Vaticano, Ano 2018 – Tribunal Eclesiástico
O Bispo da Diocese do Vaticano, Dom Angelo Lunesy, presidia a audiência junto de dois padres exorcistas. Ele pediu que o caso fosse iniciado.
— Chamem o caso número 666, Irmã Celine.
A freira entrou acompanhada de seu advogado, lançando um olhar aos presentes na sala.
— Irmã Celine, você está sendo acusada de assassinato. A vítima: Agnes Anthony Bianchi.
— Meu cliente é inocente, senhor juiz. Ela foi vítima de uma criatura.
— Você foi acusado de ter relações sexuais com a freira e, depois, de tê-la torturado até a morte. Eu nem tenho coragem de pronunciar tal ato. Como explica tamanha indecência, Irmã Celine?
— Eu sou inocente! Eu vi como ela foi morta, mas ninguém acredita em mim. — Disse, dando de ombros.
O bispo observou a freira com atenção e notou um caderno próximo à mesa.
— O que é isso ao seu lado?
— Ah, isso? É meu caderno de vítimas. Nele, anoto todas as pessoas que salvam demônios e possessões. Naquela noite, no convento, presenciei a morte daquela pobre freira. E não fui eu. Talvez tenha sido uma melhor.
— Agnes era uma mulher muito religiosa, devota a Deus. Como você pode acreditar que tenha sido morta por uma “melhor”, Irmã Celine?
— Eu também gostaria de saber. Mas uma criatura que não se compara a nada que já tenha encontrado. Garanto a vossa excelência.
— O que exatamente quer dizer com isso?
— Eu acredito que era um vampiro.
O bispo soltou uma sonora gargalhada.
— A senhora acabou de dizer que era um demônio! E, pelo amor de Deus, vampiros não existem. São apenas lendas.
— Desculpe, mas eu disse "besta", não "demônio". Há uma grande diferença. Sou formado em Demonologia. E, com todo respeito, vossa excelência, já leu o livro do Conde Drácula?
— Sim, já li. Baboseiras da literatura clássica.
— Não, senhor. Com todo respeito, os vampiros existem. Eu queria não acreditar, até conhecer um.
— Hahaha! Você quer me dizer que conheceu um vampiro?
— Sim, senhor. Eu sei. Posso lhe contar como foi. Mas, como pode ver, serei condenada, não é mesmo?
O bispo a encarou por um momento, arqueando uma sobrancelha. Ele alisou uma longa barba, refletindo sobre a história.
— Você vai dar uma chance, Irmã Celine. Mas com uma condição: a senhora não será condenada até que prove sua inocência. No entanto, não será excluída das suas obrigações como freira. A partir de agora, responderei apenas a mim. Sua abadessa não poderá mais lhe dar ordens.
O bispo fez uma pausa e contínua:
— O Vaticano registra mais de um milhão de casos não resolvidos de milagres, fenômenos sobrenaturais, aparições e possessões demoníacas ao redor do mundo. Sei que seu trabalho foi considerado excelente. Portanto, deixei os casos mais recentes sob sua responsabilidade. Além disso, exigia que eu escrevesse cartas relatando essa história sobre o vampiro. Quero saber tudo. Estamos de acordo?
— Claro, vossa excelência. Muito obrigada pela oportunidade. Não vou decepcioná-lo.
Eita que já começa tenso, repararão numero do caso? 666 rsrss. Até o próximo capítulo.
Por: Luciana. M.M
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Atualizado até capítulo 80
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