— Victor!! Você por acaso sabe o que a Sofia vai fazer comigo se ela sonhar que eu estou em lugar como esse?!.— Otávio disse com espanto ao mandar parar o carro em frente a uma boate para homens.— Por que não chamou outra pessoa?! Por acaso quer me matar?
— Você sabe muito bem que os outros estão ocupados, e o Tom não sabe guardar segredo.
— Ou seja, eu tenho que ir para o sacrifício por causa da sua ideia maluca, que nem sei como surgiu?!
Otávio podia continuar reclamando até não ter mais voz, mas iríamos seguir com o que tinha em mente. Eu tinha certeza que essa seria minha salvação.
Eu tive muito tempo para pensar nisso e um bom incentivo para acha-lo fantástico.
Três dias atrás...
Após meus três encontros loucos e Otávio finalmente conseguir me encontrar na rua e em seguida minha moto, já de madrugada. Vim direto para meu apartamento, sem me importar em olhar que horas eram ou se o mundo estava acabando. Apenas me joguei na cama e dormir como uma pedra, certamente não acordaria antes das 11h.
Pelo menos foi isso que eu achei.
Quando dei por mim, fui acordado pela campainha trocando sem parar um segundo. Até tentei ignorar e colocar o travesseiro na cabeça para abafar o som, mas quando a campainha parou e as batidas fortes na porta começaram, parecia que estavam tentando colocar meu apartamento abaixo.
Que saco! Saco, saco.
Com meus olhos ainda sonolentos, sair da cama. Sem me preocupar com a roupa, já que ainda estava vestido com a de ontem.
Fui na porta e assim que a abrir, me arrependi no mesmo instante de ter levantado da cama e não ter fingido que não estava mais um pouco.
— Acabei de ficar sabendo o que aconteceu nos seus encontros ontem!
Dona Elisa passou por mim como um tornado, acabando com tudo a sua frente. Ela estava furiosa. Dessa vez aquelas três se superaram de todas as outras. Não eram nem 7h da manhã e minha mãe já sabia de tudo.
— Mãe desculpa, mas a culpa é daquelas loucas. Principalmente daquela ruiva maluca.— me defendi indo até a cozinha, pegando um suco de laranja, enquanto ela me olhava da sala furiosa.
— Não estou falando disso Victor! Você já tem 28 anos, custa ter pelo menos uma namorada, qualquer uma!
— Eu já disse que tenho uma namorada. Você que não aceita.
— Você fala isso a um mês, mas nunca vi essa garota. Por isso, enquanto você não tiver uma namorada na minha frente, seus encontros as cegas vão continuar.— E sem dizer mais nada ela saiu do meu apartamento, batendo a porta forte antes de sair.
Pois é, não adiantava enganar minha mãe com essa história. Não ia colar mais, se é que um dia colou. Ela não era idiota. Se precisasse ela mandaria todas as mulheres do mundo ter um encontro comigo. Mas desistir, não era algo que estivesse no vocabulário de dona Elisa. Mas o lado bom, era que depois dessa, não teria nenhum encontro hoje, um dia de folga.
Assim que terminei meu suco, fui direto para o banheiro e tomei um banho quente para relaxar. Logo depois coloquei minha roupa do trabalho, ou seja, uma roupa bem formal. Estava de folga dos encontros, mas a empresa ainda estava me esperando. Isso era muito chato, mas não tinha jeito.
Então peguei as chaves do apartamento e de minha moto, e seguir para o elevador. Mas antes que pudesse entrar nele, avistei uma mulher loira de costas para mim, muito parecida com a garota de ontem.
Será...?
Deixei o elevador de lado e fui em direção à mulher sem pensar duas vezes, e antes que ela pudesse desaparecer da minha vista, peguei em seu ombro a fazendo se virar em minha direção. E para meu desapontamento, não era ela.
— Me desculpe, pensei que fosse outra pessoa.— a moça me olhou assustada e seguiu seu caminho, sem dizer uma palavra.
Essa moça nem chegava perto de ser a de ontem. De costas é claro me era família, mas quando olhei para seu rosto. Era completamente diferente, mas não era apenas pelo fato de terem olhos de cores e feições diferentes. Não. Era algo que eu não conseguia explicar. E isso era muito problemático.
Acorda Victor!! Está pensando demais!
Dei um pequeno suspiro e seguir novamente para o elevador, onde entrei e esperei chegar na recepção do prédio. Meus funcionários com certeza ficariam muito surpresos de me verem antes das 10h na empresa, normalmente quem chega bem cedo é meu pai. Para minha sorte ele é bem flexível e bom comigo, e não fica se metendo em minha vida. Minha mãe poderia aprender com ele.
E em falar em se meter em minha vida, meu celular começou a trocar. E pela hora deve ser algo muito importante.
Tirei meu celular do bolso e era o Otávio:
— Espero que não esteja querendo cobrar o favor de ontem...
— Não é nada disso.— ele me interrompeu, parecendo um pouco nervoso.— Sabe a onde sua mãe está agora? E sobre o quer ela está falando?
Já vi tudo! As pessoas hoje não perderam tempo para me ferrar, já não bastava aquelas três, agora minha mãe está madrugando.
— Fala de uma vez Otávio!
— Tá bom, tá bom! Ela está na minha casa, falando com a minha mãe no escritório, acabei de passar por lá e ouvir algo muito interessante.— Ele fez uma pausa, se eu não tivesse enganado, ele ainda estava em casa andando pelos cômodos com medo que Sônia o visse.— Parece que ela vai selecionar cinco garotas para você escolher como sua namorada. Sem objeções, você vai ter que escolher ou ela escolhe.
A minha mãe só podia está de brincadeira comigo né?! Ela já estava passando dos limites, em nossa relação de mãe e filho.
Que coisa chata!
— Por quer isso agora?! Não pode ser fácil assim aceitar que estou bem sozinho?.— questionei saindo do elevador, raramente levantava a voz, mas essa já estava demais.
— Calma! Ainda nem te dei a razão para isso. Sua ex namorada, Lídia, vai chegar daqui a uma semana e sua mãe quer garantir que você não volte para ela.
Não pude esconder uma certa surpresa. E acho que meio que perdi um pouco o fôlego ao ouvir o nome dela. Lídia. Minha primeira e última namorada. Eu realmente era louco por ela, um apaixonado. Até que um dia ela resolveu voltar para o Canadá, a oito anos atrás, me deixando com um anel de noivado na mão. Ela seguiu sua carreira de modelo e eu continuei aqui, com minha vida. Talvez minha mãe tenha um pouco de razão em se preocupar, já que não sei mais o que sinto por ela.
A dona Elisa nunca gostou de Lídia, às duas nem se falavam e ambas faziam questão de demonstrar que não se davam nada bem. Eu acho que minha mãe até fez uma comemoração em seu interior quando soube que a gente tinha terminado, já que não podia dar uma grande festa, em compaixão ao meu estado deprimente.
— Então, o que você vai fazer agora?!.— fui tirado de meus pensamentos por Otávio.— Agora, ou você namora por bem ou por mal, e a segunda opção parece muito dolorosa.
Que saco!
Se eu não arrumasse uma namorada, minha mãe com certeza arrumaria, e tinha chance de ser uma daquelas loucas de ontem. Já que Lídia estava envolvida, então ela deveria está desesperada por uma namorada para mim.
Teria que pensar rápido, tinha cinco dias para apresentar uma namorada para minha mãe e para minha ex. Deve ter algo que eu pudesse fazer.
E tinha...
A moça do meu prédio, a que a poucos minutos tinha assustado, tinha acabado de passar por mim, de mãos dadas com um homem, com certeza seu namorado. Talvez essa tenha isso a ideia mais maluca que já tive, mas minhas opções estavam meio nulas.
— Eu acho que já consegui uma namorada...— disse ao loiro calmamente sem perceber.
Dia atual...
Sem prestar mais atenção nas queixas de Otávio, coloquei um cigarro na boca e desci do carro, sendo imediatamente seguindo pelo loiro. Fazia muito tempo que não vinha em uma boate, principalmente onde os clientes era apenas homens. A boate não ficava tão longe da rua onde estava a dois dias atrás, era um lugar muito grande, com luzes de néon para todos os lados e um estacionamento lotado. Com certeza um lugar muito frequentado. Na entrada havia duas filas, uma para entrar e a outra não tinha ideia para o que era, mas ambas davam a volta na esquina.
Como um cliente novo e presidente da empresa Clop, não tive nenhum problema de entrar. Por dentro o lugar era mais ou menos como tinha imaginado; luzes vermelhas, muitas bebidas, mesas ocupadas e um enorme palco onde várias garotas dançavam de langeri, assim como as garçonetes e as acompanhantes que estavam sentadas com alguns homens nas mesas. Não tinha feito nem cinco minutos que estava ali, e mais de três mulheres já haviam me parado, para ter uma noite inesquecível com elas. Apesar de ser uma ótima tentação, estava ali por outros motivos mais urgentes.
Fui até o balcão onde uma garota atendia todos os clientes, junto de Otávio, que andava de cabeça baixa, parecendo não querer olhar para nada na boate.
— O que os rapazes irão querer? Precisam de alguma companhia feminina? Temos...
— Eu não quero nada! Vim aqui forçado.— Otávio interrompeu a moça, sem olha-la nos olhos.— Meu amigo aqui que deseja algo.
Eu não queria o forçar a vim, mas não tinha mais ninguém para me acompanhar. Ou melhor, em quem pudesse confiar. Uma verdadeira chatice.
— Nós.— Franzir a frase olhando para Otávio, após tirar o cigarro da boca para deixar a fumaça sair.— Queremos um encontro particular com a sua dançarina Angela.
— Olha, vou logo avisando, se está aqui pela aposta, ela acabou de jogar uma garrafa de bebida em um cara a poucos minutos.— ela disse com tranquilidade ao beber um copo de uísque.
Engoli em seco.
Quando a conheci naquele dia imaginei que ela teria roubado algo ou pertencia alguma gangue da máfia. Mas pensando bem, os caras daquela noite pareciam seguranças, já que estavam de terno e pareciam muito profissionais. Com certeza ela tinha feito algo com o patrão deles, e não quero nem imaginar o que teria sido.
Olhei ao meu redor novamente e vir um homem alto, com um pano na cabeça, sentado em um lugar distante, com certeza a pessoa que levou a garrafada. E ele não parecia nada bem.
— Desculpa, mas você falou aposta? Que aposta está falando?.— disse me virando novamente para a atendente.
— Você não viu a fila enorme lá fora? Todos aqueles homens estão lá pela aposta de 100 mil. Quem consegui levar Angela Miller para a cama, ganha.
Nossa! 100 mil, era uma grana bem alta. Isso explicava a fila e o desespero de todos aqueles homens para entrar aqui dentro. Nunca tinha ouvido falar em uma aposta desse tipo, em nenhuma boate que tinha frequentado.
— Victor, parece que você vai ganhar 100 mil hoje.— o loiro cutucou meu ombro sorrindo.
Eu iria lhe dar um empurrão e tirar aquele sorriso malicioso do seu rosto, mas a atendente se manifestou mais rápido. Lhe dando minha total atenção.
— Eu não contaria com isso loirinho. Aquela garota está aqui a 1 ano e nenhum homem conseguiu nem trocar em seu dedinho. Todos que entram naquela sala lá encima ou saem sangrando ou inconsciente. Ela é a estrela desse lugar.
Conseguia muito bem imaginar isso. Essa boate deveria ganhar muito dinheiro por noite graças a essa aposta, só para ter 1h com Angela precisava se pagar 5 mil. Imagina quanto eles ganham por noite, levando em conta a fila enorme que tem lá fora? Ainda mais, quem não queria ganhar 100 mil e ainda uma noite com a garota mais difícil e desejada dessa boate?!
Só que parecia muito arriscado. “Sangrando ou inconsciente”, não parecia um slogan muito atrativo.
Victor desista dessa ideia, isso cheira a muito problema e você odeia problemas, lembra isso é muito problema...
— Não importa, vamos querer mesmo assim.— afirmei, ignorando totalmente minha voz interior.
— Como desejarem...
A moça pediu que a seguíssemos e assim fizemos. Otávio ainda um pouco hesitante, mas foi. Subimos uma escada, que levava até o terceiro andar do prédio — ganham tanto dinheiro, podiam colocar pelo menos um elevador! — e por fim paramos em um corredor que havia apenas uma porta, a moça iria abrir, mas então ouvimos um barulho alto e que me fez junto de Otávio recuar dois passos.
Será que alguém estava sendo assassinado?
De repente a porta é aberta, mas não pela moça. Mas sim, por um homem que trazia seu amigo apoiado em seu ombro. Ambos pareciam assustados e aterrorizados.
Talvez eu devesse desistir, acho que enfrentar minha mãe e Lídia não seja tão ruim assim....
— Podem entrar.— a moça segurou a porta para que pudéssemos passar, mas antes de sair.— Boa sorte! E se precisarem de cuidados médicos, termos uma maleta de primeiros socorros lá embaixo.
Então ela fechou a porta e encarei o loiro que parecia pálido, e que com certeza não estava diferente dele.
Que problemático...
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Bernadete Barros Rocha
Homem ou rato camaradas 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2023-09-23
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