Me descobrindo - parte 4

Na hora do intervalo, Paula e Mirla se encontraram no patio da escola. Curiosa, Mirla já foi perguntando que tipo de segredo Paula, tinha pra contar.

Paula Estou apaixonada!

Mirla Você?! Não acredito! Logo você que parece uma durona, e que não se apaixona por ninguém.

Paula Mas ai que tá... essa minha paixão, o jeito que ela é, talvez descreva claramente o porque de eu ser um pouco durona como você está falando.

Mirla Como assim?

Paula Estou apaixonada por uma menina.

Mirla O queeee? É serio, isso? (Com a mão na boca mostrando surpresa). Mas quem é ela?

Paula Cintia Rubimay !

Mirla Cintia Rubimay? Mas ela é estranha... Toda esquisita.

Cintia Rubimay, era uma jovem até muito bonita, de cabelos lisos e negros, gostava de andar com mini saia e meias cano longo da cor preta e roxo. Geralmente as cores que predominavam em sua vestimenta era preto e roxo. Era realmente uma figura exótica que tinha coragem de passear no cemitério sozinha. Aliás, este era um dos passa tempos favoritos de Cintia Rubimay.

Mirla Amiga, me desculpa, mas eu acho que você nunca vai conseguir nada com ela. Meu, acorda! A menina é uma geladeira de fria.

Paula O que eu vou fazer? Por acaso a gente manda no coração? Quem sabe se eu não falar um pouco com o irmão dela?

Mirla Aquela figura cadavérica tem um irmão?

Paula Tem! Ele é um fofo. Mas meu negocio é com a irmã dele.

Mirla_ É, então tenta a sorte. Eu vou ficar torcendo por você.

A noite, Mirla tinha pesadelos terríveis. Praticamente todas as noites ela sonhava que estava amarrada em uma arvore, e que uma figura estranha vinha em sua direção com um punhão nas mãos.

Ela sempre acordava no meio da noite completamente suada e apavorada.

Era algo bem desgastante para a jovem, e sua vida não era tão feliz por causa disso. Dormir todas as noites para ela era um tormento.

As vezes Mirla, passava noites acordada por medo de dormir, e ter aquele pesadelo horrível.

Pela manhã, Mirla acordou e sentou no sofá, de frente para a TV. Seu pai notou a aparência abatida de sua filha.

Marcos Dormiu bem?

Mirla Nunca durmo bem.

Marcos Porque?

Mirla Nada, pai! Isso é coisa minha, esquece!

Marcos_ Tá bom! Mas se precisar de ajuda, e se quiser desabafar, eu sou o seu pai. Estou aqui pra te ajudar.

Como era final de semana, Mirla encontrou com Paula, e Paula também notou que o rosto de Mirla não estava muito bem de aparência.

Paula O que você tem?

Mirla Falta de um bom sono, amiga.

Paula Você não consegue dormir?

Mirla Consegui, eu até que consigo, mas acabo acordando a noite por causa do meus pesadelos. São horríveis, e já faz uns dois anos que tenho eles.

Paula Dois anos? Nossa, porque você nunca me falou?

Mirla Quem poderia fazer alguma coisa?

Paula Ah, sei lá.. mas você precisa procurar ajuda. Não pode permanecer assim, amiga.

Mirla É... vou ver se alguém pode me ajudar.

Paula Acho que não seria o caso de você procurar medico, e sim auxilio espiritual. Eu acho que sonho tem a ver com o mundo espiritual.

Mirla Vou em um psicologo primeiro. Pode ser um trauma, não sei...

Paula É... também pode ser, mas caso não de jeito, eu acho que você teria que procurar ajuda espiritual.

Mirla Olha.. olha quem vem ali. (Diz apontando quando vê Cintia Rubimay) Vou chamar ela aqui.

Paula Não!!! Tá ficando maluca?

Mirla É a oportunidade de fazer amizade, amiga.

Paula Não, eu não vou ter coragem. (Com muita timidez)

Mirla Deixa comigo.

Mirla grita por Cintia, e a jovem atravessa a rua ao encontro das amigas.

Mirla Oi! Vi você na escola ontem. Queria falar com você, mas fiquei com medo, pois como você tá sempre isolada, lá. Não sabia se poderia me aproximar.

Cintia É que as pessoas me acham estranha.

Mirla Aquele povo é tudo idiota, você não tem nada de estranha.

Cintia Obrigada! O que você quer?

Mirla_ Senta ai um pouco.

Cintia se senta, e ajeita suas meias tampando parte de suas coxas. Enquanto Paula, aprecia a beleza de Cintia.

Cintia logo nota, e diz:

Cintia_ Tá de olho nas minhas pernas, ou nas meias.

Completamente sem graça e gaguejando, Paula responde:

Paula Nas meias... nas meias, é claro!

Cintia Tudo bem! (Sorrindo)

Mirla Gente... você sorri? Nunca tinha visto você dar um sorriso na minha vida.

Cintia Só quando estou confiante de algo. (Pisca e sorri novamente)