Capítulo 7

Quando já estavam no quarto de Lina, ela começou a tirar as poucas roupas que tinha, junto com Rosi, para fazer um novo vestido para irem à capital, enquanto contava o que tinha acontecido no escritório de Pablo, omitindo alguns detalhes, é claro.

- Rosi, vá buscar uma carruagem, eu cuido daqui.

- Entendo, senhorita. - (ela saiu sem mais perguntas)

Lina continuou com alguns detalhes para finalizar a roupa que estava a costurar para ir à capital.

- Não sei o que estou a esquecer, mas parece ser importante, vamos continuar.

Estava tão concentrada que, em poucos minutos, a sua roupa estava pronta e, mais uma vez, começou a vestir-se, pois Rosa chegaria em breve.

Toque, toque.

- Pode entrar.

- Lina, a carruagem está à sua espera.

- Obrigada, Rosi, mas falta pouco para que chegue e depois vamos.

- Entendo, Lina.

Assim que ela terminou a frase, alguém bateu à porta e ambas se entreolharam. Quando Rosi abriu a porta e viu Pablo, ambas soltaram risos que deixaram Pablo confuso, mas ele não perguntou, para não arriscar irritar a Primeira Senhorita.

- Pablo, trouxe o que combinamos? - (em tom sério)

- Sim, Senhorita Lina, aqui está o pagamento dos últimos 6 meses, são 150 moedas de ouro, 85 moedas de prata e 59 moedas de cobre.

- Entendo, Senhor Pablo, e obrigada por me entregar o que me devia entregar todos os meses, agora pode retirar-se. - (em tom intimidante)

- Sim, sim, senhorita, com sua licença, vou-me retirar.

Enquanto ele saía do quarto, Rosi e Lina olhavam-se felizes com a quantia que ela tinha recebido pelos meses em atraso. Ambas dirigiram-se à carruagem e, ao chegarem lá, o cocheiro ajudou as duas senhoritas a subir, para não se magoarem. Já acomodadas,

- Senhorita, para onde deseja ir?

- Para a capital, Rosi.

- Entendo. Senhor Raúl, dirija-se à capital e, ao chegarmos, digo-lhe para onde ir.

- Compreendo, senhorita.

Assim que ele terminou a frase, a carruagem iniciou o seu caminho em direção à capital, enquanto no interior ambas se mantinham em silêncio, pois Lina estava perdida em pensamentos, observando pela janela da carruagem como a mansão Rinaldi desaparecia de vista, um lugar que para ela era um campo de batalha.

Após cerca de 40 minutos, chegaram e Lina disse para a deixarem no posto mais próximo onde vendiam ervas, e assim retomaram o seu caminho.

- Senhorita, chegamos. - (ele desceu e estendeu-lhe a mão para ajudá-la a descer da carruagem)

- Obrigada.

- Não tem de quê, senhorita.

O cocheiro ficou impressionado com a forma como Lina agradeceu a Raúl, pois pensava que ela seria como os outros nobres, mas gostou que não fosse assim, e embora soubesse da sua condição, não a menosprezou por isso.

Rosi seguiu a sua ama para comprar ervas, estando atenta para o caso de lhe acontecer algum acidente, já que não as acompanhava nenhum cavaleiro, ou melhor, os cavaleiros também não queriam servir a bastarda.

- Bom dia, poderia vender-me tudo o que está nesta lista?

Na lista estavam:

* Flor de Narciso

* Artemísia

* Hortelã-pimenta

* Dente-de-leão

* Flor de malva

* Alfazema

* Eucalipto

* Erva-mate

* Lama

* Capim-limão

* Folha de framboesa

* Flor da fortuna

* Flor do arco-íris

- Já lhe trazemos o que pediu, senhorita.

- Obrigada.

Cerca de 10 minutos depois, o jovem voltou com tudo o que estava na lista, incluindo algo para a curar do envenenamento e algumas outras ervas para fazer poções.

- Quanto fica? - (com gentileza)

- Ficam 20 moedas de prata e 5 moedas de bronze, senhorita. - (com o rosto corado)

- Aqui tem, obrigada. - (entregando-lhe o dinheiro e acenando em despedida)

Depois de comprarem as ervas, foram comprar ingredientes para cozinharem na mansão, incluindo legumes, carnes de vários tipos, todas as especiarias que conseguiram encontrar, ingredientes para fazerem sobremesas, e pelo caminho, Lina parou devido à confusão que vinha de uma banca, e claro que a curiosidade matou o gato, por isso dirigiu-se ao local de onde vinha o barulho.

Lina

Ao reconhecer o jovem, repreendeu-se.

Narra Lina...

Claro, como é que me esqueci daquele rapaz de cabelo prateado e olhos cor de laranja? É o cãozinho de colo da minha irmã (Rosela), quem diria que em cerca de 3 meses a minha irmã o ajudaria para que a sociedade pensasse que ela era uma boa menina, e ainda mais quando aquele rapaz lhe jurasse lealdade e que faria tudo ao seu alcance para que Rosela não ficasse manchada, a ponto de dar a vida por ela? Sinceramente, a Rosela adorava isso, porque o manipulava à sua maneira para me magoar, mas o rapaz só pensava que a sua Rosela fazia aquilo por algum motivo, e no final ele morre de uma forma patética.

Esta é a minha oportunidade de tê-lo do meu lado, para que não me magoe no futuro.

- PARE COM ISSO!! - (disse em tom sério)

Todos ao redor do rapaz viraram-se para me olhar, e as pessoas começaram a murmurar.

- Esta menina está a meter-se em sarilhos.

- Ela que se meta, bem que merece.

- Acho que a reconheço. - (disse um jovem)

Enquanto o jovem pensava quem ela era, o senhor que estava a bater no rapaz sorriu-lhe com escárnio e começou a falar.

- Menina, não se meta onde não é chamada.

- Olhe, senhor, quem não se devia meter comigo é o senhor. Agora diga-me porque é que está a bater no rapaz.

- Ele roubou alguma da minha mercadoria, por isso precisa de uma boa lição para não voltar a fazer.

- Compreendo, senhor, mas até esse ponto? - (disse com uma aura aterradora)

Antes que o senhor pudesse falar, o jovem que disse tê-la visto algures interveio.

- Já me lembrei quem é, é a bastarda da família Rinaldi.

- O quê!!! A sério?

- A bastarda da família a meter-se em assuntos que não lhe dizem respeito.

- Coitada, espero que saia daqui viva.

Depois de ouvir os rumores sobre mim, senti-me importante, embora fossem uma imagem negativa.

- HAHAHA, então você é a bastarda? - (disse ele com desdém)

- Sou, senhor, embora não seja. - (encolhi os ombros, num gesto de quem não entendia)

- Olhe, bastarda, saia daqui, não me faça perder a paciência.

- Deixe o rapaz ir e eu saio daqui sem resistir, ou arque com as consequências. Todos aqui presentes estão a testemunhar isto, por isso, senhor, deixe o rapaz ir e diga-me quanto ele lhe deve. - (disse com a expressão mais calma que consegui)

- Você? - (disse ele com escárnio) -... Não deve ter onde cair morta para me pagar.

- Bem, foi o senhor que pediu.

Fiz um sinal a Rosi para me entregar o meu chicote, e sim! Ela entendeu-me e entregou-me o chicote; todas as pessoas ficaram em silêncio.

BAM BAM BAM

- E AGORA, SENHOR, ACHA QUE ESTÁ À MINHA ALTURA? - (já não aguentava mais os insultos)

- Ugh...... Senhorita, por favor, perdoe-me.

O senhor não resistiu, porque em primeiro lugar não tinha um contrato com nenhum espírito, e em segundo lugar as pessoas presentes não se deram ao trabalho de o ajudar, pois tinham visto tudo desde o início.

- Senhores presentes, não julguem o livro pela capa. Se querem que vos respeitem, respeitem os outros ....... ufff ....... Bem, senhor, quanto ele lhe deve?

- S... si... senhorita, ele deve-me 10 moedas de prata e 3 moedas de bronze.

- Só isso?... Para isso fez este escândalo todo, ufff... Bem, tome. - (com uma expressão serena) - Que não se repita. Sou a Primeira Senhorita da casa Rinaldi, está a perceber? E mereço respeito. - (disse com uma voz ameaçadora)

- Sim, senhorita, perdoe-me.

Assim que terminou, o senhor foi-se embora o mais depressa que pôde. Ahahaha, deu-me vontade de rir, mas contive-me e dirigi um sorriso ao rapaz, e juntamente com Rosi, virámo-nos para continuar as compras.

CONTINUARÁ!!!!!....

Nota

1 moeda de ouro = 100 moedas de prata

1 moeda de prata = 100 moedas de bronze

Esclarecido isso, espero que gostem .....:)

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