"É claro que te amei! Está satisfeito? Você podia reconhecer sua filha, mas não pôde ver a sinceridade da mulher que você ama, típico mentiroso! Pergunta pelo meu amor? Esquece que um dia fui uma boa mulher? Te entendia, sabia como você era nos piores momentos sem nunca reclamar. Mas infelizmente, esqueceu que sou apenas uma mulher comum, que pode sentir dor, decepção e cansaço nessas situações", disse Eloísa com um sentimento de desabafo, quase esquecendo onde estava naquele momento.
As palavras de Eloísa conseguiram tocar profundamente o coração de Peter.
"Me desculpe", respondeu Peter com pesar. "Mas não deixarei vocês sozinhas! Estarei aqui até que a Hope se recupere!" Continuou Peter, ao que Eloísa apenas respondeu rolando os olhos.
"Não se preocupe, nem a Hope nem eu precisamos da sua presença, já estamos acostumadas a ficar sozinhas há muito tempo", disse Eloísa firmemente, se aproximando de Peter e segurando seu pulso para levá-lo para fora do quarto da filha.
Apesar de Eloísa usar todas as suas forças, foi em vão. Peter não se moveu nem um pouco de sua cadeira.
"Peter!", gritou Eloísa.
No entanto, Peter continuou a ignorá-la enquanto observava o doce rosto de sua filha, que continuava dormindo.
"Você vai sair ou não?".
"Não".
"Sai daqui! Você é surdo ou o quê?".
Eloísa estava perdendo a paciência e batia repetidamente nas costas de Peter, mas ele não se movia absolutamente, deixando que a mulher fizesse o que quisesse.
Se Eloísa quisesse fazer algo mais do que isso, Peter permitiria da mesma forma. Ele sabia que a luta de Eloísa tinha sido tremendamente árdua, e que Eloísa tinha derramado suor e lágrimas em abundância para fazer com que Hope se tornasse quem ela era.
"Já disse que não vou embora!"
"Como quiser, estou cansada", disse Eloísa, que no final escolheu sentar-se no sofá.
Continuar discutindo não fazia sentido e só faria com que Hope acordasse. O quarto ficou em silêncio por um bom tempo, enquanto Eloísa mexia em seu telefone e Peter não se cansava de olhar para sua filha.
Depois de estar sentado por muito tempo, Peter decidiu deitar-se no mesmo sofá em que Eloísa estava sentada, usando as pernas de sua ex-esposa como apoio para sua cabeça.
"Peter! O que você está fazendo?!"
"Deitando, o que mais?", respondeu Peter com tranquilidade como se não houvesse nenhum problema entre eles.
"Claro! Não sou boba para não ver que você está deitado! Mas por que precisa estar no meu colo?", perguntou novamente Eloísa, tentando afastar a cabeça de Peter e se afastar um pouco.
"Porque quero estar aqui", respondeu Peter.
"Então, porque você quer, eu devo aceitar?", perguntou enquanto via Peter sorrir e assentir com a cabeça. "Não seja atrevido! Não quero que me acusem de ser uma destruidora de lares! Você é um homem casado!", disse Eloísa.
Imediatamente sua ex-esposa se levantou e se moveu para a cadeira que ele ocupava anteriormente.
"Quem disse que sou marido de alguém? Sou um futuro divorciado", disse ele.
"Não importa, você ainda é um marido", respondeu ela bruscamente.
"Então, se eu deixar de ser marido de alguém, significa que está tudo bem?", perguntou Peter enquanto levantava e abaixava as sobrancelhas.
Ele estava desfrutando tanto do tempo juntos naquele momento que esqueceu que o trabalho em seu escritório o aguardava.
"Não está tudo bem!", respondeu Eloísa com um olhar assassino.
"Mas é o que eu quero, querida!", disse Peter levantando as mãos como se estivesse se rendendo.
O ambiente no quarto voltou a ficar em silêncio por um momento antes de a voz de seu ex-marido quebrar o silêncio entre eles.
"Eloísa, não sabes o quanto senti sua falta", disse Peter honestamente, enquanto os olhos de Eloísa podiam ver a sinceridade dele. "Não importa o quanto eu tente ser feliz e estar bem, tudo parece inútil, porque só você é a mulher que pode me fazer sentir o que é a felicidade, o conforto e o amor. Estou cansado de fingir que estou bem quando meu coração e mente não estão bem".
Enquanto Peter falava, Eloísa fingia não escutar, pois, no fundo do seu coração, ela se sentia triste.
Devia odiar Peter pelo que ele havia feito com ela. Odiá-lo porque ele não quis ouvir a explicação de Eloísa e porque ele podia sorrir feliz e dizer que estava bem com outra mulher ao seu lado. Era doloroso para ela quando Peter se vangloriava de sua filha na frente dela, enquanto Eloísa tinha que esconder a existência de sua filha. Mas, por mais que ela tentasse evitar, mais profundamente ela se apaixonava por seu ex-marido.
Eloísa olhou amorosamente para o rosto de sua filha, que não era afetada em nada por sua presença nem pela discussão entre eles. Desejava desesperadamente esquecer o passado, toda a sua dor, e dar a Hope a verdadeira felicidade, mas Eloísa acabou percebendo que não conseguia fazer isso.
Não pode magoar o coração de outra mulher baseada apenas na palavra amor e conforto, porque Eloísa também é uma mulher e Hope também é. Eloísa não quer que Hope sinta o mesmo devido ao seu egoísmo.
"Eloísa, você está me ouvindo?", perguntou Peter.
"Sim, estou."
Eloísa estava muito irritada com Peter, esperando que ele se cansasse e os deixasse em paz.
"Por que você veio ao hospital?", perguntou Eloísa, sem saber como se livrar de Peter.
"Para visitar Emily, a filha de Luna e Eloísa", respondeu Peter naturalmente.
"Então, por que você ainda está aqui?"
"Está errado eu querer estar com minha filha?", perguntou Peter com uma expressão sombria, embora Eloísa nem sequer tenha dado uma segunda olhada nele.
"Quem foi a pessoa que deu à luz a Hope?"
"Sim, eu entendo que não a dei à luz, mas eu a criei, te obriguei, se não tivesse te forçado naquele dia, a Hope existiria?", disse Peter com orgulho, como se tivesse feito uma grande contribuição.
Eloísa respirou profundamente pelo nariz e soltou pela boca, parecia inútil discutir com Peter.
Toc! Toc!
A porta do quarto de cuidados de Hope foi aberta por duas enfermeiras.
"Com licença, senhorita, precisamos mover a paciente", disse uma delas.
"Para onde vão movê-la?", perguntou Eloísa.
"A Sra. Luna pediu para que esse paciente fique no mesmo quarto que sua filha e ela mesma providenciou tudo", explicou claramente.
"Luna", murmurou Eloísa.
"Senhorita, podemos movê-la?", perguntou novamente a enfermeira.
"Sim, por favor", disse Hope, enquanto sua filha era levada para o mesmo quarto que Emily.
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Continuará!
Aproveitem a leitura!
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Atualizado até capítulo 69
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