O BEIJO MAGICO - PARTE 10

Paula atravessa o cemitério Nossa Senhora da Confraria, no meio de grande escuridão. Ela não sente medo, porque confia nas palavras de Cintia Rubimay que ela não estaria sozinha.

Ela começa a subir a colina, mas antes da uma parada no meio do caminho e olha para trás, porque dá pra ver a paisagem e o brilho das luzes acessas da cidade.

Uma voz suave quebra o silencio.

Cintia_ É linda não é?

Paula olha pra trás e vê Cintia se aproximar.

Paula_ A paisagem? É sim! Muito bonita.

Cintia se concentra em todos os seus sentimentos, e na força dos espíritos bons que ela acredita que estão ali e abraça Paula.

Paula começa a senti uma paz, e muita tranquilidade. O coração dela dispara.

Paula Você é uma bruxa, você está me enfeitiçando? (Diz isso porque sente algo diferente)

Cintia (Sorri) Não é preciso! Apenas sinta!

Paula fecha os olhos, e sente Cintia virar o seu corpo calmante e colocar seu rosto frente a frente com o dela. Ela continua com os olhos fechados, e sente os lábios de Cintia tocar os dela.

É um beijo tão magico, tão forte, que as lagrimas de Paula rolam pelo rosto.

De repente surge um medo em Paula, pois aquela experiencia era tão magica e forte que ela não sabe oque está acontecendo.

Ela abre os olhos e sai correndo.

Cintia Paula! Paula! O que houve?! (Grita)

Paula Você é uma bruxa, me deixe em paz!

Cintia se senta triste, e fica ali sozinha olhando as luzes da cidade ao longe. Ela fecha os olhos e começa a fazer uma prece e pede mais energia, mais força, mais paciência, e sabedoria aos espíritos bons para enfrentar o velho bruxo, pois ela o vê como uma ameaça. Pede que consiga vencer os desafios de seu dia a dia.

Como resposta, um perfume de flores se espalha em sua volta.

Cerca de 15 minutos depois, Paula chega a casa de Mirla.

Paula Mirla, Mirla... (Chega falando alto no quarto da amiga). Acho que a Cintia é uma bruxa.

Mirla E daí? O que tem isso demais? Estou estranhando você.

Paula Ela me beijou, cara o que eu senti não era normal.

Mirla Te beijou? (Feliz).

Paula Mirla, por acaso alguém já te beijou e seu coração disparou, e você sentiu como se fosse voar, ou sua alma sair do corpo?

Mirla Não, mas deve ser bom, né? (Risos)

Paula Mirla, amiga... Por favor, eu não estou brincando.

Mirla Você tem coragem de ir ao cemitério e ficar sozinha com uma outra garota, e tem coragem de ver sua melhor amiga deitada sobre uma mesa sendo cortada com uma navalha por um bruxo, e na hora que recebe um beijo você diz que está com medo?

Paula fica pensando, e vê que pode realmente estar exagerando.

Paula É... acho que estou exagerando.

Mirla Claro que está! Paula, a Cintia Rubimay, é diferente das outras garotas. Isso deve ter deixado você impressionada.

Paula Acho que você tem razão. Ela deve ter ficado triste comigo.

Mirla Chama ela no Whatsapp, e pede desculpas. Fala a verdade, ela vai entender.

Paula Vou fazer isso já já. Mas, com quem você está falando ainda também ? (Vê Mirla mexendo no celular)

Mirla Com um menino que conheci na escola. Ele me chamou pra sair.

Paula Você vai?

Mirla Logico!

No sitio, o velho bruxo coloca a bacia de prata no chão, e coloca sua mão dentro da água. A imagem de Cintia Rubimay aparece dentro da bacia, e ele vê a menina no cemitério, e começa a ver que ela está ficando cheia de muitas energias.

Velho_ Essa garota está puxando essa energia toda de onde? Pra que ela que tanta energia? Será que eu consigo atrair ela aqui e roubar essa energia toda? Assim conseguiria mais poder, e viver muito mais tempo. Quem neste bairro medíocre vai saber que estou com 250 anos de idade as custas do sangue de virgens , e de pessoas que consigo roubar as energias.

Quando Paula chega em casa, ela envia uma mensagem pelo aplicativo para Cintia.

Paula_ Você está ai?

Cintia_ Estou!

Paula_ Me desculpe fugir de você. Aquilo tudo é algo muito novo pra mim, e eu não soube lhe dar com oque eu estava sentindo. Procure se colocar no meu lugar.

Cintia_ Tudo bem, eu entendo. Não precisa se preocupar.

Paula_ Podemos nos encontrar outra vez, mas desta vez em outro lugar que não seja o cemitério. Chega de cemitério, tá?

Cintia_ Pode ser em um morro? (Risos)

Paula_ Você é maluca? Que morro?

Cintia_ Você não curte paisagens a noite? Sei de um lugar muito especial. Prometo que não vai ter energia nenhuma que te coloque medo.

Paula_ Acho que seria bem melhor.

Cintia_ Então tá fechado pra amanhã a noite, ok?!

Paula_ Fechou!

Cintia_ Boa noite!

Paula_ Você ainda está no cemitério?

Cintia_ Não! Estou na minha cama.

Paula_ Boa noite!