Luna aproximou-se de Eloísa, que estava sentada no sofá com uma expressão de cansaço extremo.
"Eloísa, você não disse ontem à noite que chegaria aqui ao meio-dia?", Luna perguntou enquanto olhava o relógio em seu pulso, que marcava oito da noite.
"Sim, o avião pousou por volta do meio-dia. Por quê?", Eloísa virou-se para ver claramente o rosto de Luna.
"É que estou preocupada", Eloísa assentiu como sinal de que entendia. "Você já comeu?" Luna perguntou novamente.
Eloísa sorriu antes de negar com a cabeça, desde que tinha voltado, não tinha comido nada.
"Quando Hope está doente, nem me lembro de comer, muito menos do meu nome! Sempre esqueço tudo".
Agora era a vez de Luna negar com a cabeça enquanto murmurava que talvez Eloísa estivesse certa.
"Eu entrei em pânico, mas ficarei bem", disse a amiga. "Isso acontecia até quando eu estava grávida, nada tinha sabor na minha boca, tudo o que eu comia acabava saindo a cada cinco minutos ou menos".
Eloísa voltou a falar quando viu a expressão de pena que Luna e Alex demonstravam. Até Peter mostrava uma expressão de culpa e arrependimento ao mesmo tempo.
"Não me olhem assim", repreendeu Eloísa.
"O que você quer comer? Deixa eu te comprar alguma coisa", ofereceu Peter com a mesma expressão no rosto.
"Não é necessário. Ainda não estou com fome".
"Você tem certeza, Eloísa?", perguntou Luna. "Diga-me, quando foi a última vez que você comeu?"
"Não sei, esqueci", disse Eloísa encolhendo os ombros. "Talvez tenha sido ontem", continuou.
"Ontem!", repetiu Peter com os punhos cerrados.
A mulher continuava do mesmo jeito de sempre, sempre ignorando sua presença.
"Você deveria comer agora", pediu Peter, mas Eloísa o rejeitou imediatamente.
"Vou tomar café da manhã com a Hope".
"E se a Hope ainda não acordou? Você vai continuar esperando?", perguntou Alex.
"Não importa, também não estou com fome".
"Eloísa!".
"Não me obrigue".
"Mas você precisa comer agora", disse Peter sem querer ser contradito.
Eloísa sorriu sarcástica diante das palavras de seu ex-marido.
"Você não está em uma posição em que eu deva seguir cada palavra que sai de sua boca, sabe? Não se engrandeça só porque fui gentil com você. É apenas uma formalidade dos meus bons modos e todos que me conhecem recebem o mesmo tratamento que você", os três ficaram surpresos ao ouvir o que Eloísa disse.
A mãe solteira pode ser indiferente e ter uma língua afiada, mas sua determinação realmente não podia ser questionada.
"Luna, me acorde se a Hope estiver acordada, por favor. Estou muito cansada", ela se deitou no sofá, realmente exausta.
Sua mente e coração precisavam descansar, mesmo que por um curto período de tempo.
"Sim, cuidarei da Hope sem que me peçam", respondeu Luna. Assim que Eloísa adormeceu, Peter foi embora.
...=======...
O choro de Hope interrompeu o sono de Eloísa, fazendo com que ela acordasse completamente.
"Hope quer a mamãe!".
Peter e Luna estavam um pouco sobrecarregados tentando acalmá-la enquanto Alex acalmava Emily, que tinha acordado devido ao choro de Hope.
"Hope", chamou Eloísa.
A voz de Hope era como um feitiço que funcionava instantaneamente nela. Sua filha, que tinha choramingado procurando por ela, calou-se ao ouvir a voz suave e cheia de amor de sua mãe.
"Mamãe, minha mão dói", disse levantando a mão com o soro conectado.
Eloísa se aproximou enquanto Peter e Luna recuavam, dando espaço para as duas.
"Tenha paciência, querida. Mamãe vai tirar a agulha quando o soro acabar", Eloísa apontou para o frasco de soro pendurado no suporte de metal. "Já te disse isso, não é? Não é agradável ficar doente".
Hope assentiu enquanto levantava ambas as mãos em direção a Eloísa. Ela ansiava pelo abraço de sua mãe.
Eloísa negou com a cabeça enquanto beliscava brincalhona o nariz de Hope.
"Depois sua mão vai doer mais, querida".
"Hope entende".
Sua filha observava o quarto em que estava e olhava alternadamente para Alex, Luna, Peter e, por fim, olhava para Eloísa.
"Vamos, mamãe! São seus amigos?", perguntou Hope em voz baixa, mas ainda era possível ouvi-la.
Em sua mente pequena, ela pensou que aquelas três pessoas não entenderiam o que ela dizia, pois sua mãe a ensinava dois idiomas ao mesmo tempo: inglês para o dia a dia e neerlandês por conta de sua origem mista. Isso fez com que sua filha se tornasse muito habilidosa para a sua idade.
"Hmm, eles são amigos da mamãe", respondeu Eloísa.
"Mamãe, eles entendem o que estou dizendo?" Em vez de responder, Eloísa gargalhou.
Parecia que sua filha queria dizer algo em segredo.
"Vocês entendem o que Hope acabou de dizer?", Eloísa perguntou aos demais.
Ela teve que conter sua risada ao ver a expressão séria e os olhos lacrimejantes de sua filha.
"Não, não entendemos. Na universidade, não nos ensinaram esse idioma", disse seu ex-marido.
Peter deu uma tapinha em Alex com pesar. Relutantemente, Alex assentiu com a cabeça.
"E você, Luna?" ela perguntou à amiga.
"Não, eu não entendo nada", respondeu Luna.
"Escuta, querida, eles não entendem o que Hope está dizendo. Agora, a Hope quer perguntar algo?", perguntou Eloísa.
Ela sabia que se Hope estivesse falando daquela maneira, certamente haveria algo importante que ela queria conversar, mas não queria que os outros soubessem. Na Austrália, ela também era assim, se alguém a machucasse ou incomodasse, ela falaria com sua mãe em outro idioma.
"Onde está a boneca da Hope, mamãe?", sua filha perguntou, fazendo Eloísa franzir o cenho.
"Que boneca?", perguntou Eloísa. "Eu só tenho essa boneca Barbie para você. Compraremos outra quando você se recuperar, certo?" Eloísa pegou a boneca e entregou à sua filha.
O rosto de Hope se iluminou ao ver a boneca, olhando para Eloísa esperançosa.
"Mamãe", ela disse, apontando para a pequena boneca. "É você!". Hope apontou para o boneco Ken que já tinha. "Ele é ele?", ela terminou de dizer apontando para Peter com o boneco.
Eloísa pensou que sua resposta naquele momento era suficiente para calar Hope, mas hoje ela mostrou que estava errada. Sua filha havia repetido a mesma pergunta, especialmente na frente de Peter e seus amigos. Ela realmente se sentia envergonhada na posição em que se encontrava.
Esperando pela resposta, os dois olhinhos brilhantes aguardavam. Eloísa sabia que, na realidade, Hope queria perguntar sobre Peter, seu pai, mas estava com medo de magoá-la.
"Sim, é ele. Você pode chamá-lo de papai", disse Eloísa para sua filha, demonstrando assim sua humildade ao ver o olhar cheio de esperança de sua filha.
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Continua!
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Graciete Barbosa Silva
olha que lindo primeira estória que não vejo inrrolaçao da autora num caso como esse
2023-10-31
0
Roseane Medeiros
/Heart//Heart//Heart//Heart//Heart/
2023-09-25
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Simone Bruno
,que maravilha
2023-09-21
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