Nadine aprendendo o que é realmente o amor

Anne sentou a filha a sua frente e começou a falar:

_ Nadine de hoje em diante deixará Hanzul em paz!

Exclamou Anne em tom autoritário.

_ Mãe eu o amo!

_ Menina o que você pensa que é o amor?

A jovem narrou a mãe o que entendia por amor sendo meras fantasias infantis.

Decidida olhou nos olhos da filha:

_ Sabes o que vai conseguir com sua atitude?

A garota olhou para ela em desafio.

_ Diga!

_ Ele pegará nojo de ti.

Aquilo surpreendeu a menina.

_ Primeira lição minha filha uma mulher deve se amar primeiro se respeitar e respeitar o outro.

Nadine ouvia calada.

_ O amor surge da admiração do respeito.

_ Nenhum homem respeita uma mulher que corre o tempo todo atrás dele.

_ Se respeite. Cuide das suas responsabilidades dos seus afazeres. Hanzul admira inteligência. E você tem se instruído? Tem domínio de temas que seja do interesse dele?

_ Como são suas conversas?

A menina ficou calada.

_ Creio que deva ser um monólogo massante para Hanzul.

A garota chorou amargamente. Agora ela compreendeu que sua atitude estava prejudicando.

_ Amor é respeito, doação, consideração, cuidado, proteção e amparo.

_Sacrifício.

_ Você esta crescendo se tornando uma pessoa egoísta e manipuladora. Fato que não permitirei.

A partir de amanhã terás uma rotina árdua. Estudará administração, línguas matemática e filosofia.

A tarde trabalharas na cozinha ajudando a preparar os alimentos de modo a quebrar seu orgulho e prepotência. A noite participará das reuniões semanais de administração aprenderá que um reino é muito mais que enfeitar casas e costurar bonecas.

De hoje em diante acompanhará Aurora em sua instrução. Chega de tolices desse seu amor que não passa de maquinações para manipular Hanzul como seus bonecos de pano.

_ Mais mãe!

_ Chega de tolices ou terei que ser mais dura com você em disciplina.

Agora vá, amanhã terá uma  nova rotina.

Assim foi feito conforme a fala da rainha.

A garota começou a seguir a rotina imposta. Fato que ajudou a compreender o quanto estava sendo estúpida em sua obstinação.

Anne diariamente tinha momento com as filhas para ensinar como falar perante o conselho e como se portar em um mundo onde as mulheres não tinham valor ou voz.

Hanzul parecia mais feliz longe dela e mal falava com ela.

Aquilo ratificou a fala da mãe sobre correr atrás de alguém sem se respeitar. Aprenderia a se amar e ser uma pessoa melhor pensava ao descascar os ovos para servir a todos. O trabalho pesado na cozinha mostrou-lhe que seu orgulho e vaidade a estavam transformando na cópia de sua tia Marie que migrava de relacionamento em relacionamento. Sendo vazia de afetos.

Ali ao meio das panelas observou a cooperação a empatia entre as mulheres. Viu a alegria de ver os órfãos degustando os alimentos, com prazer sentiu pela primeira vez que o mundo não girava em torno de si mais dos outros.

Viu a gratidão das crianças que haviam saído do hospital da ala dos maníacos degustarem os bolinhos de frutas secas com mel.

A certa distância ouviu a conversa deles.

_ Angeline como você esqueceu os homens maus?

Perguntou uma criança a ela.

_ Vocês já viram Falcon lutando sem camisa?

_ Perguntou de volta.

_ Já! Exclamaram elas olhando para o jovem que duelava com um mestre de espadas.

_ Estão vendo aquele corte ao lado do corpo, ele ganhou matando todos. Além disso, vocês viram quem dorme na porta do quarto de vocês.

Uma menina de 6 anos respondeu.

_ Falcon ou papai. Eles trocam as noites. Toda vez que tenho medo mamãe ou Aurora me acolhem elas ficam sentadas juntos deles dizendo  para não ter medo.

Outra criança falou:

_ Tia Judi do hospital disse que aconteceu no passado conosco, foi errado. Ela disse que papai e Falcon puniram todos, disse  para pensarmos em tudo que temos de bom em nossas vidas. Papai mamãe e todos os nossos irmãos.

_ Mamãe me ensinou a ler as letras.

_ Falcon me ensinou a ver as estrelas para não me perder.

_ Aurora me ensinou a cuidar dos cabelos e da cama.

_ Naor me ensinou os números.

_ Hanzul me ensinou a contar o tempo.

Ouvindo o diálogo das crianças compreendeu que toda sua família se empenhava em acolher aquelas dez crianças molestadas e exploradas. Viu nos rostinhos feridos a dor da escravidão e a última criança mostrou a mão de cerâmica.

_ Aurora disse que não é para lamentar a perda da minha mão por ter pego a pedra branca nas minas. Disse o menino mostrando a mão decepada com a prótese.

Ela disse que como eu não sou perfeita. Disse que não sabe falar com a boca mais sabe falar com gestos e papai disse-lhe que sabia a língua do amor. Ele me disse ser cego na infância e que a equipe do hospital iria me ensinar a usar essa mão. Falou que assim que crescer mais um pouco irei trabalhar com Naor na administração do reino da Arábia porque sou muito inteligente como meu irmão.

Aquilo foi o golpe fatal no orgulho e mesquinhez de Nadine que compreendeu que antes de exigir amor deveria doar amor.

Anne observava a filha e o processo de amadurecimento da garota.

Babá observava a cena e com os olhos cansados de uma velha disse.

_ Ela está aprendendo criança.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***