Miragem x destino

Miragem fitava Naor em desafio.

Ali a sua frente estava o homem mais magnífico que já havia visto. Corpo másculo torneado, olhos escuros e firmes, nariz bem feito em um rosto bem desenhado. Emoldurado por cabelos longos lisos negros como petróleo presos.

Trajava um terno preto que destacava a pele de oliva.

Cheirava a sândalo e madeira. Com um sorriso predador ele fitava sua pequena noiva. Pensando que seu destino está a sua frente na figura da jovem.

Jade observava a cena pensativa tiraria vantagens desse golpe do destino.

Miragem com os olhos lilas em chamas fitou Naor cheia de raiva e falou:

_Não tenho noivo! Não reconheço em ti autoridade, usurpador!

Exclamou ela cheia de rancor.

Naor com os olhos divertidos, via a pequena tentar lutar contra ele e sorrindo rompeu a distância entre ele a tomando nos braços e lhe dando um beijo apaixonado.

Miragem aturdia, tinha ali seu primeiro beijo. Com seus dezoito anos nunca experimentará essa sensação de estar nos braços de um homem. Despertando do tampor o empurrou e lhe deu um tapa estralado.

Com as bochechas vermelhas e com os olhos em chamas gritou:

_ Como ousa me tocar seu bastardo!

Marchando para casa deixou Naor divertido tocando a face marcada pelo tapa.

Irritada Miragem marchou até seu quarto.

Bufando se jogou no sofá.

De repente a porta se abriu.

E pela primeira vez foi alvo da atenção de Jade que sorrindo começou a falar:

_ Vi como ele te olha menina. Se usar as armas certas poderei resgatar o trono de meu pai.

Ali Miragem compreendeu que não passava de uma peça nas maquinações da mãe. Que seu coração e sua vida pertenciam-lhe e mais ninguém!

Num salto ficou em pé e fitando a mãe com determinação falou:

_ Não serei usada por ninguém. Nem pelo usurpador ou por você!

Jade vendo na atitude da filha um obstáculo para seu plano maléfico marchou até a jovem a pegando pelo braço chacoalhando.

_ Pare de agir como uma garota mimada! Essa é a minha oportunidade de ter meu trono.

Miragem puxou o braço se soltando dos dela e a olhando nos fundos dos olhos gritou:

_ Para o que quer o trono? Para dar ao povo a vida de miséria e de morte! Estudei na escola a história de nosso reino e vi o legado de sangue que tenho. Não quero esse destino.

Jade transtornada rumou até a garota esbofeteando a face dela com tapas.

Miragem se manteve firme e não desviou o olhar frente agressão da mãe.

Jade vendo que não conseguia quebrar a determinação da menina falou se recompondo:

_ Garota estupida! Não vai estragar meus planos!

Exclamou ela saindo pela porta.

Miragem correu e trancando a porta se jogando na cama chorou por horas toda sua dor e solidão

Decidida falou:

_ Você pode até querer me prender nesta teia destino. Mais farei minhas próprias escolhas, não serei usada por ninguém. Vai se lascar.

Disse ela com o rosto inchado pelas agressões sofridas e decidida esperou anoitecer e pegou uma mochila com uma muda de roupas. Tirou todo dinheiro que havia guardado a anos e suas poucas joias da caixa de sapatos e enfiou no meio da muda de roupa.

Abriu com cuidado a porta de seu quarto e viu a casa apagada. Rumou para área dos empregados e fugiu pela saída deles para rua.

Estava a cerca de um quilômetro da casa quando um carro preto parou ao seu lado e homens armados desceram e a abordaram jogando na porta malas.

Miragem levou um golpe na cabeça e apagou.

Acordou em um quarto escuro perdendo a noção de tempo. Seu mundo se resumia a escuridão e silêncio.

Achou estar morta até que da escuridão foi tirada para ser alimentada e obrigada a fazer higienização do corpo.

Não falava com ninguém somente via o raptor com uma máscara preta no rosto.

Havia sido posta novamente no escuro quando ouviu barulhos de portas gritos e tiros. E depois silêncio e ali no escuro esperou sua morte certa.

A porta se abriu e a sua frente estava seu noivo com as mãos manchadas de sangue com as roupas rasgadas um olhar feroz se via nos olhos escuros. Quando a fitou viu neles alívio, amor e preocupação.

Naor pegou a jovem encolhida em posição fetal e a trouxe para o seu peito. Sussurrou em seu ouvido.

_ Esta salva minha adorada.

Ao olhar para ele viu seu irmão Falcon com o rosto trastornado com sangue na face segurando um homem com a espada na mão.

_ Tire ela daqui!

Exclamou Falcon com a espada em punho.

Naor marchou com Miragem no peito, que observava homens caídos pelo caminho e ali no braço do homem teve paz.

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