Capítulo 02

— Ok.

— Vai me chamar né?

— Claro que eu vou.

— Chama mesmo, agora boa noite. - Disse ele me dando um selinho demorado.

Narração: Guilherme

Comecei a fazer um cafuné e ela logo adormeceu.

— Te amo minha Preta. – Falei dando um beijo no topo da cabeça dela.

Demorei a pegar no sono, fiquei pensando em tudo principalmente no que eu havia passado há alguns dias atrás, num momento eu estava prestes a perder a mulher que eu amo, no outro me jogaram num lugar imundo no qual havia apenas eu e um rato, logo depois fui enterrado vivo e por fim para fechar tudo com chave de ouro (no bom sentido) recebi a notícia que seria pai, e pai de gêmeos! Dois guris para eu amar como se não houvesse amanhã.  Assim que o dia amanheceu dei um jeito de sair da cama sem acordar ela, assim que eu saí segui direto para uma floricultura, onde comprei um buquê de rosas amarelas e brancas, o maior que eu pude, essas flores são as preferidas dela, então, porque não compra-las? Após comprar o buquê segui para uma loja de chocolates e comprei uma caixa de bombons.

Quando cheguei em casa ela me procurava como uma criança assustada.

— Onde tu... — Eu a interrompi

 Entreguei os presentes e comecei a falar.

— Não te procuro só pelo sexo, vou atrás de aconchego, de um ombro amigo, de risadas sinceras, te curto a beça, tua companhia me aproxima da felicidade, não é só tesão da minha parte, é carência de ti, escolho a ti para partilhar as minhas fraquezas, os meus segredos, os abraços e as declarações de amor, não quero foder contigo, quero fazer amor, dormir de conchinha, quero te amar, e receber amor.

Ela sorriu com os olhos cheios d’água, como eu amo essa mulher.

Narração: Leandra

— Pois é ao teu lado que eu quero viver até o fim dos meus dias, minha Preta. – Disse ele

Eu sorri e colei o rosto no dele.

— Te amo tanto meu Preto.

Ele fez carinho no meu rosto.

— Tu és tudo pra mim, minha Preta.

Dei um beijo nele e de mãos dadas seguimos para a cozinha onde ele preparou o nosso

café.

— Tô pensando em me mudar daqui. — falei olhando ele de canto de olho.

— Como assim?  — perguntou ele girando nos

calcanhares e me encarando com uma sobrancelha erguida.

— Quero morar em Londrina.

— Só não digo que é ruim porque sei que tu não vai me deixar aqui.

— Quem diz que não vou?

Ele riu e apontou pra aliança no dedo dele.

— Ah é, eu tinha me esquecido que a gente tá noivo.

Ele me encarou sério e então foi a minha vez de rir.

— Eu tava pensando da gente morar no haras e colocar isso aqui a venda, sei lá.

— Falando no haras a gente podia ir para lá né? — Disse ele sorrindo

— E tu ainda perguntas? — Falei acariciando o rosto dele.

Era uma sexta à noite quando eu e o Preto pegamos a estrada e seguimos para o haras, ele quase que implorou para eu não dirigir.

— Mas Preta.

— Eu tô grávida e não doente ok? Eu quero dirigir e eu vou dirigir.

— Meu Deus!..—  eu o interrompi

— Se tu falares “onde eu fui amarrar o meu cavalo” eu te jogo na estrada.

Ele riu e falou

— Não vou dizer isso, não te preocupa.

— Acho bom.

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