Víbora peçonhenta

Jade fitada as ruas de Detrini com desgosto. Fora obrigada a fugir de Paris de modo a poupar sua vida.

Soube por Salu do sequestro da filha e não se importou. Ao contrário era bem feito para jovem que havia estragado seus planos de recuperar seu reino.

Ao desembarcar pensou que teria liberdade de locomoção, mas para sua surpresa fora escoltada por uma guarda real que a tratava como prisioneira.

Chegando ao Palácio foi recebida pela leoa que a fitou falando:

_ Em sua estadia em minha casa ficará em isolamento na torre norte. Não terás acesso aos pátios e suas refeições serão servidas em seu quarto. Sua estadia será breve de modo a não causar transtornos em meu lar.

Jade a fitou com ódio falando:

_ Sou prisioneira em sua casa?

_ Sim. Aqui viveras sobre constante vigilância.

Disse a Leoa dando ordens para sua guarda que pegou Jade pelos braços arrastando escada acima. A mesma foi jogada sobre a cama e a porta de seu aposento trancada. A odiosa mulher gritou por horas de raiva e frustração.

Seu rosto vermelho de ódio era uma máscara de maldade.

Os dias foram passando e ela foi mantida em isolamento recebendo a comida pelas mãos de um guarda. A mesma tentou seduzir o jovem sendo repelida. Depois de alguns dias teve uma crise de abstinência de álcool e ópio sendo socorrida por Cord que a tratou com todo carinho da mesma forma que tratava seus pacientes. O jovem imagem perfeita de Nazir vinha até ela duas vezes por dia ministrar remédio acompanhado de uma médica que sempre se mantinha calada.

Certa vez, Jade tentou sedução com o jovem Dr que a repeliu com brandura. Assim que ele deixou o aposento Jade se viu observada pela médica que a fitava com pena e nojo.

Jade marchou até ela e a fitou de forma desafiadora.

_ Quem pensas que é?

Angeline não se deixou abalar e a ignorando marchou para porta quando a víbora puxou seu cabelo forçando seu corpo para trás. Angeline sentindo o golpe fez uma manobra de defesa e empurrou a mulher no chão e com desgosto falou:

_ Antes tinha pena de ti. Mais vejo que não passas de uma víbora traiçoeira.

Disse ela marchando para porta.

Jade foi até a porta esmurrando a mesma com lágrimas nos olhos até que o som de um pássaro chamou a sua atenção.

Foi até o falcão e viu amarrado a suas pernas o seguinte bilhete.

Cara Jade.

Se quer sair deste cativeiro ter seu trono siga as instruções.

Que irei te enviar uma vez por semana.

Jade sorriu pela mão do destino que movimentava sua peça no tabuleiro.

...

As semanas se seguiram e Jade começou apresentar um comportamento diferente. Agora era cordata e meiga. Pediu desculpa a médica e solicitou notícia da filha.

O jovem médico feliz acreditava que o comportamento ruim apresentado por ela era consequência do abuso de substâncias. Mal sabia Cord que a víbora não passava de uma marionete em uma trama maligna e que ela estava pronta para dar o bote. Cord com seu coração idealista acreditava na mudança de caráter da mulher. Já Angeline sabia que ela era igual à serpente que a picou quando criança.

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