Obrigações

Marie abriu um grande sorriso pra sua mãe e foi sentar a mesa.

- Boa tarde, mãe. Estranho seu convite, mas muito feliz em recebê-lo, como você está?

- Eu estou ótima, melhor impossível. Só de ver seu rosto feliz fico feliz. Além do que não sei o porquê a estranheza, sou sua mãe, não tenho que fazer cerimônia pra chamar você pra sair, agora me diga, como está meu anjo?

- Tô ótima mãe, me conta as novidades, coma vai papai? E o palerma do Josh? Todos bem né...

Conversa vai, conversa vem... Marie já estava começando a desconfiar, sua mãe não dava ponto sem nó, tinha alguma coisa suspeita e ela iria descobrir mais cedo ou mais tarde.

Passadas algumas horas de compras as duas foram jantar num belíssimo restaurante, e as suspeitas de Marie foram confirmadas, sua mãe começou o ultimato disfarçado de pedido.

- Filha, você sabe que eu sempre te apoio em tudo e te amo demais, certo? Você também sabe como eu e seu pai fomos relutantes quando você decidiu começar o relacionamento com aquele rapaz, mas você insistiu que o amava e resolveu casar, e do mesmo modo resolveu terminar...

- A senhora saber que não terminei porque quis, ele me traiu e...

- Sim sim, mas agora me escute, que não terminei. Marie, você já vai completar 30 anos, e não tem um objetivo na vida, tudo bem que você voltou a estudar e está bem, mas precisamos que tome uma direção mas assertiva e produtiva na sua vida, então quero lhe pedir uma coisa e quero que fique com a mente aberta pras possibilidades, pode ser?

- Tudo bem, mãe. Pode falar, tentarei ao máximo ser paciente e pensar com todo carinho, então fale.

- Seu pai tem um grande amigo com o qual não conseguiu manter contato depois da faculdade, mas por coincidência o encontrou a uns dias, esse amigo tem um filho mais ou menos da sua idade, um rapaz inteligente, capaz e digasse de passagem, bem bonito. Gostaríamos que vocês se conhecessem, não vamos forçar nada, mas seria ótimo se pelo menos tentassem. Ressaltando que deixamos você fazer do seu jeito antes, será que poderia tentar?

- Mãe, por Deus, que ideia arcaica. Porque em nome dos céus eu deveria ver esse desconhecido, eu não disse que tô ótimo, realmente não preciso de um homem na minha vida agora. Tô tão bem sozinha...

- Enfim, pedido feito, pense por favor, e me de uma resposta até o fim do jantar, agora vamos comer?

Dra. Geller encerrou a conversa aproveitando que o garçom estava vindo com os pedidos, conhecia sua filha melhor do que ninguém, e sabia que ela só estava fingindo estar bem. Marie amou muito o antigo noivo, e o único jeito de esquecer um grande amor e com outro, coração de mãe nunca se enganava. E ninguém melhor do que ela poderia convencer a filha a tentar, não queria que velhos hábitos retornassem, e não queria ver a filha afundada numa vida relaxada e desleixada como ela estava agora. Ela iria resolver isso.