Dentro do Furacão

Observei toda a sala, notando todo o ambiente luxuoso. Um palco no centro, com uma barra. Um bar, com uma estante com diferentes tipos de bebidas. Um globo no teto, que reflita todas as luzes coloridas do ambiente. Um sofá gigante que dava de frente ao palco e uma garrafa de uísque, bem ao lado. Realmente muito chamativo e confortável, um verdadeiro oásis para um homem solteiro ou não. Agora só estava faltando a estrela principal.

Me sentei no sofá, ainda com o cigarro na boca, abrindo e fechando a tapa do isqueiro, enquanto Otávio se mantinha em pé visivelmente incomodado com a demora e o lugar. Eu também já estava ficando impaciente e prestes a ir embora, quando o palco se iluminou com um holofote e então a silhueta de uma mulher apareceu e aos poucos que as luzes iam diminuindo, sua aparecia ia ficando mais visível. Seus cabelos loiros pesos em um rabos de cavalo, sua pele levemente bronzeada e aqueles olhos verdes... E principalmente aquela roupa...

Victor, acorda! Você veio aqui por outro motivo.

Balancei minha cabeça, me trazendo de volta a terra. A música já tinha começado a trocar e ela já estava se preparando para dançar.

— Espere um pouco, eu não quero que você dance, quero apenas conversar com você.— A música então parou, mas de qualquer forma ela começou a dançar.

— Me desculpa, mas eu não estou aqui para conversar, mas sim, para dançar senhor.— ela continuou, indo até a barra.

Assim não dava para me concentrar, principalmente ela usando aquela langeri preta de renda, que apertava bem sua cintura fina, ondulava seus seios fartos e deixava seu corpo mais atraente.

— Meu Deus!!!.— Otávio exclamou alto, ao ver Angela subindo na barra.— Eu vou ficar aqui no bar, olhando para a parede! Se a Sofia descobrir que vim aqui, quero pelo menos dizer que não vi nada que não devia.

E assim ele fez, colocou um copo de vodca e o bebeu de uma vez, deixando seus olhos azuis completamente direcionado a parede. Não entendia esse medo todo que sentia da Sofia, que parecia um anjo. Nunca a vir levantar a voz ou irritada, mas sempre calma e gentil, acho que ela nunca mataria nem uma mosca.

Isso parece realmente muito problemático...

Muito bem, respirei fundo e tentei olhar o menos possível para ela, ou não conseguiria abrir a boca.

— Muito bem, então apenas me ouça, meu nome é...

— Victor Clop, eu sei.— ela me interrompeu, fazendo sumo squat.— Muitos empresários falam seu nome por aqui, você deveria ficar de olho nas suas costas quando andar na rua.

Já estava perdendo totalmente o meu fôlego, fora que meu raciocínio estava muito fora do normal. Não dava para me concentrar vendo ela dançando daquele jeito e fazendo aqueles movimentos na barra.

Então, eu acho que meio que dei uma surtada.

— Quero que seja a minha namorada Angela!!

No mesmo instante que essas palavras saíram da minha boca, ouvir Otávio se engasgando com sua bebida e tossindo em seguida. Angela parou de dançar no mesmo segundo sem poder mover seu corpo em qualquer direção. Acho que a tinha paralisado com meu pedido.

Que saco! Isso tinha saindo muito diferente do meu plano original.

— O quer??!!

E agora era eu que estava paralisado.

— Deixa que eu explico.— Otávio disse ainda olhando para a parede e de costas para nós.— Ele quer que você o namore por 2 meses, que finjam ser um casal apaixonado para as pessoas, família e a ex dele. A mãe dele está querendo o ver comprometido, então para não ter que ir mais aos encontros a cegas, ele está te pedindo isso. Sabe, ele morre de medo da dona Elisa.

Ele falava como se também não morresse de medo de Sônia. Nós sabíamos muito bem que ele tremia só de saber que sua mãe iria visita-lo ou que ela sabia que ele tinha feito algo errado.

Angela tirou os olhos de Otávio e se virou para mim, dando uma risada atrás da outra. Ela estava rindo como uma louca.

— O que foi?.— perguntei já incomodado.

— Desculpa.— limpou uma lágrima que estava escorrendo de seus olhos, enquanto ria.— Isso realmente é muito engraçado e tentador, mas eu não estou afim de fazer isso, tenho certeza que você pode arrumar outra garota.

— Eu posso, na verdade tem uma fila de garotas querendo ser minha namorada e esse é o problema. Se eu pedir isso a elas, quando terminar os dois meses, não vão querer sair do meu pé.

— Isso é verdade, ele não está só se grabando.— o loiro disse ainda no bar.

Parecia que ele realmente tinha uma pavor de Sofia. Talvez até maior do que sentia por Sônia. Vai entender.

— Eu entendi, mas eu não tenho nenhum motivo para aceitar isso.

— Claro que tem, eu te ajudei a três dias atrás naquele beco, lembra?.— assim que falei isso, ela se aproximou um pouco me olhando de baixo para cima.

Sério que ela não estava me reconhecendo?! Tinha passado todos esses dias sonhando com esses olhos verdes. O que era um saco! Muito problemático.

— Claro, o bebê chorão.— Agora era Otávio que estava rindo, ótimo.— Que eu me lembre foi eu que derrubou aqueles caras, você apenas me emprestou sua boca. E tenho certeza que você gostou do beijo.

Eu acho que meio que corei com isso. Porque eu realmente tinha adorado o beijo, mas ela nunca teria a confirmação disso, apenas uma suposição.

— Mas eu te ajudei e fui lá para te socorrer.

Tenho a impressão que ela não precisava de ninguém para socorre-la, levando em conta o que a atendente havia dito. Fora a lembrança daqueles gigantes inconscientes no chão do beco.

— Como for! Eu não estou interessada nisso, já tenho meus próprios problemas para resolver.— Ela desceu do palco e com certeza já estava disposta a ir embora, mas eu não tinha terminado.

— E se eu pagar sua dívida com essa boate?

— O que você quer dizer com isso?!.— parou de imediato. Parece que tinha atingindo o ponto certo.

— Antes de vim aqui, conversei com o prioritário e fiquei sabendo que você está aqui por causa de uma dívida de três anos. Se não fosse essa dívida, você não estaria aqui, certo?.— estava usando meu tom profissional e parecia está dando certo, já que ela tinha ficado calada.— Eu sei muito bem que você não gosta de dançar aqui e muito menos de ser um objeto de aposta. Eu pago sua dívida e você namora comigo por dois meses, o que me diz problemática?!

Eu tinha feito uma pequena investigação sobre ela. Ainda mais quando eu tive que encontra-la, então com um nome que ela já tinha me dado e a ajuda das câmeras de segurança da rua naquela noite. Foi simples achar o local do seu trabalho e em seguida só tive uma pequena conversa com o proprietário da boate.

Ela continuou parada, estava claramente pensando. Essa era minha única carta na mesa e precisava funcionar, principalmente quando já tinha pagado a dívida dela e um dinheiro a mais, já que o prioritário poderia ganhar muito mais se ela continuasse a dançar aqui. Essa minha jogada tinha que ser certeira, sem erros. Eu podia está mostrando uma postura calma e controlada, mas também estava soando frio. Se ela recusasse minha proposta, teria perdido a viagem e muito dinheiro.

Ela se virou para mim, com uma expressão séria e aos poucos veio em minha direção, me fazendo recuar alguns passos — Droga! Por que estava tão nervoso?!. A loira aproximou seu rosto do meu, me fazendo conseguia sentir sua respiração bastando contra meu rosto. E antes que pudesse piscar o olho, ela pegou meu cigarro da boca e jogou em algum lugar da sala.

— Você realmente é muito inteligente Clop. Apenas dois meses certo?!.— Eu assentir, sentindo minha respiração parar.— Tudo bem, mas eu tenho uma condição para aceitar isso?

— Qual?

— Que você nem pense em se apaixonar por mim. Como você disse, sou problemática.

Logo minha respiração retornou ao normal e meu corpo voltou a me obedecer. Acho que finalmente algo estava indo como eu tinha planejado. Aquelas palavras estavam me garantindo que depois desses dois meses , Angela não tentaria me chantagear ou ficar correndo atrás de mim como as outras.

Perfeito, ela não queria compromisso e muito menos eu.

— Pode deixar. Isso não vai acontecer.

Eu fiquei encarando seus olhos e elas os meus. Então vi sua mão levantar em minha direção e eu fiz o mesmo, firmando nosso acordo, com um aperto de mão.

— Fico muito feliz por vocês, novo casal. Mas será que você pode colocar alguma roupa?.— Otávio pareceu do nada, atrás da Angela.— E podemos ir embora? Tenho 6 ligações pedidas da Sofia e não posso atender aqui dentro.

Ele mostrou a tela do celular para a gente apavorado. E Angela começou a sorri no mesmo instante, ela parecia entender o desespero do loiro, então foi até um canto da sala, onde tinha um roupão e o colocou.

— Não se preocupe loirinho, vou trocar de roupa e nos encontramos lá fora.— ela disse se dirigindo a uma porta, com certeza seu camarim.

— Mas...

— Nada de “mas” Victor! Conseguiu sua namorada, agora vamos embora, antes que eu perca minha noiva.— ele me puxou pelo braço, me lavando para fora da sala.

Que saco!

Isso era mais uma prova que relacionamentos não são para mim. Nem consigo me imaginar sentindo tanto medo e desespero por causa de uma mulher, se um dia fosse namorar novamente de verdade, teria que ser com alguém calma e tranquila. Eu não gosto de problemas e vejo que Otávio estava em um, neste momento.

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Comments

Albertina Alves

Albertina Alves

😂😂😂

2025-02-15

0

VÓ CICI

VÓ CICI

🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2023-11-15

0

Bernadete Barros Rocha

Bernadete Barros Rocha

Rindo horrores eita bando de homem medrosos 🤣🤣🤣🤣🤣

2023-09-23

0

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