Tio eu tive um pesadelo por isso fui quarto do Bruno. Não aconteceu nada, somos amigos.

_Somos amigos. Bruno responde assim que os olhos do pai cá sobre ele.

_Vocês não são amigos, não são apenas amigos, amigos não beijam como vocês! Bruno tenta dizer alguma coisa mas tio Cláudio levanta a mão. _Apenas escutem, parem de se justificar porque isso está ficando chato. Eu não consigo entender o porquê de estarem se escondendo, ou omitindo o que está acontecendo. O problema não é vocês namorarem, eu até ficaria feliz vocês juntos como um casal, você é como uma filha Ana e por isso me preocupo, por isso a Lílian se preocupa. Vocês são jovens e imaturos de mais e o fato de estarem negando o que está claro é uma prova disso. A preocupação minha e da sua mãe Bruno não é de vocês namorarem isso faz parte do processo e da fase de idade em que estão. A questão é que vocês estão muito juntos e já são muito íntimos, vocês não tem responsabilidade, capacidade nem maturidade para o que vem... Se ela aparecer grávida a mãe dela cola ela rua literalmente.

_Els já mora lá em casa! Bruno da de ombros. _Não vai fazer diferença!

_Está se ouvindo? Porque você acaba de de deletar. Eu sei que você gosta da Ana, não sei que tipo de amor é esse apesar de ter certeza que está apaixonado. Se ela engravidar adeus escola, adeus faculdade, tudo vai ser diferente e muito, muito mais difícil! Pode não ser tão impactante para sua vida... Tem ideia do Ana terá abrir mão?

_O que quer que vocês tenham agora é possível que possam dividir conosco, que possam confiar nós para que nós possamos ajudar?

O sinal tocou e eu saí do carro e olhar para trás mesmo sabendo que Bruno ainda estava lá.

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