Como sempre acordei antes que o meu disparador trocasse e fiz tudo como fazia todos os dias, tomei meu banho, peguei a primeira coisa que tinha na geladeira, olhei meus e-mails e correspondência. Agora só tinha algumas coisas que iria sair do habitual, não teria uma luta com a minha gravata, pois não iria a empresa hoje e iria morar com uma mulher. O dia estava prometendo muita agitação e mudanças radicais, o que significava que seria uma chatice.
Já tinha ligado milhares de vezes para Otávio, mas seu celular estava desligado, ou seja, ele não queria se envolver mais nos meus assuntos. Assim desistir de o oportuna, sabendo que hoje estava por conta própria. Então, coloquei uma bermuda jeans, uma camisa simples, o primeiro moletom verde que achei e peguei as chaves da minha moto. Na verdade, quase optei por ir de táxis ao lembrar do bairro onde Angela morava, mas mesmo assim resolvi arriscar ser roubado no caminho. Tranquei meu apartamento e seguir para o elevador.
Tudo ia muito bem, agora só precisava subir na minha moto e estaria a salvo de qualquer interferência.
— Oi, Victor!!.— parece que tinha comemorado cedo demais.
— Que saco!
Olhei para a rua e avistei uma loira, de olhos azuis vindo na minha direção toda contente e animada. Mônica. Ela era minha amiga de infância, nossas famílias são amigas e possuem algumas ligações empresariais. Sendo assim frequentamos a mesma escola, faculdade, eventos de negócios e sociais. Éramos praticamente irmãos. Só que não era o momento muito bom para minha irmãzinha vim me visitar.
— Mônica, o que está fazendo aqui?!.— perguntei assim que ela estava a poucos passos de mim.
— A gente tinha combinado de sair juntos para conversar, lembra?.— ela colocou as mãos na cintura se curvando um pouco.
Droga! É verdade, eu tinha me esquecido completamente disso. Tom bem que podia ligar agora e dizer que algo urgente aconteceu ou que queria que ela olhasse algum novo quadro dele.
— Eu sinto muito, podemos marcar para outro dia? Tenho algo muito importante para fazer hoje.
— E o que seria mais importante que sua melhor amiga? Posso saber?!
Assim que ela fez a pergunta já tinha ligado minha moto e colocado o capacete, essa era minha deixa.
— Minha namorada!
— O... o... o quer?!!!!
Nem pensei duas vezes, abaixei o visor do capacete e dei batida na moto, deixado Mônica de boca aberta para trás. Eu acho que tinha acabado de fazer uma besteira enorme e não era só pelo fato de lhe ter dito que estava namorado, mas por a ter deixado falando sozinha, já conseguia até ver minha morte.
~•~•~•~
Quando finalmente parei minha moto em frente a pensão — Depois de ter me perdido em umas cinco ruas diferentes e ter me sentido vigiado durante todo o caminho —, Angela já estava na porta me esperando. Imaginei que ela estaria com uma cara de sono terrível e de mal humor por acordar tão cedo, mas ela estava bem disposta, com uma expressão séria, mas disposta. Desci da moto, retirando meu capacete e em seguida olhei para ela, a vendo segurar apenas uma mala de rodinhas. Olhei para os lados e não havia mais nada.
— Onde estão o resto das suas coisas?.— talvez eu devesse ter repensando minha pergunta.
— Como assim? Isso é tudo, não tenho mais nada.— ela respondeu como se minha pergunta fosse idiota.
Sem responder mais nada, lhe olhei da cabeça aos pés, lhe avaliando. Angela estava em um short jeans curto, uma regata preta e com um tênis baixo, ela estava realmente muito atraente e talvez eu tivesse pedido um pouco o fôlego, mas teríamos que mudar algumas coisinhas. Sair do meu estado analítico e tirei meus olhos castanhos de cima dela, pois a mesma estava aparentemente desconfortável com isso e parecia está me fuzilando em pensamentos.
Então suspirei e tirei a mala de suas mãos.
— Que seja! Vamos mudar um pouco os planos, precisamos comprar algumas roupas para você.
— Mas por que? Eu já tenho minhas próprias roupas!
— Porque as roupas que você está usando não está muito na moda no ambiente onde eu vivo.— tentei explicar sem ferir seu ego feminino.— sabe, você precisa de roupas mais formais para se apresentar a minha família, as garotas normalmente tem o triplo de roupas que tem nessa mala.
E isso é verdade, não estava exagerado em nenhuma palavra. Nos meus anos namorando Lídia, a cada dia só via o guarda-roupa dela aumentando, fora o armário onde estavam todos seus sapatos e acessórios. Eu precisava que Angela ficasse o mais impecável possível para minha mãe, e também para quando minha ex a visse. Por que eu estou pensando em Lídia mesmo?!
— Corrigindo "As garotas ricas e mimadas com quem você saia tinha toda essas roupas". Só que eu não sou elas!.— ela cruzou os braços, se sentindo contrariada.
Vamos ver quem está sendo mimada aqui.
— Dar para notar...
— O que você disse?! Repete!
Que saco!!! Não se esqueça que você está falando com uma garota problema e louca Victor, então feche a boca.
— Eu só quero que você aja um pouco como as garotas "ricas e mimadas" como você disse. Não é difícil.— o que sua voz interior disse? fecha a boca.
Tarde demais, já tinha saído sem eu ter percebido. Encarei a loira na minha frente e Angela estava com um olhar assassino e aparecia que ia arrancar a cabeça da primeira pessoa que surgisse na sua frente, ou seja. Eu.
Logo fechei meus olhos e meus músculos ficaram tensos, já estava esperando pelo pior. Mas quando ouvir seus passos vindo até mim, só sentir ela pegando sua mala de volta e passando por mim.
— Se é assim que você quer, então eu vou ser como elas.— sua voz soou tão fria e arrepiante que me fez engoli em seco.
Ela foi direto para a minha moto, esperando que minha cor voltasse ao normal e tivesse com condições de ligar a moto.
Que problemático ou melhor que mulher problemática.
Depois disso eu não pensei que iria me arrepender tanto de dizer aquelas palavras para Angela. Ela tinha feito exatamente o que tinha dito que iria fazer.
Estávamos na oitava loja de roupas da cidade, na verdade, a melhor segundo os sites de moda, eu já tinha ficado tão lotado de sacolas, que acabei pedindo que entregasse todas no meu apartamento. Angela estava no provador experimentando mais uma roupa, enquanto eu pagava pelos quarenta pares de sapatos que ela tinha acabado de compar. Já tinha estourado 3 cartões de crédito, se continuasse desse jeito iria perder toda a minha herança, sem nem ter tido a chance de a receber.
Foi aí que aprendi algo sobre as mulheres; Não as contra digam ou as desafie, no quesito vingança elas estão muito acima da capacidade de qualquer ser na face da terra. Ladrões, assassinos, mafiosos, todos comparados a Angela, eram fichinha, brincadeira de criança.
Estava sentado no sofá, em frente ao provador, esperando Angela sair. Finalmente ela estava provando a última peça de roupa. Essa loja com certeza tinha ganhado o ano com nossas compras, ou melhor, dela.
— Que saco Angela! Já terminou?.— minha paciência já estava se esgotando.
Logo eu que sou tão calmo.
— Eu já terminei.— A porta do provador se abriu e junto minha boca.— O que você achou? Eu gosto da cor preta.
Angela estava usando uma langeri preta, toda rendada, muito mais provocante do que a que estava usando na boate ontem. Eu estava totalmente paralisado e desconcertado. Mas isso não durou por muito tempo, pois logo que sentir os olhos de todos os clientes sobre nós — Vou reformular, os olhos de todos os homens sobre Angela — voltei a realidade e peguei um dos vestidos que estavam jogados no sofá e joguei sobre ela, a levando de volta para o provador.
Eu a empurrei para dentro e fechei a porta em seguida. Ela estava fazendo isso de propósito?!
— Você não pode entrar no provador comigo!.— ela informou, com os braços cruzados.
— E você não deveria sair desse provador desse jeito.
— Estou agindo como você pediu!
E chagamos ao ponto. Isso que dava não dar ouvidos a minha voz interior, se eu tivesse fechado essa minha boca. Mas também, ela estava exagerado.
— Tá certo, mas já não basta ter comprado uma fortuna de roupas? Você já está passando dos limites.— disse me mantendo calmo e meu tom de sempre.
— Eu não acho, talvez deveríamos comprar mais algumas coisinhas. Quem sabe ir em mais cinco ou sete lojas.
Meus olhos se arregalaram e quase sentir vontade de desmaiar só de imaginar. No fim, só podia fazer a única coisa digna de se fazer.
— Me desculpe pelo que eu falei. Eu estava errado, sinto muito mesmo.
Ela ficou me encarando um pouco, antes de sentir seus olhos verdes se acalmarem um pouco.
— Tudo bem, mas acho melhor você pensar duas vezes antes de falar alguma coisa.— ela aprontou o dedo para mim, me pressionando conta a parede do provador.— Entendeu meu amor?!
Estava suando frio, o provador parecia uma cabine telefônica e com Angela usando aquelas roupas, ficava completamente sem ar. Será que custava muito fazer um provador mais grande?!
— Eu entendi, que chato...
— Ótimo!! Agora posso voltar ao normal.— ela se cobriu com a vestido que tinha lhe dado e voltou para mim.— Agora fora, fora, fora!
E assim fui expulso do provador. Se esse era o normal dela, nem quero saber com é o seu lado anormal.
Quando retornei e dei uma olhada a minha volta, de um lado havia homens levando um sermão das suas namoradas e mulheres, por causa dos seu olhares para com Angela e de outro havia os que esperavam que ela retornasse. Por um lado não podia os culpar, ver aquela loira daquele jeito fez meu coração parar e depois quase sair pela minha boca. Mas por outro lado, eles podiam se controlar um pouco, já que estavam com suas mulheres e eu estava aqui como seu namorado.
Nossa! Isso realmente tinha me incomodado. Respirei fundo e me joguei no sofá.
Não fazia nem um dia que estamos namorando e já tínhamos brigado, tinha me estressado e sentido ciúmes, que coisa mais problemática. Será que era tarde demais para voltar atrás?
E então achei minha resposta, assim que peguei meu celular e o liguei, já que havia desligado assim que viemos fazer essas compras. Tinham milhares de ligações perdidas, além de várias mensagens.
20 ligações perdidas de Mônica;
10 de Otávio;
31 do meu pai;
42 da minha mãe, além das 30 mensagens.
E as mensagens dela foram as únicas que li, e não gostei de nenhuma delas. Todas se resumia a isso: "Mônica me disse que você saiu com uma namorada! Que história é essa Victor?!."
Droga Mônica!!! Você não seguia manter a boca calada, eu sabia que iria me arrepender.
— Já podemos ir para seu apartamento.— Angela saiu usando a mesma roupa que ela usava quando fui buscá-la.
— Vamos ter que mudar um pouco os planos de novo.— disse lhe mostrando a tela do meu celular e logo seu olhar assustado apareceu.
— Eu pensei que você fosse a pessoa mais inteligente de todas e que sempre tinha na cabeça tudo que podia dar errado.
— Só que minha inteligência não é a prova de Mônica.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Marcia Oliveira
já estou ficando com dó dele cada hora se enrola mais coitado kkkkk
2022-10-16
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