Paulina estava escolhendo o vestido que usaria em sua festa, acompanhada de sua mãe, tia e primas. Ela saiu do provador com um semblante triste.
— Esse vestido roxo ficou muito bonito — comentou sua mãe, tentando animá-la.
— Mas o azul combinou mais — discordou Rute, sua cunhada.
— Olha a cara dela, nem parece feliz, mamãe — cochichou Nora, puxando o vestido da mãe.
— Gina, olhe sua irmã mais nova, já está falando bobagem — repreendeu a tia.
— Venha, irmã, não diga nada que envergonhe a mamãe — disse Gina, levando Nora pela mão.
— Katie, sua filha tem uma beleza genuína. Todos ficarão admirados na festa — disse a tia, tentando suavizar a tensão. — Só precisa ficar mais animada.
No castelo, Ana explicava a situação a Dalila.
— Então você acha que o general pensou que a carta era da Lina? — perguntou Dalila.
— Você lembra o que ele disse para ela quando segurou sua mão?
— Ele disse que era todo dela para receber o seu carinho... Exatamente como estava escrito na carta — pensou Dalila em voz alta. — Preciso pedir explicações a Carmen.
— Isso mesmo. E, como eu disse, Lina não tem interesse no General Herbert, então deixe a coitada em paz, por favor! — insistiu Ana. — Ela até está se escondendo.
— Tudo bem — respondeu Dalila, um pouco relutante.
Logo depois, Dalila confrontou Carmen.
— Eu não disse nomes. Só apontei na sua direção. Como você estava perto da Lina, ele deve ter se confundido.
Enquanto isso, Selena, Zélia e Lina limpavam o banheiro.
— Você não sabe se defender, menina? Se não fizer nada, essa aí sempre vai te incomodar — disse Zélia, irritada.
— Eu tenho medo! — respondeu Lina, jogando água no chão.
— Fique perto da gente. Vamos te proteger — disse Selena, com amabilidade.
— Muito obrigada! — Lina se sentiu agradecida.
— O que me preocupa é o interesse desse soldado em você. Ele pode tentar algo à força — comentou Zélia.
Lina ficou apavorada.
— Pelo amor de Deus, Zélia, não diga essas coisas para a menina — advertiu Selena, séria.
— Só estou falando a verdade — retrucou Zélia com desdém.
No salão do trono, o Príncipe Felipe estava com um dos conselheiros de seu pai e seu amigo Levi, ouvindo o mensageiro ler a mensagem do Rei Jaime.
— "Filho, fico feliz com suas conquistas. Estou voltando da viagem ao Reino Misterioso de Aluis e estou noivo de Isis, uma mulher encantadora que conheci. Quero que preparem uma festa para o nosso retorno, que será daqui a dez dias."
— Pode se retirar, mensageiro, e anuncie a todos que teremos uma festa para o retorno de meu pai e sua noiva Isis — disse Felipe, com alegria.
— Sim, senhor — respondeu o mensageiro, saindo do salão.
— O que achou da notícia, Levi? Como será a mulher que enfeitiçou meu pai? — perguntou Felipe, pegando sua taça de vinho.
— O povo de Aluis é um pouco diferente dos outros, e é um lugar de difícil acesso, mas com muitas histórias fantasiosas. É difícil prever — respondeu Levi, com cuidado.
— Eu gostaria de conquistar essa nação para mim um dia — disse Felipe, balançando o líquido no copo antes de beber de uma vez.
O Rei Jaime era um homem bom, que gostava de explorar outras terras, e já havia pedido autorização ao governante de Aluis para entrar.
O mensageiro Vicente foi até a cozinha e cumprimentou seu irmão Alceu, que lhe deu um pedaço de pão com leite.
— Fico feliz com o regresso de Sua Alteza — disse Alceu, animado.
Ana entrou na cozinha.
— Ana, há quanto tempo não te vejo — disse Vicente, colocando as mãos nos ombros dela.
— Fico feliz em te ver, Vicente — respondeu Ana, abrindo um sorriso.
Vicente tinha dezenove anos, era muito curioso e alegre. Eles eram amigos desde a infância e compartilhavam interesses semelhantes.
— Tem tanta coisa que quero te contar sobre o Reino de Aluis — disse Vicente, com o semblante iluminado.
— Também estou ansiosa para ouvir. Estava com saudades.
— Dá para pensar que são um casal de apaixonados. Só vejo ela assim perto dele — pensou Alceu, observando.
Alceu tinha trinta anos e sempre cuidou do irmão após a morte dos pais, educando-o da melhor forma que podia.
— Irmão, nos próximos dias quero que libere a Ana para me acompanhar nas viagens que tenho que fazer ao redor das terras, por favor! — suplicou Vicente, com as mãos unidas.
— Ninguém trabalha tão bem quanto Ana neste castelo, mas pelo meu irmão... — pensou Alceu. — Ana pode ir com Vicente, que precisa passar por todo o reino anunciando as boas notícias. Arrume alguns mantimentos e vão.
— Sim, senhor — respondeu Ana, começando a arrumar os alimentos em uma cesta.
— Obrigado, irmão, por liberar ela — disse Vicente, dando um abraço no irmão.
— Sem problemas. Divirtam-se — respondeu Alceu.
Eles seguiram de carruagem, anunciando nas ruas e também nas casas de gente importante. Durante o caminho, Vicente lhe falou dos costumes, culinária e arte do lugar.
— E até as mulheres são mais valorizadas do que aqui — comentou Vicente.
— Sério!? — disse Ana, surpresa.
— Elas podem ir à escola, concluir os estudos e têm mais funções de trabalho, mesmo com a diferença de posição social.
— Isso parece um sonho, um outro mundo — disse Ana, deslumbrada.
Vicente sorriu.
— Ah, e como é a personalidade da mulher que o rei escolheu?
— Ela é uma mulher muito arrogante, vaidosa e caprichosa. Vem de uma família que estava à beira da falência, mas com nome — respondeu Vicente, com olhar sério.
— Isso parece um horror. O rei é uma pessoa tão boa... Ele não se incomodou com isso? — perguntou Ana, preocupada.
— Ele parece embriagado quando está perto dela, não consegue enxergar um palmo à frente. E sua família é toda abusada, precisa ver.
— O príncipe já tem uma personalidade difícil, e agora essa rainha parece ser horrível — suspirou Ana.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Ana Cristina
A encrenca vai ser com essa nova rainha 🤔
2023-05-03
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