Marie

Marie saiu transtornada pela rua parando numa praça qualquer, enterrou a cabeça entre as mãos e chorou toda sua dor. Sempre esteve sozinha e sempre estaria pensava ela chorando de soluçar.

Um toque suave em seus ombros e uma voz falou.

_ Chore bela dama o choro alivia o coração.

Disse um homem que sentou ao seu lado abraçando.

Marie que nunca havia recebido um abraço fraterno agarrou o casaco do homem e chorou toda sua dor

Já era noite quando a tempestade dentro de si, acalmou. E ali no frio da noite pela primeira vez não estava sozinha. O homem ficou ao seu lado o tempo todo.

Com a voz fraca falou:

_ Me perdoe por tudo.

_ Perdoar de que. Tua alma estava muito ferida precisava de um amigo. Meu nome e Jacks sou um humilde pintor de rua. Conheço a dor e o desespero.

Não podia te deixar sozinha nesta tempestade da tua alma

Com o rosto inchado olhou para cima e viu um par de olhos cinzas bondosos a fitando com carinho. Pela primeira vez seu espírito sensível sentiu paz.

Jacks levantou do banco estendendo a mão a ela e sorrindo lhe ofereceu um jantar.

Seguiram a um pequeno apartamento e lá pela primeira vez Marei mostrou sua verdadeira natureza. Contou-lhe toda sua dor e sua luta para ser notada para sair da sombra da irmã.

Jacks compreendeu tudo é a miséria que a jovem foi criada de afetos sendo negligenciada pelo pai.

Decidido ofereceu-lhe amizade sincera e amparo.

Marie aceitou a mão estendida.

Ambos começaram uma amizade baseada no respeito e compreensão. Jacks era um pintor maravilhoso só não era bem relacionado e como era honesto não tinha meios para expor em galerias.

Marie vendeu um conjunto de joias e disse haver conseguido a grande oportunidade do rapaz.

Sendo que, na verdade fora ela que alugou a galeria e como era bem relacionada trouxe a Jacks a oportunidade de sua vida. Dali em diante a carreira do jovem emplacou como o amor por Marie em seu coração e no dela por ele. Pois, pela primeira vez era amada por ser ela mesma.

Com muita alegria ela se tornou esposa daquele homem bom que lhe mostrou que o amor cura amargura da dor do abandono. Com o ventre arredondado bordava a roupa de seu primeiro filho.

Cercada de amor Marie não era mais uma garota egoísta mimada. Era uma mulher caridosa, meiga e amiga.

Era feliz com o grande amor de sua vida e agradecia ao destino em secreto por ele lhe ter dado duas vezes uma noiva substitua nas areias do deserto.

Quem amargava o remorso era Charles que assistia de longe a vida da filha e sua transformação. Via o caráter verdadeiro da jovem sendo revelado com o amor de Jacks.

Decidido procurou o genro contando-lhe o que se passava no coração. Jacks conhecia as dores da esposa pelo abandono do pai. Com carinho fez a ponte entre pai e filha para reconciliação. Com o coração pacificado pelo amor Marie deu ao velho a oportunidade real de ele ser seu pai.

 Lágrimas nos olhos, Charles observava seu neto Roger que chegava ao mundo.

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