Mirla e Paula, entram na casa do velho. Até chegarem na sala
percebem que era uma casa normal igual a todas as outras.
Paula_ Me parece uma
casa normal. E não de um bruxo.
Velho_ Há um local
especial para se fazer rituais, como eu já falei pra vocês.
Mirla_ Mas você
trabalha com o mal?
Velho_ Algumas
pessoas me procuram pra me pedir que eu faça o mal, então eu faço
uma rápida consulta para saber se a vitíma do feitiço merece
castigo ou não.
Paula_ Já matou
alguém por meio de feitiços ?
Velho_ Nãoooo! Eu
não mato ninguém, quem mata é a pessoa que deposita o ódio dela
nos feitiços. (Risos)
Eles descem para um
local embaixo da casa. O local é grande e pega todo o espaço
existente embaixo da casa formando um grande salão onde no meio há
um círculo mágico e uma estrela de cinco pontas no meio do círculo.
Também há um altar e uma mesa com cadeira com várias porções e
livros sobre a mesa, e também em uma das paredes uma estante com
muitos livros.
O bruxo puxa a mesa
para o meio do círculo, e tira tudo que está em cima da mesa.
Velho_ Deixe suas
coisas com sua amiga e suba em cima da mesa, e se deite. Feche os
olhos.
Mirla olha pra
Paula, sem falar nada, e faz oque o velho mandou.
Velho_ Confie em mim
e não tenha medo.
O velho coloca a mão
sobre a testa de Mirla e começa a falar várias palavras
incompreensíveis para as meninas. Um vento toma conta do lugar, mas
as velas acesas ali não se apagam. Paula, sente medo, mas fica
calada e se senta na escada assistindo tudo.
O velho, pega uma
afiada navalha e faz um pequeno corte no pulso de Mirla, e o sangue
dela pinga no chão dentro do círculo mágico pintado no chão onde
eles estão. E o velho, pega outra parte e coloca em um vidro.
Com uma das mãos na
testa de Mirla, e com a outra levantada para o alto segurando o vidro
com o sangue de Mirla, ele repete algumas palavras incompreensivas.
Mirla sente um
vento em seu corpo e sente como se algo mergulhasse pra dentro dela.
Velho_ Pode se
levantar. A partir de hoje seus pesadelos devem acabar.
Mirla_ Não sei oque
dizer.
Velho_ Não diz
nada, ué! (Risos)
Paula_ Podemos ir
embora?
Velho_ Mais já? Não
querem comer alguma coisa, tomar um suco?
Mirla_ Nós
prometemos que voltamos, é porque temos compromisso. Eu precisava
muito de sua ajuda, e como o senhor me fez sentir bem hoje mais cedo,
eu achei que poderia contar com você.
Velho_ Sempre podem
contar com este velho bruxo. (Sorrindo)
As meninas se
despedem e saem andando.
O velho fica na
varanda olhando as meninas se distanciarem.
Velho_ Paguei uma
grana na primeira vez, agora consegui de graça, e vou conseguir
muito mais. (Sussurra baixinho e ri)
Paula_ oque você
achou?
Mirla_ Eu não tive
medo, mas pra mim o importante é conseguir dormir em paz.
Paula_ Deixa eu ver
o seu pulso.
Mirla_ É um corte
pequeno, se alguém perguntar posso dizer que me cortei sem querer.
LONGE DALI …
Cintia Rubimay está
em uma loja de artigos esotéricos, quando uma jovem se aproxima.
Fabiana_ Oi, você
não é a Cintia Rubimay?
Cintia_ Sim, sou eu,
porque?
Fabiana_ Eu vejo
sempre você lá na escola. Você é muito conhecida, mas fica sempre
destacada do pessoal.
Cintia_ É porque na
verdade as pessoas me acham estranha, né? Então preferem não se
aproximar de alguém igual a mim.
Fabiana_ Mas eu
sempre achei seu estilo de vida lindo. E adoro suas roupas, mas nunca
tinha tido oportunidade de me aproximar de você. Eu sempre visito as
suas redes sociais, e vi em seu Instagram fotos suas no cemitério.
Posso dizer que sou a sua admiradora.
Cintia_ Eu não sei
nem oque te dizer. Nunca pensei que alguém pudesse me admirar pelo
que eu sou.
Fabiana_ Ouvi falar
tanta coisa a seu respeito.
Cintia_ É? De que
tipo de coisa?
Fabiana_ Que você
fala com os mortos, e que sente a presença deles.
Cintia_ Nossa… que
coisa louca! (Faz cara de impressionada)
Fabiana_ Isso é
real?
Cintia_ Olha, daqui
a pouco, estarei lá no cemitério. Se quiser me conhecer melhor, vai
até lá. Estarei com minhas amigas.
Fabiana_ Posso ir
com meu namorado?
Cintia_ Com quem
você quiser.
A NOITE…
Cintia mandou uma
mensagem para o celular de Mirla dizendo que estava indo ao
cemitério. Ao receber a mensagem, Mirla foi até a casa de Paula, e
as duas encontraram Cintia na porta do cemitério.
As meninas entraram
e foram até um local no cemitério que era alto, como uma colina, e
havia uma area gramada.
Cintia tirou uma
pano de dentro da mochila e forrou no chão, onde as amigas se
sentaram.
Paula_ Então, você
falou que sente a presença dos mortos. Eles estão aqui?
Cintia_ Sinto a
presença de muitos deles. Mas nunca quis me permitir se comunicar
com eles.
As energias deles eu
sinto muito forte quando estou aqui.
Cintia sente uma
energia ruim perto de Mirla, mas prefere não falar nada para que ela
não se assuste.
Cintia_ Quando
estamos aqui dentro, temos que esquecer deste lance de fantasmas,
você precisa pensar nos sentimentos que essas pessoas deixaram para
trás, e no sentimento das pessoas que foram deixadas para trás. No
meio destes sentimentos há uma energia tão forte que nem mesmo a
morte é capaz de deter.
Paula_ Acho que eu
estou entendendo. Você quer dizer que há um poder diferente dentro
do sentimento destas pessoas. Tanto dos vivos quanto dos mortos?
Cintia_ Isso! Acho
que você realmente está entendendo.
Mirla_ Cintia, você
tem namorado?
Cintia_ Não!
Porque?
Mirla_ E você
namoraria uma menina, você teria alguma experiência lésbica?
Cintia_ Eu acho que
me relacionaria com qualquer pessoa que eu achasse interessante.
Paula fica um pouco
nervosa.
Paula_ Olha, vem
alguém ali.
Cintia_ Não se
assustem, é uma amiga.
Fabiana se aproxima
com o namorado. Todas se cumprimentam, e Mirla diz:
Mirla_ Que bom que
chegaram, assim vocês podem fazer companhia a Cintia enquanto eu vou
ali atrás fazer um pipi. Vem, Paula, pra eu não ir sozinha.
Cintia, Fabiana e o
namorado acham engraçado e sorriem.
Mas na verdade além
de fazer xixi, Mirla queria mesmo é falar com Paula a sós.
Mirla_ Você precisa
demostrar que você sente algo por ela. Você está muito fechada.
Paula_ Eu estou
tentando, mas ela também é muito fechada.
Mirla_ Você viu que
você tem chances, porque ela não se preocupa com este lance de
gêneros.
Aos poucos a turma
vai se soltando e conversam a noite toda; e lá para ás 1:30 da
madrugada resolvem ir embora finalmente.
Cintia_ Mas agora eu
quero fazer o meu xixi antes de irmos. Vem comigo Paula, pra eu não
ir sozinha.
As duas se afastam
um pouco do grupo, e Cintia se abaixa, e fax xixi, e diz pra Paula:
Cintia_ Você está
com frio?
Paula_ Um pouco, mas
não está tão frio assim.
Cintia encosta em
uma sepultura, e diz:
Cintia_ Encosta aqui
um pouco em mim?
Paula_ Mas os outros
não vão sentir falta da gente?
Cintia_ É
rapidinho.
Paula se aproxima, e
Cintia põe ela de costas pra ela e a abraça como se fosse esquentar
ela.
Cintia_ Não é bom
assim?
Paula balança a
cabeça concordando, e sente o coração disparar.
Cintia_ Tem uma
energia boa vindo de você.
Paula_ É? (Curiosa)
Cintia_ Sim! Uma
energia suave, boa, mas muito poderosa.
Paula_ E oque é
essa energia?
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Atualizado até capítulo 30
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